Quem lê o pouco que escrevo sobre Peruíbe e acha que posso ter alguma razão, já dever ter percebido que as coisas podem ser ainda piores do que a maioria dos moradores daqui pensam. A desesperança predomina, com um desemprego crescente e a temporada de verão 2015/2016 bem distante. Na minha visão, é urgente a ascensão de uma nova classe dirigente para que esta cidade possa ser salva das trevas, uma elite política que precisará ser vigorosamente criativa e digna de imitação para fazer a diferença. E eu sei de onde parte dela surgirá ... ou já está surgindo.
Muitos concurseiros peruibenses fazem parte (ou faziam, pois têm os que passaram em concursos, o que inclui este blogueiro) de uma minoria social atípica e precária financeiramente, cujo os membros não possuem contas bancárias recheadas, são vítimas rotineiras do escárnio social (visite a postagem LOBO SOLITÁRIO NA FORTALEZA DA SOLIDÃO), tachados de teimosos e até de orgulhosos, e que se recusam a tolerar uma pergunta típica de muitos empregadores: você quer um trabalho ou um emprego?
O fato é que o concurseiro peruibense legítimo detesta basear o sustento em "bicos" e no trabalho informal, preferindo focar nos estudos. Ele não se importa com certas regras comportamentais impostas sobre a maioria da população por causa do sistema econômico local (tipo arrumar um emprego temporário na temporada com apenas 12 horas diárias, de domingo a domingo, enquanto podia estar estudando para concurso), não pauta suas ações de acordo com as mesmas e não depende da aprovação ou do apoio moral da família e tampouco de certos "amigos" desmotivadores. Ele apenas busca ser independente economicamente do comércio, turismo e atividades similares.
Os problemas locais se agravam, mas o desemprego tende a ser o mais sério, por causa da crise nacional. Numa cidade em que muita gente trabalha na informalidade, o empobrecimento e a migração crescerão espantosamente. Os funcionários públicos que por aqui residem sofrerão as consequências da estagnação salarial, provocada pela recessão brasileira 2015/201?, mas resistirão melhor do que outros grupos sociais locais. Por isso que eu digo que parte da classe dirigente municipal do futuro surgirá dos servidores públicos, pois formam uma parcela da população que será menos motivada a migrar.
Os peruibenses falam muito da importância das eleições municipais de 2016 para a cidade, mas parecem ignorar o impacto que a recessão terá nas opiniões dos eleitores (pois é), devido a severa crise social que por aqui ocorrerá.
A TEMPESTADE ESTÁ CHEGANDO
MARCADORES: PERUÍBE, PERUIBENSE, PERUBA CITY, CONCURSO PÚBLICO, CONCURSEIRO, POLÍTICA MUNICIPAL, ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016