Agricultura familiar vai ser mesmo valorizada em Peruíbe ? / julho de 2010
Peruíbe promove a primeira semana da Agricultura Familiar até quarta-feira
De A Tribuna On-line
Os agricultores de Peruíbe poderão tirar dúvidas e receberão orientação durante a primeira semana da Agricultura Familiar, que começa nesta segunda-feira e prossegue até quarta-feira na Cidade. Segundo a Prefeitura, a semana foi idealizada para atender as reivindicações dos moradores feitas nas reuniões do Conselho Municipal do Desenvolvimento Rural e Pesqueiro de Peruíbe, que ocorrem mensalmente, e que conta com representantes do Departamento de Agricultura.
O objetivo principal é levar aos produtores rurais do município o conhecimento de novas tecnologias para a melhoria das atividades rurais que já são desenvolvidas em suas propriedades. As palestras são realizadas no Centro de Convenções de Peruíbe sempre a partir das 9h30. As inscrições devem ser feitas no Departamento de Agricultura e Meio Ambiente, na Rua 13, n° 475, na Vila Erminda.
Além dos palestrantes, a semana contará com a exposição de artesanatos e de uma feira com produtos locais. Outras informações pelo telefone (13) 3455-7896.
Me pergunto se esse esforço da prefeitura é mesmo para valer, ou seja, que essas palestras sejam o início de mudanças para a melhor na área rural peruibense. Valorizada, a agricultura familiar pode criar em Peruíbe postos de trabalho até para munícipes ociosos que moram na área urbana e promover crescimento econômico real, algo bem diferente do que os " benefícios" trazidos por "espetáculos bizarros" - palavras da Claudete Andreotti - como o Rodeio Fest.
O fato é que a elite peruibense é formada majoritariamente por comerciantes graúdos, vários dos quais possuem cargos no paço municipal e em seus diversos departamentos. Essa questão de se priorizar shows, com os seus elevados custos e retorno duvidoso, ocorre por influência deles, pois consideram que um certo "movimento de visitantes" favorecerá os seus negócios, ou seja, OS NEGÓCIOS DESSA TURMA.
Francamente, uma "estratégia turística" tão míope e claramente CORONELÍSTICA acaba resultando em situações como os cortes de gastos na Litucera, fazendo com que o lado mais fraco - como sempre ocorre nesta cidade - se ferre.
Partindo disso, quero ver se essa preocupação com o desenvolvimento agrícola em Peruíbe é para valer, já que exigirá atenção - creio que deve se tornar uma das prioridades municipais - e muitos recursos.
Um comentário:
Anos atrás participei de um projeto no meu sítio em Itariri, em que a prefeitura forneceu maquinário, agrônomo e todo suporte para que eu montasse uma grande plantação de maracujá. Ficou uma roça bonita, bem feita, altamente produtiva, com produto classe A, de muita qualidade. Por um lado, derrubou o mito de que na região só dá banana. Mas de outro, o grande problema: para quem vender? Para quem escoar o excedente de produção? Os grandes supermercados tem seus fornecedores certos, com contratos rígidos. O pequeno comerciante pouco compra. O que salvou foi que o caseiro bateu de quiosque em quiosque da praia em peruíbe oferecendo, e um feirante conhecido que pegou a mercadoria abaixo do preço. Em síntese: agricultura familiar é algo interessante sim, desde que não seja mera subsistência. Deve ter excedente produtivo e mercado para tal, para girar a economia. Caso contrário, serão iguais aos búfalos do prefeito.
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