sexta-feira, 1 de abril de 2016
VINICIUS TORRES FREIRE / ECONOMIA PIORA MAIS AGORA QUE NO ANO PASSADO - ABRIL DE 2016
Faz algumas semanas, a gente mal tem falado de economia aqui no Jornal da Gazeta. Mais comum é a gente comentar o efeito da política na economia. É muito difícil acontecer uma mudança importante na economia enquanto a gente pelo menos não souber que rumo vai tomar a política.
O que mudou nessas semanas de tumulto? Algum sinal de melhora na economia? Muito pouquinho.
A inflação, ao que parece, vai começar a subir menos, mas essa melhora está bem atrasada e ainda não é certa. Aqui mesmo no Jornal da Gazeta, no ano passado a gente disse que isso deveria acontecer um pouco antes do Natal. Passou a Semana Santa e ainda não aconteceu de os preços subirem mais devagar, ainda sobem a 10% ao ano.
Se a inflação cai, sobra mais um pouco de dinheiro para consumo. Os juros podem cair. A economia respira um pouco.
No mais, os números continuam entre deprimentes e assustadores. Hoje, a gente soube que o consumo de energia elétrica caiu 5,5% no primeiro bimestre do ano, se comparado com o ano passado. Isso é sinal de luz cara e indústria parada, de muita recessão.
O crédito continua mal e piorando, soubemos faz pouco. O total de dinheiro emprestado na economia continua caindo, e caindo cada vez mais rápido, vimos pelos dados de janeiro e fevereiro.
O desemprego continua a aumentar também de maneira cada vez mais rápida _está em 9,5% e deve acabar o ano em 13%. Os salários na média caem também cada vez mais rápido.
Logo, no dia a dia das pessoas comuns, a economia está piorando mais agora que no ano passado.
No que diz respeito às empresas, a gente soube hoje que o lucro das firmas que tem ações na Bolsa caiu quase 20% de 2014 para 2015, e isso sem levar em conta a Petrobras, que perdeu tanto dinheiro e é tão grande que iria piorar ainda mais esta estatística. Sem lucro e sem estabilidade, empresa não investe. Sem consumo, crédito e investimento, a gente afunda cada vez mais.
Quanto ao governo e ao Congresso, nada vai andar pelo menos até a decisão do impeachment, lá por maio, pelo menos. Ou seja, nada de importante vai ser feito para conter a crise até a metade do ano. Boa noite.
MARCADORES: BRASIL, BRASILEIROS, POLÍTICA BRASILEIRA, GOVERNO DILMA / PT, IMPEACHMENT DA DILMA, ECONOMIA, RECESSÃO
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