terça-feira, 13 de julho de 2021

POVO DE CUBA SE REVOLTA CONTRA A DITADURA SOCIALISTA, MAS EU AINDA NÃO ACREDITO NA VITÓRIA POPULAR - JULHO DE 2021



O fogo da liberdade finalmente se alastrará pela ilha?


“Cuba é uma ilha liderada por militares há 62 anos. Não há mais comida, nem remédios e as pessoas morrem de Covid como se fossem moscas. Elas estão cansadas. De tanto perder, este país já perdeu até o medo.”

- jornalista cubano Abraham Jiménez Enoa




Cuba está por tanto tempo sob uma ditadura socialista (Fidel tomou o poder em 1959), que a grande maioria dos cubanos sequer sabem como era viver lá antes do triunfo da catastrófica revolução, a qual mais beneficiou aos vizinho estadunidense do que o prejudicou: a elite latifundiária e burguesa se exilou em Miami (onde enriqueceu o até então pobre estado americano da Flórida, com uma imensa transferência de capital e mão-de-obra barata imigrada), e assustou a américa latina com o temor de rebeliões comunistas similares por aqui (impossível imaginar 31 de março de 1964 no Brasil, sem o barbudo do uniforme verde-oliva mandando na ilha caribenha). O povo cubano, que conheceu o transporte ferroviário, raio-x em hospitais e televisão colorida bem antes dos brasileiros, teve mais de sessenta anos de empobrecimento, repressão política e uma intensa imigração em balsas, a qual nem os tubarões do caribe desmotivaram.

Os imensos protestos antigovernamentais demonstram um fato: a prosperidade cubana sempre foi um fake, financiada durante décadas por uma URSS que queria enganar meio-mundo, mostrando um país vitrine, ótimo para propagar a ideia de que o socialismo seria bom e justo, uma excelente - e cara - peça de propaganda da guerra-fria. Com o fim literal da nação inimiga dos EUA, os problemas sociais se agravaram, mas sempre contornados pela incrível capacidade de sobrevivência dos irmãos Castro (Fidel e Raul), os quais souberam manter a linha-dura, e às vezes permitir que alguns descontentes escapassem para o inimigo imperialista, como forma de diminuir o número de descontentes, o que pode estar prestes a se repetir agora.

Deixar "o povo ir" pode ser a única alternativa ao presidente Miguel Díaz-Canel, de impedir uma nova revolução, algo mais eficiente do que lotar as prisões de dissidentes (o que pode gerar sanções internacionais), e incentivar brigas nas ruas ("revolucionários" versus "contra-revolucionários"). Se acontecer dos atuais manifestantes poderem fugir
 para a terra do hambúrguer e coca-cola, a ditadura socialista conseguirá algum fôlego para se sustentar, ou seja, não acredito - pelo menos para este ano - numa vitória popular que permita a Cuba sair desse pesadelo que os comunistas consideram um belíssimo modelo de sociedade. Mas se o presidente e aprendiz de ditador preferir o confronto (em vez de dar aos revoltosos a oportunidade de escaparem pelo mar), esse poderá ser o pior e último erro dele no poder, ao incentivar um conflito com resultado mais do que incerto.







MARCADORES: REVOLTA POPULAR EM CUBA, CUBANOS PROTESTAM, DITADURA SOCIALISTA, CANÇÃO CUBANA PATRIA E VIDA, COMUNISMO, JULHO, 2021

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