Existe por aí um certo peruibense carente (ou "não-emponderado"), o qual nutre o seguinte sonho de liberdade: quando o covid-19 for finalmente superado, ele tratará de arrumar as malas com o pouco que tem, e partirá num ônibus rumo à alguma Zihuatanejo que escolheu, não importando o quanto o caminho para se estabelecer por lá seja lamacento, tortuoso e íngreme. Tratado como um pária onde nasceu e cresceu, maltratado por ser um desempregado crônico, esse desprestigiado preferirá se arriscar numa terra distante, estranha e provavelmente mais fria, do que permanecer numa cidade que lhe oferecerá menos perspectivas do que antes da pandemia começar. Para esse indivíduo tão corajoso, disposto a enfrentar o grande desconhecido, num Brasil em que o agronegócio será uma mina de ouro no deserto da recessão, desejo felicidades.
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MARCADORES: PANDEMIA DE CORONAVÍRUS, COVID-19, PERUÍBE APÓS O CORONAVÍRUS, PERUIBENSE DESEMPREGADO, MIGRAÇÃO, UM SONHO DE LIBERDADE, JUNHO, 2020
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