sábado, 26 de junho de 2010
Rodeio Fest 2010 e a crítica do internauta Marcelo
O internauta Marcelo, visitante habitual do Blog, postou o texto abaixo. Eu nem estava interessado em falar do rodeio, mais um evento bobo que não gerará ganhos duradouros para a cidade. Deixo a bola para ele:
"Gostaria de fazer umas considerações sobre o Rodeio. Sabemos que não é o tipo de coisa que resolve o turismo em Peruíbe. Mas digamos que o objetivo fosse atrair turistas:
1º) Que sonoro, elegante, bonito que é falar ao turista: "Fica na Vila Erminda"
2º) Que grandes benefícios trará um evento em que o turista sequer precisa entrar na cidade, não vai conhecer nem o comércio, nem a praia, nenhum ponto turístico, nada. Coisa de gênio!"
Pois é, os visitantes que estiverem pela primeira vez na cidade, nem verão o resto dela. Mas tudo bem, segundo a Milena, o terreno, que pertence ao dono do Kartódromo, é de graça. Dá para economizar no aluguel do lugar, e torrar uma baita grana com o cachê do Jota Quest !!!
Mas a Milena e colaboradores dirão que o comércio será beneficiado. Então tá, botem fé nisso, meus amigos que também pagam impostos aqui.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Coréia do Norte: o interminável drama da fome ajuda a livre iniciativa
A Coréia do Norte está passando, como tantas outras vezes, por mais um agravamento da escassez de alimentos. O próprio governo reconheceu o fracasso do seu programa de racionamento alimentar. Desde o final de maio, está sendo permitido o funcionamento dos mercados livres - onde as pessoas podem comercializar de forma "não-socialista" - por 24 horas, ou seja, não precisam fechar.
Uma organização de direitos humanos chamada Good Friends informou essa decisão no dia 14 de junho. De acordo com a Good Friends, a orientação governamental foi resultado de uma decisão tomada em 26 de maio, o que permitiu que os mercados permaneçam abertos e que orienta os norte-coreanos para comprarem sua própria comida.
Tal ordem na prática reconhece que a escassez de alimentos continua a se agravar nos últimos seis meses, em parte por causa da fracassada reforma monetária, a qual gerou insatisfação em um povo historicamente submisso as decisões do governo, o qual agora "lava as mãos", se desobrigando em continuar a fornecer rações para a população. Agora os mercados, antes vistos como ilegais, embora tolerados por necessidade, estão legalizados oficialmente. É a livre iniciativa se impondo e cobrindo o espaço de um poder estatal falido.
A distribuição de rações foi suspensa pelo governo em abril, em todas as províncias e até para todas as classes da sociedade, mesmo para os que residem em Pyongyang. A última distribuição foi uma cota prevista para durar 20 dias para cada norte-coreano, feita no dia 15 de abril, aniversário de nascimento do "grande líder" Kim Il Sung.
Essas mudanças um aspecto positivo. É o fim, na prática, do monopólio estatal de todas as atividades econômicas, até então rigorosamente defendido pelo socialismo jucheísta. Já a alguns anos, os mercados vinham se impondo, embora sofrendo constantes restrições. Mas o pragmatismo derrotou o dogmatismo ideológico. Ou isso ou mais mortalidade em massa de norte-coreanos por inanição.
Trata-se de uma solução que deveria ter sido aplicada já nos anos noventa, logo após o falecimento do presidente Kim Il Sung, em 1994. A Coréia do Norte entrou naquele ano, no que a população do país chama hoje de a GRANDE TRIBULAÇÃO, um período de cerca de quatro anos que teve no mínimo um milhão de mortos por causa da fome. Fala-se até em três milhões, mas os números exatos são desconhecidos.
Nessa época, ficou famosa a cena na qual uma apresentadora da TV norte-coreana mostrou imagens de ervas daninhas "comestíveis", as quais, de acordo com a reportagem, podiam ser encontradas com facilidade em terrenos baldios. Era o alerta do início da catástrofe. Pessoas devoraram os próprios animais de estimação, passaram a caçar cobras, ratos e outros animais nas florestas, comiam as cascas e até o miolo das árvores. E ocorreram muitos casos de canibalismo, com ataques a cadáveres e até assassinatos para o consumo de carne humana.
Foi uma tragédia construída por má gestão econômica, secas, enchentes e até pelo fato da área agrícola ser muito inferior a da Coréia do Sul. Grande parte do país é montanhoso, com invernos rigorosos, e possui apenas 16% do território com condições de cultivo.
Nos mercados é comum a venda de comida produzida na China, importada de lá, embora no princípio ela era contrabandeada. Dou um exemplo de como essa atividade começou. Foi assim:
Imaginemos, no final de 1994 (inverno), um jovem camponês, sem comida na sua cabana, e morador próximo da fronteira chinesa. Órfão (seus pais morreram em um campo de concentração, onde ele também ficou preso) e sozinho, resolve arriscar e atravessa o rio congelado que separa os dois países. Tinha uma namorada, mas ela não o acompanha, pois teme abandonar a família..
Do outro lado, arruma emprego na fazenda de um coreano étnico, ou seja, um Chinês da etnia coreana, que vive do outro lado da fronteira. Consegue um lugar para morar e alimento. Trabalha apenas por abrigo e comida. Passa o inverno lá e garante a sobrevivência. Na primavera, resolve voltar para a aldeia em que morava, para ver como estavam as pessoas que conhecia.
O cenário é de horror. Muita gente morreu, sendo que vários corpos foram devorados pelos poucos vivos, que estão desnutridos e sempre esfomeados. As autoridades não garantem uma distribuição regular de rações. O rapaz compreende que se ficar poderá morrer também, e resolve voltar para a China, acompanhado da magra namorada, que não quiz ir com ele, e viu a família toda falecer. Do outro lado, tentam continuar com as suas vidas.
Mas logo o rapaz pensa que talvez seja possível permanecer no próprio país. Ele houve falar de norte-coreanos que passam a trabalhar no contrabando, para sobreviver. Ele resolve recorrer a essa atividade, se juntando a uma quadrilha que leva comida para a Coréia do Norte. Ele e a namorada voltam, se casam, e se instalam na mesma aldeia em que viviam, com ele atravessando ocasionalmente a fronteira e ficando com uma fração dos produtos como pagamento. Meio sem saber, ele e a esposa vão se tornando mercadores, muito importantes em aliviar o drama da nação naquele período. Empreendedores motivados por uma rigorosa luta por sobrevivência, até odiados pelos governantes, embora necessários.
E agora as arrogantes lideranças do "paraíso dos trabalhadores" resolvem tolerar o empreendorismo, como forma de impedir a que os famintos, no limite da paciência, recorram a solução revolucionária para encerrar o pesadelo em que vivem.
E provavelmente por isso, que o regime estabelece outras formas de controle sobre a sociedade. Agentes de segurança pública começaram a confiscar facas, serras e outras armas que tenham mais de 9 centímetros de comprimento, em um esforço para conter o assassinato e outros crimes violentos. Veremos no futuro o resultado dessas mudanças.
Fonte de algumas das informações para elaboração desta postagem : Blog do Leonid Petrov
quinta-feira, 24 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Prefeita de Branquinha fala da reconstrução da cidade
A imagem acima é uma foto da NASA (Agência Espacial Americana), tirada no dia em que teve início a recente catástrofe no Nordeste brasileiro. Vejam bem, os cientistas de lá igualaram o caos do evento aos terremotos no Chile e Haiti. Foram 400 milímetros de chuva que em um período de poucas horas, o que provocou um rápido transbordamento nos principais rios da região afetada.
Sobre essa questão, vou seguir focando na tragédia de Branquinha, pobre município alagoano. Vai ficando evidente que se trata da cidade proporcionalmente mais devastada, e foco a minha atenção nela, pois vejo que será a localidade que mais dificuldades enfrentará para superar tanta tragédia.
Com todos os edifícios públicos destruídos, Branquinha conta agora com um hospital de campanha para atendimento médico urgente e uma prefeitura que funciona provisoriamente na casa da prefeita, onde cestas básicas estão sendo estocadas. Não existe água potável e eletricidade e quase todo o comércio desapareceu. Segundo a prefeita Ana Renata Freitas Lopes, a área urbana de Branquinha terá de ser reconstruída em outro local do município, o que tem muito sentido, pois o rio Mundaú não é novato em enchentes por lá.
Três corpos foram localizados na noite de terça, e a prefeitura afirma que existem 50 desaparecidos. Parece pouco, para uma população estimada em 11.796 habitantes, mas em uma localidade desse tipo, predominantemente rural, formada em grande parte por descendentes de sitiantes que lá se estabeleceram, no século XIX e princípio do XX, muitos são parentes entre si. Imaginem o tamanho do impacto emocional para milhares de pessoas, muitas delas neste momento quase que limitadas a terem apenas as roupas que vestem.
Vão aqui informações sobre como ajudar, do blog da branquinhense Ayres Regina:
Contas bancárias:
Caixa Econômica:
AGÊNCIA: 2735
OPERAÇÃO: 006
Nº DA CONTA: 955-6
NOME: CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
Banco do Brasil:
Banco do Brasil - C/C 5241-8 / Agência 3557-2
Recomendo o blog da Ayres Regina, bem atualizado da situação.
Município de Branquinha vive o pós-apocalipse / junho de 2010
"Nada restou da parte funcional. Não tenho uma folha de papel para fazer uma ficha de um doente"
Ana Renata da Purificação Moraes
Prefeita de Branquinha
A moça acima enfrenta agora o maior desafio da vida dela, o de liderar, literalmente, sobreviventes de um evento apocalíptico. Esse município até então desconhecido, chamado de Branquinha, terá de recomeçar do zero.
Prefeitura, escolas, posto de saúde e lojas foram destruídas. Nenhum prédio público ficou inteiro. Fala-se que 90% da zona urbana foi arrasada, como se o rio local, chamado de Mundaú, tivesse varrido a cidade como uma Tsunami.
Sei que nesse momento o rosto da prefeita está bem diferente do da foto, tirada em melhores dias, e provavelmente em um local que nem deve existir mais. É duro, pois para ela e aos seus munícipes não se trata de uma tragédia distante como a do Haiti, mas de algo que estão vivendo, experimentando, um evento que mudará radicalmente a história local, inclusive de todos os que sobreviveram.
Realizações arrastadas pelas águas, entes queridos que se foram, sonhos e projetos que serão abandonados definitivamente, e em breve, multidões de jovens partirão em êxodo na busca de existência digna em outras terras. O sofrimento do povo branquinhense está apenas começando.
Vamos ajudar essa gente. Poderia ser aqui. ALGO MUITO PARECIDO PODE OCORRER AQUI. Eu não esqueci da enchente de 1979. Nossos governantes esqueceram, eu não.
Pois bem, visitem o link da Prefeitura de Branquinha . Me parece ser o melhor site sobre o assunto, devido as constantes atualizações. Não se trata do único município atingido, mas de longe é o mais prejudicado. Sejamos solidário, assim como já fomos ajudados no passado....e poderemos necessitar de nova ajuda no futuro.
terça-feira, 22 de junho de 2010
Branquinha, uma cidade brasileira destruída / junho de 2010
O município foi atingido na tarde da última sexta-feira. A própria prefeita passou a noite de sexta até sábado pela madrugada em cima do telhado da casa dela. "Eu estava no telhado de casa, com 11 pessoas, em cima do telhado, ilhada. A casa do lado desabou e a do outro lado também. A gente ligou para os bombeiros, mas eu só consegui sair quando minha irmã chegou, com um bote", contou a prefeita.
Bastante desesperada, Renata Moraes disse que a população perdeu tudo. Só restaram as casas de dois morros, mesmo assim, o espaço é pequeno para tanta gente. "Nós temos três igrejas que estão lotadas. Eu não tenho mais local para colocar ninguém. Parece que passou um furacão pela cidade", desabafou. "Eu perdi o funcionamento da cidade. Como é que a cidade existe, se não sobrou mais nada", disse, chorando, a prefeita.
Renata Moraes ainda lembrou que, há cerca de um mês, no dia 18 de maio, quando foi comemorada a Emancipação Política de Branquinha, chegou a inaugurar um posto de saúde, uma escola, um tele-centro e ainda comprou carros para o município - "não sobrou nada. Hoje eu não consigo localizar nada por lá", disse a prefeita.
Números
Segundo os números da Defesa Civil Estadual, há 3.200 pessoas desalojadas e 1.000 desabrigadas em Branquinha. Ao todo, 8.000 pessoas foram afetadas pela enchente e três morreram.
A prefeita contou que ontem enterrou quatro pessoas e que já sabe de mais de dez desaparecidas. "O dono do mercadinho desceu com a enxurrada. A mulher dele está em Maceió, em pânico. Ela perdeu a casa, o comércio e o marido dela", contou.
Sobre os números, Renata Moraes disse que não tem ideia porque a situação ainda é precária em Branquinha.
O Corpo Militar Bombeiros de Alagoas (CBM/AL) está disponibilizando duas contas bancárias para receber doações destinados às vítimas das chuvas que devastaram 21 municípios alagoanos nos últimos dias. De acordo com dados da Defesa Civil, já são 19 mortos e cerca de 80 mil desabrigados e desalojados.
Os interessados podem depositar nas contas do Banco do Brasil Agência 3557-2 CC 5241-8 e na da Caixa Econômica Agência 2735 Operação 006 Conta 955-6. Doações de todos os valores serão aceitas.
Fonte: Prefeitura de Branquinha
Peruíbe e Ana Dias caminhando para a integração / junho de 2010
Ana Dias integrará Vale do Ribeira ao maior programa de saneamento do litoral
Sabesp planeja obra para tratar esgoto coletado no bairro em estação construída pelo programa Onda Limpa em Peruíbe
O pacato distrito de Ana Dias, em Itariri, surgido no início do século passado em torno da linha férrea Santos-Juquiá, integrará o Vale do Ribeira ao Onda Limpa - o maior programa de saneamento e recuperação ambiental do litoral brasileiro.
Na semana passada, o superintendente regional da Sabesp, Irineu Yamashiro, esteve em Ana Dias com o coordenador do Onda Limpa no Litoral Sul, engenheiro Marco Antônio Vieira Sampaio, para avaliar a possibilidade de integração do sistema de esgoto do bairro com uma das estações de tratamento recém inauguradas no município vizinho de Peruíbe.
A ideia é levar todo o esgoto coletado em Ana Dias para tratamento estação "Lama Negra", de Peruíbe, perto da divisa com Itariri. Para isso, serão aplicados recursos do Onda Limpa na construção de uma estação elevatória e no assentamento de 4 quilômetros de tubos. O prazo estimado para elaboração de projeto e execução da obra é de um ano.
O empreendimento possibilitará expandir a rede coletora de esgoto de Ana Dias, que hoje atende apenas 28% das residências do bairro e não pode ser crescer enquanto não houver garantia de tratamento do esgoto coletado. Após a interligação com a estação de Peruíbe, todos os domicílios de Ana Dias vão contar com coleta de esgoto.
"A integração com o Onda Limpa é uma solução criativa para o saneamento em Ana Dias", comemora o superintendente Irineu Yamashiro. Sem isso, a única alternativa seria construir uma estação de tratamento exclusiva para o bairro de 2 mil habitantes, o que exigiria um investimento alto em relação ao pequeno volume de esgoto a tratar.
O Programa Onda Limpa é uma das maiores ações de saneamento do Brasil e o maior projeto de recuperação ambiental já implementado no litoral paulista. São mais de 3,5 milhões de pessoas beneficiadas, com investimento total de R$ 1,47 bilhão e a geração de mais de 42 mil empregos diretos e indiretos. O programa conta com financiamento da Japan International Cooperation Agency (Jica).
Fonte : Monica Lima / Blog do Camilo Aparecido
Comentário: Essa melhora estrutural que ocorrerá em Ana Dias não apenas proporcionará rede de esgoto para todas as residências da sua área urbana. Na prática ela justifica uma idéia, que foi cogitada nos anos oitenta, de que esse distrito itaririense deveria ser anexado a Peruíbe.
Peruíbe ganharia muito com esse crescimento territorial, pois aumentaria a sua área agrícola - aqueles imensos bananais se tornariam peruibenses - e poderia aumentar o seu potencial para a prática do turismo rural. Já os moradores de lá estariam integrados a um município que apesar dos problemas sociais conhecidos, está em melhores condições do que Itariri.
E é claro, isso contribuiria para o lento porém contínuo processo de valeribeiralização de Peruíbe.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Charles De Gaulle e os setenta anos do Chamado do 18 de junho
Considero o líder francês Charles De Gaulle um dos mais importantes personagens do século XX. Sua recusa em aceitar a vitória da Alemanha em 1940 foi um ato heróico. Ele poderia seguir as suas idéias políticas, anti-republicanas e fortemente direitistas, e aderir ao colaboracionismo. Mas não, ele não podia suportar a afronta que a pátria sofrera, a presença alemã e o consequente sofrimento do seu povo.
O general De Gaulle, exilado em Londres, realizou no dia 18 de Junho de 1940, em um estúdio da BBC, um discurso histórico. Foi o ponto de partida para a criação do movimento FRANÇA LIVRE, formado no princípio por militares franceses resgatados em Dunquerque, aos quais se juntaram muitos outros, incluindo até estrangeiros que viviam em Paris e amavam aquela cidade. Desafiando os nazistas, colaboracionistas e até os próprios aliados, dizendo abertamente "eu sou a França", conseguiu uma vitória do nada.
O desembarque na Normandia não teria sido possível sem o apoio da resistência, e anos de seus esforços. Embora ela não tenha expulsado os invasores, impediu a consolidação do regime de Vichy, e uma consequente adesão da França ao EIXO, o que fortaleceria Hitler e poderia dar a segunda guerra mundial um final muito diferente.
As palavras que aqui reproduzo foram ditas a 70 anos por um personagem estraordinário, um protagonista da história da sua nação e do mundo:
"Os chefes que, desde a vários anos, estão no comando do exército francês, tem formado um governo. Esse governo, alegando a derrota do exército, estabeleceu comunicação com o inimigo para cessar os combates.
Por suposto, temos estado, e fomos superados pela força mecânica, terrestre e aérea do inimigo.
Infinitamente, mais que seu número, são os tanques, os aviões, a tática dos alemães o que nos fazem retroceder. São os tanques, os aviões, a tática dos alemães que têm surpreendido a nossos comandos, ao grau de levar à situação na que hoje se encontram.
Mas, essa é a última palavra? A esperança deve desaparecer? A derrota é definitiva? Não!
Creiam-me, a mim que lhes falo com conhecimento de causa e lhes digo que nada está perdido para a França. Os mesmos meios que nos venceram podem nos dar em um dia a vitória.
Pois França não está sozinha! Não está sozinha! Tem um vasto império ao seu lado. Pode formar bloco com o Império Britânico que domina o mar e continua a luta. Pode, como a Inglaterra, utilizar sem limites a imensa indústria dos Estados Unidos.
Esta guerra não se limita ao triste território de nosso país. Esta guerra não se decidiu na Batalha da França. Esta guerra é uma guerra mundial. Todos os erros, todos os atrasos, todas os sofrimentos não impedem que se tenha, no universo, todos os meios necessários para superar um dia a nossos inimigos. Superados hoje pela força mecânica, podemos vencer no futuro com uma força mecânica superior. O destino do mundo está aí.
Eu, o General de Gaulle, atualmente em Londres, convido aos oficiais e aos soldados franceses que se encontrem em território britânico, ou que aqui venham a se encontrar, com suas armas ou sem elas; convido aos engenheiros e operários especialistas da indústria de armamento que se encontrem em território britânico, a se pôr em contato comigo.
O que quer que aconteça, a chama da resistência francesa não deve e não irá se extinguir.
Amanhã, igual a hoje, falarei na Rádio de Londres."
terça-feira, 15 de junho de 2010
Moura Melo é o meu pastor
Tenho um amigo que vai prestar um concurso público pela Moura Melo, famosa empresa de concursos. Ele vai disputar uma vaga na Câmara Municipal de Mongaguá. Pois é, aquela pequena cidade entre Itanhaém e Praia Grande, que para muitos é apenas um local de passagem de um ponto do litoral paulista para outro.
Lembro quando era criança, e só conhecia tal lugar por causa das minhas viagens de São Paulo até Peruibe. Tinha interesse em visitar a plataforma de pesca, hoje uma decadente construção malufista, um grande hotel que fica encostado em um morro, próximo ao famoso poço das Antas....e é só. Mongaguá pouco significava para mim, mas pode significar muito para o meu amigo.
Pouco interessa que se trate de um município com pouca ou nenhuma importância. O que importa é que ele encontre lá uma solução para certos problemas, os quais não consegue resolver aqui. É comum os peruibenses desenvolverem apegos a nossa cidade, sentimentos que podem ter resultados trágicos.
Conheço gente que sofre por "não bater cartão" lá no paço municipal, que não se conforma de estar fora daquele meio. Estar lá dentro, na condição de funcionário, mesmo que comissionado, parece vital. Experimentei isso e não é bom e felizmente descobri que é possível ganhar o sustento em outros lugares, digamos assim, mais saudáveis.
Não é só uma questão de se ter o mínimo para pagar as contas, mas de possuir uma margem de livre arbítrio, inexistente para o servidor municipal peruibense na atualidade, o qual costuma vigiar a si mesmo na rua, para evitar comentários críticos ao grupo dirigente e portanto, inaceitáveis.
Uso os decrépitos veículos da Intersul, de segunda a sexta, para ir até o meu local de trabalho, por uma estrada que margeia bananais e não me arrependo. O fato é que eu estou livre para não temer represálias de tipos que só faltam babar por mais poder. Aliás, agradeço a Moura Melo por isso, pois foi um concurso dela que me proporcionou essa liberdade.
Moura Melo é meu pastor, nada me faltará.
sábado, 12 de junho de 2010
Empresa O BOTICÁRIO em Registro começará a funcionar no segundo semestre de 2010
A presença do presidente da O Boticário, Artur Grynbaum, na tarde da última quinta – feira, 07, em Registro, marcou o anúncio da concretização do Centro de Distribuição – CD da empresa no município. Durante coletiva com órgãos de imprensa da cidade e região, o presidente, acompanhado do diretor de operações, Giuseppe Musella e do gerente de logística, Paulo Goulart Netto tirou dúvidas dos jornalistas, contou um pouco dos planos da empresa para a cidade e principalmente o que fez a empresa optar pela cidade. “Acreditamos que Registro é um ponto estratégico de ligação com o restante do País e além disso, gostamos de ousar. Queremos fazer parte da materialização da vocação logística da cidade”, explicou o presidente Artur.
Ele ainda contou que durante a fase de construção o Centro de Distribuição – CD serão gerados cerca de 300 empregos, atualmente está empregando 100 pessoas, e a partir do momento que começar a operar, serão 200 empregos diretos. “A Lei de Incentivos que foi proposta pela Prefeitura e aprovada pela Câmara garante que 40% do efetivo seja de trabalhadores da cidade, mas a empresa já se comprometeu a contratar mais do que esse número”, acrescentou a prefeita Sandra. “Inclusive estamos recebendo pelo site currículos de pessoas que são daqui, mas estão trabalhando em Curitiba e região e querem voltar par Registro”, conta o presidente. “Nosso plano é a cada ano, aumentar em 50 vagas o número de postos de trabalho”, garante.
O vice-prefeito Nilton Otoboni, também presente na coletiva, fez questão de chamar a atenção para o fato de que “além dos benefícios diretos que o CD vai trazer para a cidade, não podemos deixar de lembrar que a vinda de um empreendimento desse porte para Registro impulsiona o consumo e a necessidade de outros serviços. O que já pode ser sentido inclusive agora, na fase de construção. São postos de combustíveis, padarias, supermercados, farmácias que tem suas vendas aumentadas devido ao número de pessoas que estão circulando na cidade”.
Para o trabalho no Centro de Distribuição será necessário que o candidato tenha o grau de escolaridade mínima de 2ºgrau para trabalhar em cargos como empilhadores, separadores, conferentes, supervisores, administração, faturamento, além de trabalhos indiretos como no refeitório, na manutenção e limpeza, entre outros.
Após a coletiva, a equipe O Boticário também se reuniu com lideranças da cidade como o presidente da Câmara Municipal, Benedito Honório Ribeiro Filho, o vereador e líder do governo na Câmara, Marcos Portela, o presidente da ACIAR, Hélio Borges, e as franqueadas da O Boticário, em Registro, Marta e Laura Andréa Martins Barbosa. Na sequencia, o grupo se dirigiu para o canteiro de obras da empresa na margem da BR – 116, onde foram apresentadas as etapas de construção e uma imagem de como deverá ficar a obra de 30mil m² com os equipamentos mais modernos do mundo para fazer a separação. “Quando estive visitando a fábrica, no Paraná, pude observar o perfil da administração da empresa calcada na valorização do funcionário e em parâmetros da pessoalidade nas relações de trabalho. A empresa Boticário tem a cara da nossa região, porque se preocupa com o desenvolvimento, mas de forma sustentável”, disse a prefeita Sandra. A intenção da empresa é que toda a produção para o Natal deste ano, já seja distribuída para o restante do País do CD de Registro.
Durante as atividades da agenda a Prefeita Sandra Kennedy e o presidente do Boticário recuperam a história recente da implantação da obra. “O Boticário, definiu pela instalação do CD no município de Registro depois de analisar a viabilidade em várias outras cidades nos eixos Anhanguera, Bandeirantes e Regis Bittencourt. Segundo a prefeita, o presidente da empresa disse que Registro chamava atenção pela localização geográfica, pela infra-estrutura boa da BR 116 e por ter remanescente de Mata Atlântica. E depois de várias tratativas da empresa com a prefeita eleita Sandra Kennedy, antes mesmo dela ter tomado posse, a definição foi se afunilando por Registro. “Nos reunimos com a equipe de expansão de negócios da O Boticário já em meados de outubro de 2008 onde conhecemos melhor a proposta da empresa e fomos desafiados a apresentar uma proposta de incentivo fiscal que fosse atrativa financeiramente, mas que acima de tudo, fosse sólida juridicamente”, lembra a prefeita Sandra Kennedy. “Desde então, a então equipe de transição buscou informações de legislação de outros municípios, procurou bons escritórios de assessoria jurídica sobre o tema. Assim que assumimos, reuni um Grupo de Trabalho composto pela área jurídica, finanças e desenvolvimento econômico e deleguei uma tarefa que parecia impossível: formatar um projeto de lei e apresentar a Câmara de Vereadores esperando ser aprovado em menos de 10 dias. O Grupo fez um ótimo trabalho – procuramos até a Fundação Getulio Vargas para garantir a segurança jurídica que precisávamos – e a Câmara teve sensibilidade e aprovou em curto espaço de tempo”, destacou Sandra Kennedy.
A prefeita ressaltou que foram dias difíceis, porque embora precisasse do apoio da Câmara Municipal não podia revelar o nome da empresa que tinha interesse mais imediato na lei, pois havia assegurado para evitar especulações. Isto porque mesmo com os negócios adiantados em relação ao terreno, a empresa somente se instalaria aqui caso o município tivesse a legislação assegurada. Durante sua participação no Fórum Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social, o presidente Arthur, voltou a ressaltar a importância da Lei de Incentivos fiscais aprovada em Registro.
Fonte: Diário de Iguape
Recomendado: O BOTICÁRIO em Registro e nós ficando para trás
Norte-coreanos que fogem do país narram a miséria escondida pelo regime ditatorial de Kim Jong-il
The New York Times
Sharon La Franiere*
Em Yanji (China)
O operário de construção norte-coreano vivia na penúria. Seu empregador público não lhe pagava há tanto tempo que ele tinha esquecido seu salário. Na verdade, ele pagava ao seu chefe para ser um funcionário fantasma, para que pudesse deixar seu local de trabalho. Então ele e sua esposa poderiam ganhar seu sustento vendendo pequenos sacos de detergente no mercado negro.
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Parecia difícil que a vida pudesse piorar. Mas então, em uma tarde de sábado de novembro, sua irmã entrou em seu apartamento em Chongjin com notícias chocantes: o governo norte-coreano tinha decidido desvalorizar drasticamente a moeda do país. As economias da família, algo equivalente a US$ 1.560, foram reduzidas ao equivalente a US$ 3.
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No mês passado, o operário, sentado em um esconderijo nesta movimentada cidade no norte da china, lamentava os anos de sacrifício em vão. Legumes para seus pais, medicamento para a asma de sua esposa, o agasalho esportivo que sua filha de 15 anos desejava – tudo foi negado com base na teoria de que, mesmo na Coreia do Norte, vale a pena poupar para o futuro.
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“Ai!” ele exclamou, xingando entre gemidos. “O quanto trabalhamos para poupar aquele dinheiro! Só de pensar a respeito me deixa louco.”
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Os norte-coreanos estão acostumados a dificuldades e decepções. Mas a desvalorização da moeda em 30 de novembro, aparentemente uma tentativa de escorar uma economia estatal em dificuldades, foi para alguns o pior desastre desde a fome que matou centenas de milhares em meados dos anos 90.
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Entrevistas no mês passado com oito norte-coreanos que deixaram recentemente o país – um fugitivo da prisão, contrabandistas, pessoas em exílio temporário para encontrar emprego na China, a esposa em viagem de um membro do Partido dos Trabalhadores governista – pintam um retrato assustador de desespero dentro da Coreia do Norte, uma nação de 24 milhões de pessoas, e do crescente ressentimento em relação ao seu líder errático, Kim Jong-il.
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O que parece ausente – ao menos por ora – é instabilidade social. As dificuldades disseminadas, a revolta popular com a desvalorização da moeda e a crescente incerteza política enquanto Kim busca transferir o poder para seu terceiro filho não se transformaram em uma resistência notável contra o governo. Pelo menos dois dos entrevistados repetiram a propaganda oficial de que a Coreia do Norte é vítima de inimigos obstinados, sua pobreza um plano do Ocidente, que sua sobrevivência é ameaçada pelos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão.
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A acusação pela Coreia do Sul de que a Coreia do Norte afundou um de seus navios de guerra, o Cheonan, em março, é apenas parte da trama, disse a esposa do membro do partido.
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“É por isso que temos armas para nos protegermos”, ela disse enquanto visitava parentes no norte da China – e ganhava um dinheiro extra como garçonete. “Nossos inimigos estão nos atacando por todos os lados, e é por isso que carecemos de eletricidade e boa infraestrutura. A Coreia do Norte deve manter suas portas fechadas.”
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Outros se mostraram mais céticos com a propaganda do governo, mas ainda consideram uma guerra como sendo inevitável.
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“Nós estamos sempre aguardando pela invasão”, disse uma ex-professora de escola primária. “Meu filho diz que deseja que a guerra chegue, porque a vida é difícil demais e nós provavelmente morreremos de qualquer forma de fome.”
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Eles e outros norte-coreanos falaram apenas sob a condição de anonimato, em conversas em grande parte arranjadas pelas igrejas clandestinas que operam na China, no outro lado da fronteira. Se fossem identificados como viajando ou trabalhando ilegalmente na China, eles poderiam ser deportados e presos, assim como seus parentes.
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Aproximadamente metade dos entrevistados disse que planeja voltar à Coreia do Norte; a outra metade espera desertar para a Coreia do Sul.
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Em muitos detalhes, seus relatos, feitos separadamente, se encaixam. Eles também reforçaram as descrições dos economistas e analistas políticos de um país abatido.
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Citando fotos aéreas de chaminés sem fumaça, os economistas dizem que aproximadamente três entre quatro fábricas norte-coreanas estão inativas. A economia está em retração desde 2006, quando Kim Jong-il se retirou das negociações multilaterais visando encerrar seu programa de armas nucleares. O afundamento do Cheonan abalará ainda mais a economia: a Coreia do Sul suspendeu quase todo o comércio, privando o Norte dos US$ 333 milhões por ano em vendas de peixes, frutos do mar e outras exportações.
Uma economia em retração
Quando a Península Coreana foi dividida em 1945, a Coreia do Sul era mais pobre do que sua vizinha. Atualmente, seu trabalhador ganha em média 15 vezes mais do que um norte-coreano, segundo dados corrigidos pelo custo de vida. O número de desertores que chegam pela China à Coreia do Sul tem crescido constantemente ao longo da última década, chegando a quase 3 mil no ano passado.
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As taxas de mortalidade infantil e materna cresceram pelo menos 30% de 1993 a 2008, e expectativa de vida caiu em três anos, para 69 anos, no mesmo período, segundo os números do censo norte-coreano e do Fundo de População das Nações Unidas.
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O Programa Alimentar Mundial da ONU diz que 1 entre 3 crianças norte-coreanas com menos de 5 anos é desnutrida. Mais de 1 entre 4 pessoas precisa de ajuda alimentar, diz a agência, mas apenas 1 entre 17 a receberá neste ano, em parte porque os doadores relutam em enviar ajuda a um país que insiste em desenvolver armas nucleares.
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A desvalorização da moeda apenas ampliou o sofrimento. Sua meta era desviar a receita da vasta economia clandestina norte-coreana – seus mercados de rua – para as empresas públicas sem dinheiro.
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Os mercados são a única fonte de renda para muitos norte-coreanos, mas eles são uma afronta ao credo do governo de socialismo econômico. Teoricamente, todos, exceto os menores, idosos e mães de crianças pequenas, trabalham para o Estado. Mas as empresas estatais estão definhando há 30 anos, e os norte-coreanos fazem tudo o que podem para escapar de trabalhar nelas.
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Os agricultores cuidam de seus próprios jardins enquanto ervas daninhas tomam as fazendas coletivas. Os trabalhadores urbanos faltam em seus empregos públicos para mascatearem de tudo, de metal retirado das fábricas desativadas até televisores contrabandeados da China.
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“Se você não praticar o comércio, você morre”, disse a ex-professora, uma mulher de 51 anos com rosto redondo e rabo-de-cavalo. Ela passou de uma funcionária pública obediente a uma comerciante fora-da-lei, mas mesmo assim não conseguiu escapar de sua situação difícil.
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Famintos demais para estudar
Ela lecionou por 30 anos em uma escola primária em Chongjin, a terceira maior cidade da Coreia do Norte, com aproximadamente 500 mil habitantes. O que antes era um emprego de período integral se transformou em um de meio expediente em 2004: as escolas passaram a fechar ao meio-dia. Pelo menos 15 de seus 50 alunos abandonaram os estudos ou partiam após uma hora, famintos demais para poderem estudar.
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“É muito difícil ensinar uma criança com fome”, ela disse. “Até mesmo sentar em uma carteira é difícil para elas.”
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Os professores também passavam fome. Seu salário mensal mal comprava um quilo de arroz, ela disse. Com formação universitária, ela retirou sua própria filha da terceira série em 1998, a enviando para uma vizinha para aprender a costurar.
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Ela abandonou seu emprego na escola em 2004 para vender macarrão de milho no principal mercado de Chongjin, um espaço de barracas com cobertura de plástico com metade do tamanho de um quarteirão da cidade, onde os comerciantes vendem principalmente produtos chineses, incluindo pasta de dente, agulhas para costura e DVDs das novelas sul-coreanas proibidas.
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Mas o macarrão mal dava lucro, então ela tentou um comércio mais arriscado envolvendo produtos controlados pelo Estado: pinhão e frutas vermelhas utilizadas em um chá popular. Esse esquema ruiu em outubro. Após ela e seus sócios terem colhido 17 sacas de produtos de uma aldeia, um guarda em uma barreira confiscou todas elas em vez de aceitar suborno para deixar que passassem. Ela ficou com o equivalente a US$ 300 em dívidas.
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Como ela, o operário de construção, um homem magérrimo de 45 anos com boa cabeça para números, decidiu que o empreendimento privado era a única salvação de sua família. Mas como homem, era mais difícil para ele se livrar de seu trabalho.
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No papel, ele disse, uma construtora estatal de Chongjin o emprega. Mas a empresa possui pouco material de construção e não tem dinheiro para pagar seus funcionários. Assim, como mais de um terço dos trabalhadores, disse o operário, ele paga cerca de US$ 5 por mês para que um funcionário registre sua presença na empresa, para que ele possa trabalhar em outro lugar.
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Esses pagamentos, comuns nas empresas estatais menores, supostamente mantêm as empresas solventes, disse uma mulher de 62 anos que é comerciante em Chongjin. Até mesmo uma empresa grande, como a usina de aço da cidade, não paga salários desde 2007, disseram ela e outros, apesar de seus operários receberem o equivalente a 10 dias de rações alimentares por mês.
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“Como as empresas sobreviveriam se não recebessem o dinheiro dos trabalhadores?” ela perguntou sem ironia.
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Recentemente, a empresa do operário de construção se tornou mais ativa. O Estado resolveu recuperar a única rua pavimentada de Chongjin e construir um hospital e uma universidade para o centenário em 2012 do nascimento de Kim Il-sung, o pai de Kim Jong-il e fundador da Coreia do Norte.
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Mas a onda de projetos teve um custo: cada família foi obrigada a entregar 17 sacos de pedras todo mês para seu comitê local do partido. O operário de construção pediu aos seus pais idosos que procurassem em leitos de córregos e campos por pedras que a família quebrava à mão em pedras do tamanho de uvas.
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Sem um salário do Estado, ele ganha dinheiro com sua inteligência. Todo mês de outubro, ele vende lulas pescadas com um barco que ele pilota nas águas costeiras traiçoeiras. Em outros meses, ele pedala cerca de 30 quilômetros à procura de bens para vender, geralmente detergente comprado de uma fábrica que é revendido por sua esposa com ágio de 12% em uma lona estendida do lado de fora do mercado principal.
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O governo periodicamente tenta intervir nos mercados, regulando preços, horas, tipos de bens vendidos, idade e sexo dos comerciantes e até mesmo se transportam seus produtos de bicicleta ou nas costas.
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Economias dizimadas
Em um comunicado de 2007 do Comitê Central, Kim Jong-il se queixou de que os mercados se transformaram em “um berço de todo tipo de práticas não-socialistas”. A desvalorização da moeda em 30 de novembro os virou do avesso. O Estado decretou que um novo won, mais valioso, substituiria o velho won, mas que as famílias poderiam trocar apenas 100 mil wons, aproximadamente US$ 35 segundo a cotação do mercado paralelo, pelo novo. A medida na prática eliminou as reservas privadas de dinheiro.
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Para amortecer o golpe, dizem os trabalhadores, lhes foi prometido que seus salários seriam restaurados caso retornassem aos seus empregos públicos. Na verdade, disseram o operário de construção e outros, eles receberam um mês de salário, em janeiro, antes dos salários desaparecerem novamente.
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Alguns com contatos políticos evitaram o pior. Uma mulher de Hamhung, a segunda maior cidade da Coreia do Norte, disse que o diretor do banco local permitiu que seus parentes trocassem 3 milhões de wons, 30 vezes o limite oficial.
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A esposa do membro do partido, com o cabelo levemente encaracolado, uma bolsa de grife pirata ao seu lado, se gabou de sua casa de seis cômodos com dois televisores coloridos e um jardim. Em seguida, ele elogiou a desvalorização como uma punição merecida para aqueles que tentaram enganar o Estado, apesar dela ter reconhecido que isso levou ao caos e ter lembrado que um alto funcionário financeiro foi executado devido à política.
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“Muita gente ruim enriqueceu por meio do comércio ilegal com a China, enquanto boas pessoas nas empresas estatais não tinham dinheiro suficiente”, ela disse. “Assim, os abastados perderam para os destituídos.”
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A ex-professora deu tudo o que tinha. Após seus credores a despojarem de todo seu dinheiro, ela disse, ela atravessou a pé o congelado Rio Tumen à noite e entrou na China em busca de ajuda de seus parentes que vivem lá. Faminta e apavorada, ela bateu aleatoriamente às portas até que um estranho a ajudasse a contatá-los.
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Agora segura no lar de seus parentes, ela disse, ela se maravilha em como eles desfrutam de iguarias como pepinos no inverno. Mas abandonar temporariamente seu filho e filha, ambos na faixa dos 20 anos, a deixa tão tomada de culpa que às vezes ela nem consegue engolir os alimento diante dela. “Eu não sei se meus filhos conseguiram algum dinheiro ou se morreram de fome”, ela disse, com os olhos cheios de lágrimas.
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Para o operário de construção, a notícia da desvalorização dada por sua irmã provocou uma corrida para tentar salvar o pé-de-meia da família. Ele esvaziou a gaveta do armário na sala de estar onde guardavam suas economias e dividiu com sua esposa e filha, dizendo: “Comprem o que conseguirem, o mais rápido que puderem.”
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Os três correram furiosamente de bicicleta até o mercado de Chongjin. “Era como um campo de batalha”, ele disse. Milhares de pessoas tentavam freneticamente dar um lance mais alto que as outras por produtos, em uma tentativa frenética de converter o dinheiro que logo não valeria nada em algo palpável. Alguns preços subiram 10.000%, ele disse, antes dos comerciantes encerrarem as atividades, percebendo que seus lucros logo também não valeriam nada.
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Os três disseram que voltaram para casa com 30 quilos de arroz, uma cabeça de porco e 100 quilos de tofu. A filha do operário conseguiu comprar uma pequena tábua de corte e um par de calças usadas. Juntos, eles disseram, eles conseguiram gastar o equivalente a US$ 860 em itens que teriam custado menos de US$ 20 no dia anterior.
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Sua filha tentou confortá-lo. “Pai, eu guardarei essas calças até minha morte!” ela prometeu. Ele disse para ela que a tábua de corte seria seu presente de casamento.
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“Naquele momento, eu realmente queria me matar”, ele disse. Ele gesticulou para a janela do esconderijo e para a noite de Yanji, bem iluminada e com tráfego agitado. “Não é como aqui”, ele disse. “Aqui não é grande coisa ganhar dinheiro. Lá, é sofrimento e sofrimento; sacrifício e sacrifício.”
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Ele disse que não conseguia dormir noite após noite, fixado no agasalho esportivo que sua filha queria. Ela dizia que ele era muito melhor que o suéter de inverno e as calças comuns que ela usava. Ele a dissuadiu, porque os mais baratos custavam quase US$ 15. Quando ela insistiu demais no assunto, ele xingou e gritou: “As pessoas nesta casa precisam comer primeiro!”
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“Eu não posso descrever quão terrível me sinto por não tê-lo comprado para ela”, ele disse, com voz trêmula.
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Um isolamento profundo
Os norte-coreanos que nunca cruzaram a fronteira não têm como ter ideia de suas tribulações. Não há Internet. Os aparelhos de rádio e televisão são soldados para receberem apenas os canais do governo. Até mesmo a esposa do membro do partido não tem telefone e lamenta sua falta de contato com o mundo exterior. Sua primeira pergunta para o estrangeiro foi: “Eu sou bonita?”
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Lentamente, entretanto, a informação está entrando. Os mercadores voltam da China e relatam que as pessoas são mais ricas e comparativamente mais livres lá, e que os sul-coreanos supostamente são ainda mais. Alguns dos celulares dos comerciantes são ligados à redes de telefonia móvel chinesas, que podem ser camufladamente emprestados por taxas exorbitantes.
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A punição por assistir filmes e programas de televisão estrangeiros é pesada. O comerciante disse que um vizinho de 35 anos passou seis meses em um campo de trabalhos forçados no ano passado, após ser pego assistindo “Dragões em Dose Dupla”, um filme de ação cômico de Hong Kong estrelado por Jackie Chan. Para desalento da ex-professora, seu filho de 26 anos corre riscos semelhantes.
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Sua irmã é casada com um funcionário do governo na capital, Pyongyang, ela disse, mas nenhum deles é fã de Kim Jong-il. Em sua visita mais recente, ela disse, sua irmã sussurrou para ela: “As pessoas o seguem por medo, não por amor”.
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Desde a desvalorização da moeda, ela e outros disseram, as pessoas estão claramente mais ousadas nesses comentários.
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“Agora, no mercado, as pessoas falam tudo”, disse o operário de construção. “Elas dizem que o governo é ladrão – mesmo em plena luz do dia.”
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Sua esposa não era uma delas. Por semanas após a desvalorização, ele disse, ela ficou deitada na esteira no chão da sala de estar, imobilizada pela depressão. “Eu não tinha força para dizer nada para ela”, ele disse.
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Finalmente, ele disse para que ela se levantasse. Era hora de recomeçar.
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*Su-Hyun Lee, em Seul (Coreia do Sul), contribuiu com pesquisa.
Tradução: George El Khouri Andolfato
Fonte: http://www.uol.com.br/
sexta-feira, 11 de junho de 2010
AME Vale do Ribeira e o seu futuro impacto em Peruíbe
Governador Goldman e secretário Barradas lançam obras do AME Vale do Ribeira na quarta-feira
O governador Alberto Goldman fará sua primeira visita oficial à região nesta próxima quarta-feira, 16 de junho, às 10 horas, para lançamento oficial do início das obras do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e da Rede de Reabilitação Lucy Montoro. Ao lado do presidente do Consaúde, Décio Ventura, também participam da cerimônia o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. O evento será realizado em Pariquera-Açu, no terreno onde serão construídas as duas unidades que receberão investimento de R$ 8 milhões.
Serão 4,4 mil metros de área construída, em terreno de 12 mil metros quadrados em frente ao Hospital Regional Vale do Ribeira (HRVR). O AME terá 22 especialidades e previsão de realizar 12 mil consultas mensais. A previsão é que os dois prédios, que serão anexos, sejam construídos em dez. As obras devem gerar, no pico, 200 empregos diretos.
Em função das características sócio-econômicas da região, a Rede “Lucy Montoro” terá unidade para hospedagem, durante o tratamento, das pessoas que moram em municípios distantes de Pariquera-Açu.
Fonte: http://diariodeiguape.com/
Comentário: a Secretaria Estadual de Saúde divide SP em distritos, cada um classificado como uma DRS, que significa DIRETORIA REGIONAL DE SAÚDE. Por enquanto, Peruíbe faz parte da diretoria de Santos, mas vejo que isso vai mudar. O SUS daqui tende a reduzir a sua dependência dos recursos médico-hospitalares da metrópole portuária ou seja, surgiu um pragmatismo - pelo menos nessa área - que vai contra a participação ilógica e desvantajosa de Peruíbe na baixada santista.
É muito simples. O AME valeribeirense, instalado em Pariquera, será algo FORA DO COMUM, se comparado com a construção logo abaixo:
No prédio acima funcionará o AME de Peruíbe, mas inauguração, até agora, nada. E sei que terá menos especialidades...e espaço. Não adianta, o futuro para muitos usuários peruibenses do serviço único de saúde será frequentar Pariquera. O HRVR (Hospital Regional do Vale do Ribeira) já recebe pacientes daqui que necessitam de fazer hemodiálise, e entre os planos está o de direcionar muitos pacientes de Peruíbe - que atualmente frequentam o AME de Praia Grande - para aquela cidade.
Analizando essas notícias, entendo agora o esforço do ex-prefeito Mário Omuro ao tentar convencer o governo paulista em construir um Hospital Regional em Peruíbe. Isso não beneficiaria apenas peruibenses, veranistas e moradores de cidades vizinhas, lhes possibilitando tratamento médico melhor e menos demorado. Esta cidade se tornaria uma referência nessa área. Quanto progresso VERDADEIRO isso geraria, com muitos empregos diretos e indiretos. Pariquera tende a se tornar vanguarda em uma região que ainda é muito atrasada. Seus tradicionais bananais perderão a importância atual, ante um ciclo de desenvolvimento saudável proporcionado por inteligentes investimentos estatais em um importante e vital setor de serviços.
É bom eu citar que Pariquera faz parte da DRS de Registro, e as diretorias não são estáveis, podendo ser revistas. Ou seja, com Peruíbe recorrendo cada vez mais as principais unidades hospitalares valeribeirenses para atendimento específico dos seus pacientes, claro que nosso município poderá mudar de DRS no futuro, para facilitar e ampliar as melhorias realizadas, resultado da falta de apoio santista, naturalmente.
Por mais que muitos digam o contrário, a RMBS ( Região Metropolitana da Baixada Santista ) tende a ter uma importância decrescente no nosso futuro. Se Santos nos despreza, o jeito é se juntar a turma lá "do outro lado", que já nos trata com mais consideração. Algo para se pensar.
Bons comentários do visitante Daniel
"Todas as cidades brigam para que haja desenvolvimento, criação de novos empregos e geração de renda.
Sou casado com uma peruibense que se continuasse a viver aí ficaria trabalhando no compre bem, na pizzaria, ou nas pernanbucanas, e ganharia R$ 600,00 por mês.
Foi OBRIGADA, à mais de 10 anos, a sair de Peruibe, tentar vencer na vida.
Qual o futuro de um mulher de 18 anos, que residia no Guaraú em 2000 de conseguir emprego.
Lá só se for trabalhar na padaria do Juarez ou no mercado da vovó.
Peruíbe parou no tempo, não cresce, estagnou.
Tanto se fala de turismo, mas qual a politica de turismo que se tem em Peruíbe. Nem os "remanescentes indígenas", abrem suas aldeias para divulgar sua cultura e artesanato. A Jureia, cuja maior parte do parque na verdade fica em Iguape, mas só se fala em Peruíbe, quando este é o assunto, é divulgada.
Aquela pirâmide com posto de informação na entrada nunca tem ninguém que informe nada.
A praia não precisa de divulgação, todos lá já sabem dela, a cidade precisa se conscientizar que ela não é só praia. Veja o abarebebe, uma das primeiras igrejas do Brasil jogadas ao nada.
O porto geraria empregos, renda PARA OS MORADORES DA CIDADE, garantiria que filhos da cidade ai permaneçam sem precisarem migrar de cidade ou da região. Para ver miséria não precisa ir ao Caraguava, o Guaraú em Junho, Julho e Agosto é um nada, o dinheiro acaba, não circula, e infelizmente a droga é algo presente na vida de muitos jovens de lá. Hoje temos condições de fazer o uso de novas tecnologias com o mínimo de impacto ambiental, tendo com exemplo, a nova imigrantes em relação as outras pistas da serra.
Concordo com o Breno, Peruibe é muito mais ligado ao vale do que a baixada, nasci e resido em Santos, mas muitos olham torto para qualquer outra cidade da baixada, como se aqui fosse o centro do Terra.
Governantes, criem politicas publicas, promovam o desenvolvimento de suas cidades, em conjunto. E ONG's, se vocês não concordam com um posicionamento, um projeto, discutam sobre isso, apresentem propostas alternativas, manifestem-se em audiências publicas, mas não sejam da turma do NÃO. Não permitam que Peruíbe vire uma cidade só de aposentados com uma praia para ser desfrutada. Poucos não devem atrapalhar o progresso de muitos. Esta é uma visão de alguém que vê como as coisas de fora, sem a passividade de quem lá reside, sem paixões ou qualquer interesse."
terça-feira, 8 de junho de 2010
Moradores da Juréia lançam abaixo assinado contra despejo / junho de 2010
Moradores fazem campanha para evitar despejo na Jureia
07 de junho de 2010
Associações de moradores da Jureia, no litoral sul paulista, iniciaram hoje uma campanha pela internet para evitar o despejo de 360 famílias que habitam o interior da reserva ecológica. Um abaixo assinado pede apoio a um projeto de transformação da Estação Ecológica de Jureia-Itatins em Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS).
O novo modelo permitiria a permanência das comunidades no interior da mata. Isso porque o Ministério Público Estadual (MPE) deu prazo de 120 dias para que o governo estadual promova a retirada dos moradores. Uma ação movida pelo MPE anulou projeto anterior do governo que transformava a estação ecológica num mosaico de unidades de conservação e garantia a permanência de comunidades tradicionais.
De acordo com Arnaldo Rodrigues, da União de Moradores da Jureia (UMJ), as comissões de Direitos Humanos e de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa encaminharam ofícios pedindo audiência com o governador do Estado, Alberto Goldman, para discutir o novo projeto. "Estamos reforçando com a coleta de assinaturas." O objetivo, segundo ele, é mudar o conceito de que a presença do homem não combina com a preservação do meio ambiente. "Essas comunidades vêm há mais de quatro séculos usando os recursos naturais de maneira sustentável, o que proporcionou a conservação da Jureia até hoje. Vários estudos confirmam que essa visão do homem fora do meio é ultrapassada, pois temos certeza que as comunidades fazem parte da natureza", disse.
A Secretaria do Meio Ambiente informou que a Fundação Florestal está concluindo um novo projeto para recriar o Mosaico da Jureia-Itatins e que atende as exigências da Justiça. O projeto será enviado ao governador, que o submeterá à Assembleia Legislativa.
FONTE: ESTADÃO
O texto abaixo é o que foi lançado na internet e o link para o abaixo assinado segue depois:
Excelentíssimo Sr. Governador do Estado de São Paulo
Nós abaixo assinados, vimos por meio desta manifestar nossa indignação perante aos fatos acontecidos desde a criação da Estação Ecológica da Juréia-Itatins em 1986 até a ação civil pública nº 441.01.2010.001767-0, em 2010 que prevê 120 dias para que o Governo Estadual tome medidas cabíveis para a total desocupação da Juréia, incluindo todas as comunidades tradicionais, causando perdas irreparáveis de suas raízes culturais, tais como o artesanato, o fandango (musicas e danças), o mutirão, os saberes tradicionais, e os causos. Tal fato acarretará o HOLOCAUSTO das comunidades Caiçaras da Juréia, também causará grande impacto nas periferias das cidades. Lembramos que algumas famílias residem no local a mais de 300 anos, protegidas por diversas convenções internacionais, fato que tem sido completamente ignorado pelo Governo do Estado de São Paulo.
Tendo em vista que a única e definitiva resolução para esse dilema é a reclassificação da unidade de conservação e entendendo a gravidade e a urgência de resolução desta questão. Solicitamos ao Governo do Estado a reclassificação da ESTAÇÃO ECOLÓGICA DA JURÉIA em RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL garantindo assim a permanência de todas as comunidades em unidades de conservação de uso sustentável, como construtoras de biodiversidade, preservando seus direitos de acesso a seus territórios a conservação do meio ambiente e conseqüentemente a manutenção de sua cultura para que as futuras gerações tenham direito a um meio ambiente equilibrado e socialmente justo.
LINK DO ABAIXO ASSINADO
Essa é uma campanha justa com a qual vale a pena colaborar. Assinem por essas pessoas, mas não pelos ongueiros que estão se lixando para a maioria dos pobres desta cidade. Falo de gente que oculta os seus preconceitos sociais com discursos ecológicos e que se coloca como salvacionista.
Vamos ignorá-los, apenas apoiem os moradores da Juréia, pois merecem o apoio do povo peruibense nesse momento tão difícil. Que seja por eles, e não por falsos heróis.
Leiam:
contradições dos nossos ongueiros e simpatizantes