1. O SBT (que jogou pelo ralo o pouco crédito que tinha no jornalismo) divulga imagens completamente descontextualizadas, dando a entender que Serra teria simulado dor ao ser atingido por uma bolinha de papel.
2. Os petistas começam a trabalhar em cima da mentira fabricada, divulgando a historinha em blogs, no Twitter, no YouTube, etc.
3. O eleitor ingênuo cai como um pato, e começa a repetir a mentira - que, convenhamos, beira o ridículo.
4. O eleitor mais esperto, no entanto, percebe algo errado: a bolinha de papel acertou José Serra no lado direito e posterior da cabeça, enquanto imagens gravadas em outra situação (dá pra ver claramente que são momentos distintos) mostram o candidato elevando a mão esquerda à parte superior frontal.
5. São divulgadas as imagens do tumulto, Serra sendo conduzido para a van, aonde chega protegendo a cabeça com as mãos - ou seja, algo o atingiu nesse percurso.
6. Fernando Gabeira, que não é um político qualquer, afirma ter visto um objeto pesado atingindo a cabeça de Serra, que por sua vez já estava próximo à van - portanto, bem depois do arremesso da bolinha de papel, que aconteceu no início da caminhada.
7. O Jornal Nacional exibe uma reportagem defendendo-se da posição em que o SBT o colocou, mostrando que sim, Serra fora agredido, tal como Fátima Bernardes havia noticiado na noite anterior. A matéria apenas confirma o que o eleitor mais atento já havia deduzido.
8. Desmascarados, os companheiros se socorrem da velha máxima de que a Globo é tucana e manipulou as imagens que foram ao ar no SBT, com o propósito de favorecer Serra. É sempre assim: quando um veículo de comunicação noticia algo conveniente para o PT, como fez o SBT nessa matéria grosseira, é tudo verdade. Mas quando expõe as mazelas petistas, aí é taxado de manipulador, golpista, elitista, reacionário, etc. Por quê? Simples: porque é assim que o PT desvia a atenção do eleitor daquilo que realmente interessa: um presidente da república endossando uma patifaria dessas.
9. Se o contrário tivesse acontecido, William Bonner jamais seria contestado ao revelar a "farsa" supostamente perpetrada pelo adversário, ao passo que o SBT seria mais um inimigo nesse delírio persecutório do PT. Uma entrevista pré-histórica de Sílvio Santos declarando sua admiração por FHC seria desenterrada e apresentada como prova da associação criminosa. No Twitter, espalhariam que o SBT #topatudopordinheiro. Dilma aproveitaria o episódio para justificar sua negativa em participar do debate que a emissora queria promover.
10. Deitado eternamente em berço esplêndido, o eleitor pato cai novamente, e agora repete aquela lengalenga da manipulação global. No decorrer da sexta-feira, os lulistas convenceram os patos de que precisam ver um hematoma, porque se não for um traumatismo craniano, não é agressão. Os patos não entendem que quando se fala em "objeto pesado", ninguém está se referindo a um tijolo, e sim a algum material que, ao contrário da bolinha de papel, tem algum peso, e, se arremessado de longe, pode machucar. É tão difícil assim compreender isso? Não foi uma tentativa de influenciar ninguém - mas a esquizofrenia petista insiste na perseguição.
11. O SBT, vendo que pisou na bola, retrata-se de forma discreta. Mas, pra não parecer tão boçal diante de toda essa humilhação, a emissora resolve adotar a mesma tática do PT: quando a mensagem é inconveniente e não tem como desmenti-la, parte pra cima do mensageiro. Decide, portanto, processar a Rede Globo por uso indevido de imagens. Depois dessa, o Jornal do SBT deveria trocar seu nome para Os Trapalhões.
12. Nessa mixórdia, o eleitor patão está tão envolvido em culpar a Globo e procurar hematomas, que não se pergunta por que militantes do PT estariam em uma passeata do Serra, e, principalmente, nem se lembra mais das declarações levianas e deploráveis do presidente Lula sobre o fato.
13. Assim, o PT atingiu seu objetivo. E o eleitor da Dilma? Caiu como um pato.
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