Por Roberto Samora
SÃO PAULO, 7 Jul (Reuters) - O Brasil deve colher uma safra recorde de trigo de 9 milhões de toneladas em 2022, com os produtores semeando a maior área para essa safra nos últimos 32 anos, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira pela Conab. agência de estatísticas e abastecimento alimentar do país.
O Brasil já plantou cerca de 65% da área de trigo nesta safra, estimada em 2,9 milhões de hectares (7,166 milhões de acres). Os agricultores locais expandiram a área cultivada em 6,6%, pouco abaixo do nível de 3,28 milhões de hectares de 1990.
A Conab também prevê que os rendimentos aumentarão 10,3% em relação à temporada anterior, para 3 toneladas de trigo por hectare. Em 1990, a produtividade do trigo era de uma tonelada por hectare, segundo dados da Conab.
A previsão sugere que os agricultores aumentaram as plantações como resultado dos temores de interrupções no fornecimento global relacionados à guerra na Ucrânia, que fez com que os preços subissem.
As exportações brasileiras de trigo aumentaram quase cinco vezes para 2,4 milhões de toneladas no primeiro semestre do ano, segundo o grupo exportador de grãos Anec.
O ministro da Agricultura da Ucrânia disse no mês passado que a invasão da Ucrânia pela Rússia criaria uma escassez global de trigo por pelo menos três temporadas. A própria Rússia é o maior exportador de trigo do mundo.
Com uma maior oferta doméstica de trigo, a Conab reduziu em 500 mil toneladas a previsão de importação do Brasil na safra 2021/2022 para 6 milhões de toneladas. O antigo ano-safra termina em julho, quando as exportações brasileiras foram estimadas em 3,2 milhões de toneladas.
Para 2022/2023, a previsão é que as exportações brasileiras de trigo atinjam 2,5 milhões de toneladas, enquanto as importações de trigo foram estimadas em 6,5 milhões de toneladas, informou a Conab.
(Reportagem de Roberto Samora Redação de Ana Mano Edição de Marguerita Choy)
FONTE: REUTERS
MARCADORES: BRASIL, ECONOMIA BRASILEIRA, AGRICULTURA, AGRONEGÓCIO, SAFRA RECORDE DE TRIGO NO BRASIL, EXPORTAÇÕES, JULHO, 2022
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