Uma cidade na qual passar em algum concurso público, prossegue como o melhor meio de ascensão social meritocrática para os mais pobres, continua a ser uma cidade sem futuro. Vocês sacaram?
MARCADORES: DRAGON BALL, ANIME, MANGÁ, CULTURA POP JAPONESA, GOHAN (FILHO DO GOKU), BULMA (MULHER DO VEGETA, NÃO DO GOHAN), NOME DOS FILHOS, DRAMA, TRAGICOMÉDIA, SETEMBRO, 2020
No início da pandemia, muita gente passou a fazer mais comida em casa, e por falta de dinheiro, focou na alimentação básica, e o arroz é o cereal mais consumido nas casas brasileiras. A demanda chinesa afetou o preço internacional do produto, contribuindo para que o grão alcançasse no Brasil a maior cotação desde o plano real. Mas não se preocupem: em abastecimento, este país prossegue em melhor situação do que a socialista Venezuela. E viva o agronegócio.
Caro concurseiro. Caro servidor público. Antes de ficar aterrorizado com a reforma administrativa, busque se informar. Não é tão difícil entender o projeto.
Quando chegou em casa, ela se apressou. Deixou a bolsa num canto da sala, e foi abrir a porta de vidro que dá acesso para uma das varandas do apartamento. No mês anterior, viu o sol "descendo" na ponte Hercílio Luz, e achou maravilhoso. Aquela tarde sem o frio intenso, vento e chuva que caracterizou os dias anteriores, e um céu com poucas nuvens, pareceu adequada para observar um novo crepúsculo na "ilha da magia".
Depois de sentar-se ao chão para olhar a paisagem, ela se lembrou que dias antes, tinha nevado em Curitiba, algo bem inesperado, por ocorrer no mês de agosto e durante um inverno considerado fraco. Pensou na ironia de estar morando numa cidade ainda mais ao sul (em Santa Catarina), e nunca ter visto isso. Uma ex-vizinha e ex-colega de escola, agora "curitibana", lhe mandou registros em fotos e até um vídeo desse evento inusitado, que surpreendeu tanta gente.
Mas a melhor notícia que recebeu era de natureza romântica: o namorado da amiga decidiu, após muita indecisão, também se mudar para a capital paranaense. Sempre torceu pelos dois e se preocupou quando passaram a ter um relacionamento à distância. Numa quente e já distante noite de verão, quando passava perto do ponto I,na praia do centro,os viuconversando na calçada próxima da praia, e involuntariamente, testemunhou o primeiro beijo do casal. Evitou se aproximar pra não "segurar vela", e sentiu satisfação e admiração por ela.
Num passado recente, ambas tinham decidido migrar da "terra da eterna juventude", onde consideravam estar perdendo tempo, por falta de oportunidades. Ela optou pela capital de SC, pois alguns anos antes a avó, viúva e aposentada do funcionalismo público municipal, tinha se mudado para lá, e certo dia a convidou pra que morassem juntas, pois sabia do desejo da neta em cair fora do lugar que ela mesma tinha se cansado. A moça não pensou duas vezes: semanas depois, embarcou num ônibus da viação Catarinense, e aguentou cerca de doze horas de viagem, coisa pouca "pra quem está em busca do melhor" (foi o que pensou, quando soube o quanto duraria a jornada). Se mudou, se esforçou, e não se arrependeu.
Mas enfim, viu o sol poente, bem destacado no horizonte, pouco acima do panorama urbano local. O alto azul do céu contrastou com os tons avermelhados em torno do astro-rei, que lentamente desapareceu por detrás dos edifícios mais longínquos. Aos poucos, a claridade do dia cedeu espaço para uma crescente escuridão, e a iluminação noturna tomou conta das ruas da bela Florianópolis. Ter voltado com mais rapidez do trabalho valeu a pena, sem dúvida foi um bonito entardecer.
A avó chegou em casa mais tarde, depois de visitar uma vizinha, moradora do mesmo prédio. Pediram uma pizza, e se recordaram da saudosa Peruíbe.
E quando foi dormir, concluiu que só lhe faltava algo, sem dúvida, muito importante: conhecer um cara legal, para ela amar e ser amada.
"Direitista" que fica atacando as religiões, está propagando uma narrativa marxista cultural, pois acredita nela sem perceber. Se o cara não gosta de pastor, padre e sacerdotes de outros credos, isso é direito dele, que se abstenha de cultos e pregações, mas propagar o que o marxismo cultural fala contra as religiões, apenas favorece o lado que o tal "direitista" diz combater, típica coisa de "anti-comunista" com pés de barro, que mais atrapalha do que ajuda.
POSTAGEM RECOMENDADA: MARXISMO CULTURAL :UM DOCUMENTÁRIO | A DESTRUIÇÃO DO OCIDENTE MARCADORES: DIREITISTA QUE ATACA AS RELIGIÕES, IDEOLOGIA, KARL MARX, COMUNISMO, MARXISMO CULTURAL, NARRATIVA MARXISTA, DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA, ANTONIO GRAMSCI, AGOSTO, 2020
Meu humilde conselho para o direitista liberal bonzinho que adora discutir ideias: não perca tempo dizendo pra um estatista que ele está errado. Se o fulano quer ficar acreditando que um Estado forte, todo poderoso, é o melhor para o país, francamente, o problema é dele. O modelo estatista de política e economia é um fracasso monumental na Venezuela, e a Argentina segue pelo mesmo caminho. Todo ex-estatista não foi convencido por alguém, se desiludiu por si mesmo, apenas aceitou os fatos. E azar de quem prossegue sendo estatólatra.
canudinho comestível: não foi o estatismo que o criou
Para ela, aquela sexta-feira foi a noite mais fria do ano em Peruíbe. De manhã, escutou o boato de que teria nevado em Barra do Turvo, lá no outro extremo do Vale do Ribeira, mas alguém lhe disse que não se tratava de neve, era "apenas" chuva congelada. Imaginou isso na própria cidade, um lugar com verões tórridos, e um povo acostumado ao calor. Aí que quase ninguém, nesses tempos de pandemia, sairia de casa. E mesmo sem esse clima estremo, o dia foi bem gelado.
Já tinha se acostumado com aquela rotina sem aulas presenciais na escola, da qual sentia muita falta, pois estava no ensino médio, e pretendia ir para a faculdade. Felizmente, num aniversário, ganhou um celular, muito útil para as aulas remotas com os professores. O computador foi vendido, para pagar contas urgentes, e o auxílio emergencial tornou-se fundamental para o apertado sustento diário de todos. A internet só não foi cortada por causa dos estudos dela e dos dois irmãos.
Dias antes, o pai foi para São Paulo, onde conseguiu um bico numa obra que tinha sido retomada. A mãe passou a costurar máscaras com uma vizinha, enquanto ela cuidava da casa. Sem dúvida, a pior fase do "novo normal" passou, mas as preocupações dela não. Quando voltaria a estudar? Como tudo aquilo afetaria o seu futuro? E como seria esse futuro?
Quando a temperatura caiu para uns 8°, resolveu ir dormir. Antes de se deitar, conversou online com umaamiga e ex-vizinha que se mudou para o sul, de mala e cuia, e com toda a família. Disse que estava com saudades, mas sabia que não tinha condições de voltar. Falou da scooter que comprou, para ir de casa até o local de trabalho. Estava numa melhor situação de quando partiu, e a simples ideia de retorno demonstrou ser um despropósito.
Enfim, adormeceu, e teve um sonho inusitado, diferente de qualquer outro. Inesperado e necessário, que lhe deu esperança, e minimizou suas preocupações.
Ela estava no centro da cidade, durante um entardecer frio e uma chuva intermitente. Bebia um milk-shake embaixo do toldo de um fast food, cujo o nome desconhecia. A área do chamado calçadão e da Praça Matriz estava bem diferente. Pessoas caminhavam sem máscaras (obviamente, a pandemia já tinha acabado), e estavam melhor vestidas que o normal. Uma bonita loja de artigos chiques se destacava. Viu garotas com bonitos guarda-chuvas transparentes, carros novos, sendo alguns de marcas desconhecidas, e percebeu que estava mais velha. Não usava um dos seus surrados moletons habituais, mas roupas mais caras do que as que podia comprar. Fato mais estranho: escutava música, usando um fone de ouvido que parecia com uns daqueles walkmans mais antigos, talvez um novo modismo.
Compreendeu que se tratava de um sonho, que ocorria num inverno futuro de sua cidade tão problemática, e participava dele como se fosse uma espectadora de si mesma. Sabia que aquele dia também era uma sexta, e tinha saído do trabalho um pouco antes (mas ignorava onde era o emprego e o que fazia), e aguardava alguém, embora não soubesse quem. E logo viu umas moças se aproximando.
Percebeu que quase todas eram (ou foram, considerando a "linha do tempo") suas colegas de escola, também mais velhas, e recém-saídas de seus próprios locais de trabalho. Entendeu que tinham marcado um happy hour num café próximo, e as acompanhou. Mas o que estava acontecendo? Estava mesmo interagindo com o futuro próximo? Se tinha um emprego, que lhe permitia conversar despreocupadamente, antes de ir pra casa, então muitas dificuldades tinham sido superadas. No mundo real, nem tinha grana para comprar frutas na feira, e possuía uns 17 anos. Tentou usar o celular para ver o calendário, e assim saber em qual ano estava, mas nada conseguia controlar, era uma passageira no próprio corpo, numa versão futurista e melhorada de Peruíbe. E aí, percebeu algo ainda mais surpreendente.
Uma das amigas era a tal ex-vizinha, que vários meses antes migrou pro sul, e com a qual conversou antes de dormir. Naquele futuro onírico, estava lá, ou seja, tinha retornado. A cidade progrediu tanto assim, para que valesse a pena voltar? Tantas perguntas sem respostas, o quanto existia de realidade e fantasia ali?
Quando o alegre momento de diversão se encerrou, a sonhadora e a ex-vizinha (que voltou a se ser vizinha?), foram até o ponto para embarcar no próximo ônibus. Até o veículo em que entraram era diferente, mais moderno, e usou um aplicativo do próprio celular, para pagar a passagem. No caminho de volta, olhou uma paisagem mudada, com construções novas, e no bairro em que morava, ruas asfaltadas e sem buracos. De fato, um sonho inusitado. Quando chegaram, percebeu que a amiga voltou a ser sua vizinha, pois entrou na casa em que a viu morar durante anos. Ela foi até a dela, e percebeu que a mesma tinha sido reformada, e estava bem melhor cuidada. Mas antes de entrar (chegou a escutar os pais conversando na sala), acabou acordando.
Achou a experiência maravilhosa. Sim, tudo podia ser um baita delírio ... ou não. As sementes do otimismo quanto ao próprio destino tinham sido plantadas. Só lamentou não ter visto mais. Desejou ter encontrado o irmão universitário da ex-vizinha (vizinha de novo no sonho!), pois ficou triste quando ele partiu, e nunca lhe falou sobre seus sentimentos, mas quem sabe, mais adiante, os dois poderiam novamente se aproximar. E uma Peruíbe melhor deixou de lhe parecer uma impossibilidade.