domingo, 2 de setembro de 2012
PROPAGANDA ELEITORAL
Não sei se sou somente eu que já não consigo mais acreditar ou se, de algum modo, meu pensar reflete o sentir de mais pessoas. O fato é que simplesmente não consigo mais dar crédito às promessas políticas em tempo de campanha eleitoral. Aliás, como se diz por aí, de promessas o inferno está cheio. Todos os anos é a mesma lenga-lenga, a mesma história, os mesmos salvadores da pátria…
O fato é que, entra ano e sai ano e muito pouco muda de efetivo. Alguma coisa deve estar errada, não é possível. Do alto da minha ignorância, fico imaginando por que razão uma pessoa que já ocupou “n” cargos políticos de destaque, garante que dessa vez vai fazer tudo o que o País, o Estado ou o município precisam, quando, em tantos outros anos, pouco fez disso tudo.
São sempre as mesmas caras a dizer sempre a mesma coisa. Prometem, prometem, mas pouco cumprem. Parece-me que a palavra e o comprometimento se perdem em meio a outros interesses pessoais. Isso sem contar as recorrentes denúncias de fraudes, simulações, apropriações indevidas e mais uma escória de práticas deploráveis. É claro que não estou dizendo e nem poderia sem conhecimento profundo de causa, que não há exceções, que não há quem faça ou que seja honesto e sério, mas que a imagem política não anda das melhores, isso não anda.
O que me cansa é ouvir plataformas popularescas, muitas destituídas de fundamento, eis que o candidato promete uma coisa que não está nem remotamente dentre as competências do cargo que almeja. Mas mesmo assim, promete. Sempre haverá a ignorância crédula para servir a tais propósitos. E o pior, são promessas já feitas que beiram o nível da “paz mundial”…
Outra coisa que me faz refletir é que, via de regra, as promessas parecem apenas se voltar a uma parte da população. Serão doze milhões de creches, haverá o programa mamãezinha brasileira, leve isso, tome aquilo, além de infinitas vagas para o trabalhador. Ninguém fala da classe média, aquela que paga muito imposto, não manda dinheiro para paraísos fiscais, não tem casa no exterior para passar as férias, mas que também carrega sua parcela de Brasil nas costas.
Antes que me queiram linchar, já adianto que não sou contra o assistencialismo. Só acho que dá forma como é implementado nesse país, serve muito mais para produzir massa de manobra política e social do que qualquer outra coisa. Não é necessário ser um cientista político para saber que apenas dar coisas, sem educação de qualidade, sem dar opções para uma vida nova, sem qualificar as pessoas, não resolve os problemas sociais que vivenciamos. Essas medidas paliativas, eleitoreiras, popularescas, cansam e desanimam as poucas pessoas que ainda tem esperanças de viver para verem um país melhor, digno e expurgado da bandidagem, de baixo e alto escalão.
O pior é que, ainda que as campanhas, sobretudo se voltem à parcela mais carente, não são esses os finais beneficiários. Quando se descobre, não foi o pobre povo, ludibriado, que embolsou milhões e quintuplicou patrimônio. Uma vez mais, as pessoas continuam sem ter escola decente para seus filhos, caso não possam pagar uma particular; uma vez mais ficam sem trabalho, sem opção, sem esperanças.
Pena, tão somente, termos memória política fraca e curta. Das duas uma: ou somos muito crédulos, ou muito levianos. Não sei, de fato. Só sei que, de minha parte, reservo-me o direito a dizer que não acredito mais em conversa mole, em candidatos que sequer se lembram de que a classe média existe e que está insatisfeita com os rumos que esse país vem tomando…
Cinthya Nunes Vieira da Silva é advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora – São Paulo.
Fonte: BLOG PAZ
Comentário: este blogueiro de Peruíbe encontrou o texto acima por acaso, e espero que ele ajude de alguma forma o eleitorado peruibense em suas escolhas nas próximas eleições municipais.
Assim espero.
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