Guarujá é a cidade com maior número de pessoas infectadas. Foram 2.979 casos no primeiro trimestre
THIAGO CALIL
A epidemia de dengue continua nas cidades da Baixada Santista e assusta os moradores. Com ou sem sintomas da doença, a população lota os postos de saúde em busca de atendimento ou para espantar a suspeita do mal. Apesar do pânico, os casos da doença baixaram em todo o estado, segundo a Secretaria da Saúde. Foram 8.076 casos em março, 52% a menos que o registrado em fevereiro.
Guarujá, a 86 quilômetros da capital, é a cidade litorânea com maior incidência da doença no estado. A epidemia foi decretada no último dia 12, quando o município registrou o 962 caso. Até o final do mês, o número de pessoas infectadas pela dengue subiu para 2.979. Já a cidade de São Vicente, também na Baixada Santista, aparece logo em seguida no ranking, com 1.877 casos no primeiro trimestre.
Mesmo assim, o risco não espanta os turistas, que preferem curtir o feriado à beira-mar. A psicóloga Ana Fonseca, que estava na Praia do Tombo, soube da epidemia quando já estava a caminho do Guarujá e ficou apreensiva. “Se eu soubesse antes, teria repensado a viagem. Quando é um caso ou outro, tudo bem, mas uma epidemia é mais complicado”, pondera.
A diarista Neide Alves da Silva, de 40 anos, também moradora da praia do Tombo, tem medo. “Esse problema da dengue é assustador. Ainda mais eu, que estou grávida de cinco meses”, justifica. A epidemia fez Neide mudar alguns hábitos. “Agora eu só saio de repelente e evito lugares com muita planta”, explica a diarista.
Segundo o secretário de saúde do Guarujá , Marco Antônio Barbosa dos Reis, o maior problema é a grande quantidade de casas de veraneio, que ficam fechadas, sem ter como eliminar os possíveis criadores do mosquito Aedes aegipty, transmissor da dengue. “A fumaça que a gente joga mata apenas os mosquitos adultos. Se o criadouro continua, daqui a cinco dias, já tem mosquitos crescido de novo”, avisa o secretário.
Para tentar controlar a situação, a Prefeitura inaugurou há 15 dias o Centro de Referência e Tratamento da Dengue. Trata-se de uma grande tenda climatizada, com atendimento médico imediato, exames e até internação. “Nós só atendemos os casos mais graves. Conseguimos manter uma média de internação de dois dias e felizmente não tivemos mais nenhuma morte por dengue na cidade”, comemora Marco Antônio.
No Centro de Referência em Emergência e Internação (Crei) de São Vicente, no Centro, a funcionária pública Adriana Felício, de 38 anos, que foi levar a mãe ao médico, reclamava da própria população. “Tem gente que não está nem aí se há criadores dentro de casa. O próprio povo ajuda a deixar a situação chegar nesse estado de epidemia”, questiona.
FONTE: Diário de São Paulo
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