Creio que muitos que visitam este blog querem uma Peruíbe melhor. Pois eu digo que para isso basta querer lutar.
Quando aqui falo de Peruíbe, um dos assuntos mais freqüentes é se nesta realidade em que vivemos existe de fato a “democracia”. Teoricamente ela existe, já que este município faz parte de um organismo chamado Brasil, onde o respeito à liberdade de opinião está garantido na constituição de 1988. Oficialmente Peruíbe não é o latifúndio de um partido ou simples domínio de uma família de coronéis, mas um território onde as pessoas possuem o direito de se manifestarem livremente. A lei nos dá esse direito.
Contudo, existe o problema de termos como a mais poderosa empresa do município a própria prefeitura, que por motivos evidentes possui uma grande influência, pois emprega muita gente, lhes pagando salários difícieis de serem ganhos em outras atividades nesta cidade, e que costuma exigir dos seus funcionários menos privilegiados o aplauso e uma fidelidade incondicional....é nessa parte que a democracia tem os seus problemas.
Claro que alguém pode dizer, com toda a razão, que lá em São Paulo a prefeitura é proporcionalmente ainda maior, gigantesca, com as suas repartições empregando vários milhares de pessoas, e gastando - isso conta muito em qualquer cidade - fortunas com os seus fornecedores. Mas lá existe um equilíbrio, baseado em um maior leque de oportunidades. Empresas não faltam, instituições públicas são muito fortes, a influência do governo municipal acaba sendo menor. Os paulistanos desconhecem a sorte que tem.
Peruíbe tem como principal investidor, patrão e proprietário um paço municipal que a alguns meses atrás avisou que não podia continuar dando trabalho a umas setenta pessoas do setor de limpeza, e que depois mandou embora outras dezenas na área da saúde, por problemas no orçamento, os quais poderiam ter sido evitados sem certas estravagâncias, tipo o rodeio. A solução para as contas no vermelho - parar com espetáculos inúteis nem pensar - foi o de reduzir a folha de pagamentos, deixando que os demitidos se virassem por conta própria. O "socialismo" por aqui é isso. Se virem !!!
Considero que os desempregados de hoje, precisam dar uma banana para a idéia de que lá na prefeitura está a solução para os seus dramas econômicos. Esqueçam disso. Quem entra lá sem concurso público - e enquanto não se efetivar, melhor citar isso - serve apenas como massa de manobra, embora eu não esteja falando de uma certa minoria privilegiada.
A luta para se ter uma Peruíbe melhor, por incrível que possa parecer, envolve o esforço de cada peruibense sem trabalho, em dar as costas para qualquer dependência econômica do governo municipal. É preciso que cada um busque autonomia no trabalho, para que essa se converta em autonomia partidária. É um esforço difícil, mas é possível.
Todo aquele que conseguir isso não terá mais que aplaudir e elogiar pessoas de uma próspera casta local, que no seu íntimo ele mesmo desaprova. Eventos em que nossos governantes são ovacionados estão lotados de descontentes, os quais precisam garantir o pão de cada dia e portanto os frequentam.
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