quarta-feira, 1 de maio de 2019
HIPÓTESE FUTURA: CRISE DE MÃO-DE-OBRA EM PERUÍBE, POR CAUSA DA MIGRAÇÃO - MAIO DE 2019
O dia do trabalho (1º de maio) está aí, e este tradicional feriado me fez lembrar de um tema recorrente neste blog. Já escrevi muitos artigos sobre a questão do emprego em Peruíbe e migração daqui para outras terras. Falei de pessoas partindo em busca do que dificilmente encontram aqui, ou seja, EMPREGOS. Mas também entendo que uma melhora considerável na economia brasileira reduziria consideravelmente a elevada população de desempregados locais, mais por mudança dos mesmos para outros municípios, do que pelo surgimento de oportunidades locais para eles.
Num cenário de recuperação econômica do Brasil, e consequente melhora na oferta de empregos para os brasileiros, trabalhos manuais e domésticos hoje disputadíssimos por muitos peruibenses carentes serão pouco procurados, mesmo pelos os que vivem na extrema pobreza , pois passarão a vê-los como inferiores, preferindo vagas em outras cidades, que ofereçam melhores ganhos. Peruíbe tem um mercado de trabalho no qual predominam baixos salários, elevada informalidade, oportunidades de mobilidade social limitada e estabilidade laboral frágil, ou seja, uma soma de precariedades que não serão minimizadas facilmente, mesmo num ambiente de bonança econômica nacional.
Pode parecer incrível, mas a terra da eterna juventude corre o risco de enfrentar uma futura crise de mão-de-obra, que poderá até prejudicar o setor da construção civil, justamente o que absorve com menos dificuldade os trabalhadores mais carentes. Tem peruibense que evita migrar, apesar do "chamado da estrada", por temer uma situação ainda pior lá fora, longe do meio familiar. Mas, se o sujeito acreditar que o risco será menor e a chance de sucesso maior, é difícil acreditar que continue a ficar por aqui. Exemplo: entre trabalhar num Shopping Center em Curitiba (com carteira assinada ou terceirizado) ou continuar em Peruba City num emprego sem contrato formal de trabalho, salário baixo e carga horária elevada, apenas para não ficar desempregado, qual será a escolha? Num período de queda nos índices de desemprego em todo o país (pois é), não seria difícil saber.
Esse ensaio de futurologia só não se concretizará, caso a economia peruibana saia do círculo vicioso em que se encontra.Temos um governo municipal que já pagou milhões em dívidas, e que se esforça em equilibrar as próprias contas, nas quais se inclui uma grande folha de pagamento do funcionalismo público. Se a nossa prefeitura conseguir reduzir gastos e equilibrar as contas, tornará Peruíbe mais atrativa para novos investimentos graúdos de empresas (investidores não gostam de cidade "largada") o que também aumentará a arrecadação, com melhora na qualidade dos equipamentos públicos municipais, e incentivo para que muitos moradores não se mudem daqui, ou seja, não é tudo uma questão de emprego, basta dizer que muitos aposentados (que gastam um bocado no comércio local) deixarão de partir, por não considerarem o município mais atrativo como antes. A lei recentemente aprovada na Câmara, que isenta idoso de pagar por vaga de carro nas áreas da zona azul, já ajuda muito em conter esse pessimismo.
O peruibense jovem não migra apenas para conseguir se sustentar, mas também por causa de diversos problemas locais (como as enchentes, que afetam principalmente bairros como o Caraguava), que ele não suporta mais. Mas, como já expliquei, se o indivíduo concluir que em algum município, mesmo distante, além de emprego, ele encontrará um local menos disfuncional para morar, qualquer apego por esta terra perderá o sentido. Já vi isso muitas vezes, ocorrendo de forma lenta, e esse comportamento pode estar prestes à ocorrer numa grande massa de insatisfeitos, quando a grande recessão/depressão brasileira se concluir. E é importante dizer que isso não provocará uma redução populacional, já que se intensificará a vale-ribeiralização municipal, com o migrante vale-ribeirense ocupando o espaço geográfico e econômico deixado pelos futuros ex-moradores, pois muitos trabalhadores mais humildes que residem no Vale do Ribeira (oriundos de cidades mais pobres do que a nossa) virão, atraídos pela própria crise de mão-de-obra, ou seja, veremos o surgimento de mais um fator que enfraquecerá a participação deste município na baixada santista, e o próprio sentido de "pertencimento" do mesmo nesta região metropolitana, na qual tem pouca ou quase nenhuma importância.
POSTAGEM RECOMENDADA: UMA FAMÍLIA PERUIBENSE EM CURITIBA: A CRÔNICA DE UMA MIGRAÇÃO
MARCADORES: DIA DO TRABALHO EM PERUÍBE, 1º DE MAIO, FERIADO NACIONAL, DIA DOS TRABALHADORES, DESCANSO, PERUIBENSES, MAIO, 2019
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