quarta-feira, 8 de março de 2017

DENISE CAMPOS DE TOLEDO / ECONOMIA DÁ SINAIS DE RETOMADA - MARÇO DE 2017



O PIB de 2016 mostrou um retrato muito negativo da economia brasileira. Mas um retrato que deve ficar menos ruim este ano. E a indústria, que foi o primeiro setor a entrar em crise, já dá sinais de estar deixando o pior pra trás. De acordo com o IBGE, a produção caiu 0,1% em janeiro sobre dezembro, mas cresceu 1,4% sobre janeiro do ano passado, o que não acontecia há 34 meses, expansão da produção sobre o mesmo mês do ano anterior. Em novembro e dezembro a produção já tinha subido e desde junho a queda anualizada vem diminuindo. Após três anos de crise, se começa a ver uma luz no fim do túnel, embora a saída ainda possa levar algum tempo. É como a economia: passou por uma recessão histórica e agora começa a respirar um pouco melhor, mas o ritmo de recuperação vai depender de muitos fatores, inclusive do espaço político para o governo seguir adiante com as reformas e outras medidas que possam dar sustentação a um crescimento mais consistente. A indústria também depende de muito fatores. O consumo é um dos principais. Consumo que só vai crescer na medida em que se confirme o cenário de inflação e juros mais baixos, com mais oferta de crédito e menos endividamento, fora alguma reação do mercado de trabalho. A indústria também pode obter resultados melhores via exportações. Mas nem todos os segmentos têm vocação pra exportar. Tem muita burocracia. Tanto que hoje o governo lançou um programa específico pra facilitar o contato com o mercado externo, inclusive para as pequenas empresas. E tem a questão da competitividade, que é um problema diante das ineficiências do País e do próprio setor, que durante o período de vacas magras, reduziu muito os investimentos, sendo que agora ainda preocupa a insistência do dólar em permanecer num patamar mais baixo. A alta hoje acompanhou o mercado externo, pela previsão de elevação dos juros nos Estados Unidos. Mas pra estimular mesmo as exportações teria de subir mais ainda. Muita gente imagina que o dólar baixo favorece o crescimento. Porém é bom lembrar que a crise da indústria começou naquela fase de dólar muito baixo que comprometeu as exportações e inundou o mercado local de produtos importados. Mas a expectativa é que neste ano, a indústria e a economia saiam do vermelho. Eu volto na segunda. Até lá.


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