domingo, 17 de abril de 2022

DOMINGO DE PÁSCOA EM PERUÍBE (SEMANA SANTA): REFLEXÕES DE UM PERUIBENSE, NA ETAPA FINAL DA PANDEMIA - ABRIL DE 2022





Faz cerca de um ano atrás, escrevi um artigo intitulado SEXTA-FEIRA SANTA EM PERUÍBE: REFLEXÕES EM TEMPOS DE PANDEMIA, o qual francamente, parece ter sido elaborado numa época muito distante, considerando o quanto Peruíbe mudou. Eu mesmo também mudei, basta dizer que hoje resido em outra casa (pois é).

De uma cidade que enfrentou a distopia quase que apocalíptica dos lockdowns, com muita gente desempregada e dependente de cesta básica e auxílio emergencial, vejo hoje uma realidade menos dura para a maioria dos moradores. Novas lojas foram abertas, e os turistas e veranistas têm retornado, embora com menos dinheiro pra gastar. Existe uma recuperação, motivada por uma melhora real das condições do país, governado por um cara que a nossa 'elite intelectual' chama de "genocida", sem apresentar qualquer prova disso. Atualmente, quando caminho pelas ruas (que em 2020 ficaram quase que desertas), vejo a maioria dos transeuntes sem máscaras. Só a turminha lacradora pra achar que ainda não estamos próximos do fim da pandemia. A transição do covid-19 de um vírus pandêmico para endêmico está aí pra quem quiser ver, só faltando esse fato ser reconhecido e anunciado pelas autoridades competentes, nas próximas semanas ou meses (deste ano não passa). Ah, sim: o "fascista" prossegue sendo um campeão de popularidade por aqui.

Não digo que a esperança predomina, mas sem dúvida a desesperança diminuiu, fato saudável para qualquer sociedade. Vejo um pessimismo mais focado em questões municipais do que nacionais, tipo mais munícipes querendo pra ontem um novo hospital, e reclamando menos do desemprego. E sim, mais crianças nesta cidade comeram ovos de chocolate hoje, se compararmos esta data cristã com a do ano passado.

E concluo este artigo, com um trecho do que escrevi um ano atrás. Lá vai: "Jesus, o profeta que foi crucificado nesta data, jamais propôs uma reforma coletiva, mas sim uma mudança individual, também defendida por diferentes profetas citados no antigo testamento e pelos primeiros santos da igreja católica. Isso diz bastante para muito morador desta cidade, que prossegue acreditando em esforços coletivos que não frutificam, nas autoproclamadas "vozes do povo" que "lutam pela cidade" e "ficam à frente" (do que, francamente eu não sei), em vez de pensar por si mesmo. O fato é que se algumas pessoas de uma sociedade melhorarem a si mesmas, mesmo não formando uma maioria, elas poderão influenciar o meio social em que vivem para melhor, mas esse é um assunto demasiado filosófico para ser sequer debatido aqui. E quando digo aqui, me refiro ao município em que moro, simples assim (...). E viva Jesus Cristo, defensor da maior minoria da humanidade: o indivíduo, que mesmo sozinho pode fazer a diferença."




Bacalhau na ceia de páscoa, fiz questão






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MARCADORES: PÁSCOA EM PERUÍBE, RESSUREIÇÃO DE JESUS CRISTO, ESPERANÇA VERSUS DESESPERANÇA, ABRIL, 2022

UM SÁBADO DE PÁSCOA EM CURITIBA E PINHAIS (CONTO) - ABRIL DE 2022




Pouco meses atrás, a garota do sonho tinha se mudado para Pinhais, onde passou a morar com uma amiga, a garota da scooter. Após visitar a cidade, onde ficou por alguns dias, decidiu se mudar para lá, pois para ela Peruíbe prosseguia como uma cidade grande em beleza, mas feia em perspectivas. Já o distante município paranaense, lhe chamou atenção pelo belo panorama urbano, e naquilo que mais a interessava: a chance real de ter um emprego de verdade.

A "nova pinhaense" se acostumou com a rotina, de segunda à sábado, ir até Curitiba para trabalhar em uma loja de um Shopping em um bairro no centro, onde conheceu uma moça da mesma cidade de origem, a qual desde o ano passado passou a morar ali perto com o namorado, agora convertido em marido não-oficial. Durante a primeira conversa que tiveram, ambas se deram conta, que tinham se tornado trabalhadoras as quais, em busca de melhores condições de vida, migraram de uma terra distante e geradora de saudade.

Ah, a saudade! Como não se esquecer, de um lugar tão repleto de beleza! Peruíbe é um lugar muito difícil (para se viver), mas também é um lugar maravilhoso, e todo aquele que dele parte sabe bem disso. E para quem sai resta a esperança, de para a bela terra peruibana retornar ... para ficar. Desde que se mudou, a garota do sonho manteve isso em mente, da que sua mudança ser provisória. Mas para à amiga, a última garota, a admiração por Curitiba sepultou qualquer desejo de retorno.

No sábado de páscoa (no qual não foram obrigadas ao uso de máscaras, após dois anos de pandemia), enquanto trabalhavam em um quiosque no corredor do shopping, conversaram sobre isso:

"Quando a situação ficar melhor por lá, vou voltar", disse a pinhaense temporária.

"Ou seja, nunca irá voltar", rebateu a curitibana de coração. "Peruíbe deu tudo o que tinha que dar, supera, pô!"

"Vai dizer que não sente falta? Você morava perto da praia do centro, tinha tudo perto de casa. E então?", replicou com um argumento que a outra, logo de cara, considerou fraco.

"Então digo eu!", e começou a enumerar as próprias razões, com os dedos da mão esquerda. "Era uma sem emprego, sustentada pelos pais, com um diploma universitário de enfeite na parede, e que vendia bijuteria pra tirar uns trocos. E me sentia uma inútil. Nem meu namorado me segurou, quando quis vir para cá."

"E ele mora contigo, agora. É aí, pretende me largar aqui, pra ir dar aula?"

"Claro, estudei pra isso", e fazendo uma expressão pensativa, perguntou: "acha que vai fazer muito frio neste ano?"

"Tá querendo ver a neve de novo? Ele te disse que se mudaria também, na última vez que nevou, né?

"Sim", respondeu. "Ah, já te contei disso. Sabe, foi como se tivesse me pedido em namoro uma segunda vez. Na 'primeira', o figura perdeu a BV comigolá no ponto I. Era tão bobinho, dava até dó!", disse, enquanto sorria e balançava a cabeça.

"Tem que nevar, vai que neva só depois que eu voltar? Aí me lasco, né?", disse a outra, antes de atender uma cliente, que pegou toda a conversa, e pensou: "caramba, até aqui tem peruibense?"

Oras depois, a peruibana saudosa já estava num ônibus da linha curitiba/pinhais, para voltar pra casa, sua nova casa, cujo aluguel repartia com a garota da scooter. Chegou na rodoviária próximo ao entardecer, que admirou. "Tapou" o sol com os dedos, e sabia que tinha feito a escolha certa. Seria a primeira páscoa fora da cidade natal e longe da família, mas sabia que esse era o caminho, se quisesse viver com um mínimo de independência.






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sexta-feira, 15 de abril de 2022

OLHANDO PARA A LUA, NUMA QUINTA-FEIRA DE PÁSCOA EM PERUÍBE (CONTO) - ABRIL DE 2022





Era uma bela noite em Peruíbe, quinta-feira de páscoa. Cerca de dois milênios antes, Jesus e seus discípulos celebraram a célebre última ceia, ocasião em que ele lavou os pés dos mesmos. Enquanto admirava a lua do quintal de casa, ele pensou nisso, e em algo que tanto o afligiu em tempos mais recentes.

Uns dois meses antes, tinha finalmente deixado de ser desempregado, numa cidade lotada de gente sem trabalho, superando uma condição que o fazia ser discriminado pelos próprios parentes. A fase inicial da pandemia o botou nessa situação, pois o então patrão não aguentou o primeiro lockdown e demitiu quase todo o quadro de funcionários, com a loja física se tornando virtual. Escutou a promessa de que "quando a situação melhorasse, seria contratado de volta", mas não acreditou. E em casa, não faltaram dificuldades, sendo ele o único maior de idade numa família de quatro irmãos, mãe faxineira e pai aposentado por invalidez, todos morando numa rua do Caraguava, famosa por ficar severamente inundada durante as enchentes.

Cada real que recebia do auxilio emergencial era muito bem gasto pela mãe, a qual perdera várias "faxinas", pois algumas das patroas eram comerciantes, que precisaram cortar gastos, passando a limpar as próprias casas. Aquelas seis pessoas passaram por um longo período de aperto e humilhações. A aposentadoria do pai tornou-se a principal renda familiar, porém insuficiente, e até de cesta básica doada, ele precisou ir atrás. Foi o fundo do poço, literalmente.

Certo dia, uma ex-colega de escola - cuja mãe fabricava e vendia máscaras - lhe contou um sonho que teve, no qual viu uma Peruíbe renovada e melhorada. Para ele, a mina tinha tido um baita delírio onírico, considerando a situação quase que distópica que todos, em diferentes graus de dificuldade, enfrentavam. Arrumar as malas e migrar tornou-se uma tentação quase que diária, mas o problema era pra onde ir, e ainda tinha uma questão de como ficaria a família sem ele, pois conseguia alguns bicos.

Os feriados religiosos mais importantes o apoquentavam, dada a falta de recursos para comemorações. Por dois anos seguidos, seus irmãos não ganharam presentes de natal (e aniversário), e tiveram de dividir pequenos ovos de chocolate, todos doados. E nessas datas, ainda ouvia críticas, por "não arrumar trabalho". Pois é.

"Eu tenho culpa de estar sem emprego?", perguntava para si mesmo. "Quando trabalhava todo dia, ninguém me elogiava, agora isso!", desabafava em pensamentos. Entendia as preocupações dos pais, mas esperava que os mesmos entendessem as limitações dele, mas como nada isso ocorria, as relações familiares tinham momentos de tensão, com discussões inúteis que não punham comida na mesa, pagavam as contas e abasteciam a geladeira. E ainda precisaram enfrentar uma enchente que lhes deu muitos prejuízos.

Mas até o sofrimento, por pior que seja, tem a sua finitude. Mesmo com a temporada de verão (a terceira, desde o início da pandemia), sendo fraca, o rapaz conseguiu se empregar num supermercado (como trabalhador terceirizado), deixando de ser um pária social, na terra dos convencidos. E quando um certo cara, tratado como vilão em diversos telejornais, e chamado por um professor comunista do bairro de "genocida", disse no início de abril que o governo federal planejava rebaixar o status da pandemia de covid-19 para endemia, compreendeu que até o "novo normal" logo ficaria para trás.

E na tarde daquela quinta, voltou para o lar levando uma sacola, a qual continha três ovos de páscoa, que qualquer criança consideraria grandes. "Chega de miséria!", pensou. Foi ele que pagou, ninguém tinha algo com isso, os comprou para os irmãos (dois meninos e uma caçula), menos para os pais, que não gostavam de chocolate. E tratou de os esconder deles, para só presenteá-los no domingo.

E então, enquanto olhava a lua naquela tranquila noite, após pensar em Jesus, nos sofrimentos dele e nos dele mesmo(do que tinha passado até ali), se lembrou da ex-colega de escola e seu sonho. Seria possível que a "terra da eterna juventude" progrediria tanto? A própria moça não ficou esperando pra ver isso, tinha se mudado para Pinhais, no paraná, embora lhe tinha dito que pretendia voltar, pois tinha a certeza de que o lugar em que nasceu alcançaria um novo patamar de desenvolvimento, ou seja, optou por um "exílio" provisório (tal como tantos outros peruibanos antes dela), e que lá longe, espera pela oportunidade de voltar.

E o rapaz do supermercado foi dormir cedo, pois iria trabalhar durante a sexta-feira santa. Estava empregado e aliviado, era isso que mais lhe importava.






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MARCADORES: PÁSCOA EM PERUÍBE, QUINTA-FEIRA SANTA, FERIADO CRISTÃO, PANDEMIA, EMPREGO, PERUIBENSE, CONTO, ABRIL, 2022

VISÃO LIBERTÁRIA: MAIS UM "CAUSO" ANARCOCAPTALISTA! - ABRIL DE 2022




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quinta-feira, 14 de abril de 2022

POSTAGEM ZOEIRA: GERALDO ALCKMIN VAI MESMO VIRAR VICE DE LULA NA ELEIÇÃO PRA PRESIDENTE DO BRASIL - ABRIL DE 2022





Alckmin, o então "anti lula", numa capa da revista ISTOÉ, em 2006



Nesta quarta-feira (dia 13, pois é), o diretório nacional do PT aceitou a indicação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (ex-tucano, agora no PSB) para ser vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (o Lula, pois é), o qual pretende se candidatar para a presidência da república nas eleições deste ano. Ambos enfrentarão Bolsonaro (e o vice dele, que nem sei quem vai ser, isso não importa), aquele terrível vilão contra o qual a esquerda tanto luta, simplesmente o meu malvado favorito! E quanto ao cara no qual já votei para governador de São Paulo (sim, sou ex-eleitor tucano), só posso desejar felicidades!





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MARCADORES: ELEIÇÕES PARA PRESIDENTE DO BRASIL 2022, GERALDO ALCKMIN VICE DE LULA, ABRIL, 2022

sábado, 9 de abril de 2022

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO: AGENTES DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR RECEBEM PROMOÇÃO (E A OPINIÃO DESTE AOE) - ABRIL DE 2022



AOE pé no chão pensando em qual curso fazer, para aumentar o salário


Mais de 9,3 mil servidores que apresentaram diplomas terão aumento na folha de abril para receber em maio.


A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) concedeu nesta quarta-feira (6) promoção para 9.367 Agentes de Organização Escolar (AOEs) que submeteram seus diplomas. Com a aprovação do PLC 3/22 em 22 de março, todos os cursos podem ser utilizados para a promoção e não apenas aquelas das áreas pedagógicas.

“Esta promoção é parte de uma série de medidas para a valorização dos AOEs que tanto contribuem com a gestão escolar na organização das atividades em mais de 5 mil escolas”, declara a Renilda Peres, Secretária Estadual da Educação.

A carreira dos AOEs foi revisada, em outubro de 2021, com o propósito de valorizar estes servidores com a inclusão de vantagens, como a previsão para a evolução com cursos de nível técnico e pós-graduação e a redução do tempo mínimo para a promoção dos profissionais.

Em março de 2022, a Seduc-SP disponibilizou, na Secretaria Escolar Digital (SED), o requerimento para os AOEs que desejassem apresentar seus diplomas para a promoção prevista para esse ano. Todos os requerimentos válidos incluídos até 31 de março terão efeitos a partir de 1º de abril e o pagamento para esses servidores estará na folha paga em maio. Os AOEs que ainda não solicitaram o reenquadramento poderão fazê-lo durante o ano.



FONTE: SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO


OPINIÃO: quem reclama desse modelo de promoção para os AOEs (agentes de organização escolar), o faz por ideologia, simples assim. Inexiste discriminação aí, pois nada (sim, nada mesmo), impede o servidor de ir atrás e fazer algum curso técnico, para evoluir de faixa salarial, e consequentemente ganhar mais. Se alguém da categoria já tem um diploma na gaveta, qual o problema de o usar, em benefício próprio? Ah, mas e a "categoria", como é que fica? O destino histórico da nossa categoria é a profissionalização, e os agentes que quiserem evoluir em seus cargos precisarão se profissionalizar, sem ficar sonhando com uma "evolução coletiva" que jamais existirá. Francamente, não há por que sofrer gratuitamente, pelo os que não querem se esforçar, não existe mérito nisso.




A estabilidade do funcionalismo será mantida, por enquanto.


POSTAGEM RECOMENDADA:  COMO ESTE AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR REAGIU, QUANDO SOUBE DO AUMENTO SALARIAL DE 10%


MARCADORES: ESTADO DE SÃO PAULO, ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DE SP, AGENTES DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR, SALÁRIO, PROMOÇÃO SALARIAL, CARREIRA, PROFICIONALIZAÇÃO DO CARGO, ABRIL, 2022

DESFILE ESCOLAR (ESCOLA CLAY PRESGRAVE DO AMARAL) EM ANA DIAS / ANIVERSÁRIO DE ITARIRI - 9 DE ABRIL DE 2022














MARCADORES: ANIVERSÁRIO DE ITARIRI, DISTRITO DE ANA DIAS, VALE DO RIBEIRA, DESFILE ESCOLAR, ESCOLA CLAY PRESGRAVE DO AMARAL, ABRIL, 2022