O palhaço Tiririca não tem culpa da palhaçada nas urnas. A palhaçada foi popular e eleitoral. Foi a cara do Congresso Nacional, que vive no picadeiro. Diz o ditado popular: “a voz do povo é a voz de Deus”. Pois foi essa a verdade que se confirmou no atual pleito. Infelizmente o povo enxergou na Câmara dos Deputados um grande circo, retratado na pessoa de Tiririca, até porque um palhaço a mais, ou a menos, não faria a mínima diferença.
Tiririca pode até ser palhaço, mas possui uma profissão digna como qualquer outra, além de ser ficha limpa, pois sempre ganhou a vida honestamente, fazendo palhaçadas nos lugares certos. Pode até ser “analfabeto”, mas possui uma memória prodigiosa para decorar os textos que fizeram a alegria de muitas pessoas humildes, bem ao contrário daqueles políticos que escrevem textos rebuscados e possuem fala refinada, somente para enganar o povo com seus mentirosos discursos.
Se a Câmara dos Deputados é hoje uma grande lona, com picaretas e fichas sujas concorrendo ao pleito nas barbas das mais altas Cortes Judiciárias do País, o Tiririca não pode ser discriminado só pelo fato de ser palhaço, pois seu aventado “analfabetismo”, somente agora trazido à baila, funciona mais como pano de fundo pra livrar da vergonha os honoráveis deputados de nossa Câmara Federal, os quais não se conformam em ter um palhaço profissional em sua companhia, ainda mais sendo um possível “analfabeto”. Seria o maior esculacho. Mas a eleição de Tiririca é o retrato da indignação do povo. De um povo honesto que não votou em troca de cestas básicas ou qualquer outro favorecimento pessoal. Votou em sinal de protesto e contra o picadeiro político instalado em nossa nação.
Foi esse o duro recado das urnas, somente possível em uma democracia, que hoje se encontra num grande dilema entre escolher um “palhaço honesto e analfabeto” ou “pierrôs de terno e gravata bem alfabetizados”, que ainda disfarçam suas fantasias, distribuindo pelo interior de suas vestes circenses os maços de dinheiro desviados da bilheteria do circo.
Tiririca não enganou ninguém, pois foi eleito usando sua própria fantasia e escrevendo frases de próprio punho. Mas ainda há outros “palhaços” eleitos que habilmente disfarçaram sua indumentária característica, que só o tempo haverá de nos mostrar. Acho mesmo é que estão com inveja de um simples palhaço, mas o pior é a palhaçada que ensaiam fazer com o Tiririca, pois ainda pensam que tirando o palhaço do espetáculo o circo vai acabar. Ledo engano... Muitos ainda vão disputar essa vaga, pois o show tem que continuar. A questão é escolher o palhaço certo pro lugar certo, desde que seja alfabetizado. Ser honesto e “analfabeto” é uma ofensa à lei e à Câmara Federal, mas ser desonesto e alfabetizado acaba sempre em empate, pois a peleja só termina arquivada quando a mulher do candidato toma o seu lugar na disputa eleitoral para concorrer ao cargo de governador do Distrito Federal, tudo isso em flagrante fraude à lei. Mas isso não é considerado palhaçada, e nós é que passamos por palhaços.
Rio de Janeiro, 5 de outubro de 2010.
Delegado Alexandre Neto
Tiririca pode até ser palhaço, mas possui uma profissão digna como qualquer outra, além de ser ficha limpa, pois sempre ganhou a vida honestamente, fazendo palhaçadas nos lugares certos. Pode até ser “analfabeto”, mas possui uma memória prodigiosa para decorar os textos que fizeram a alegria de muitas pessoas humildes, bem ao contrário daqueles políticos que escrevem textos rebuscados e possuem fala refinada, somente para enganar o povo com seus mentirosos discursos.
Se a Câmara dos Deputados é hoje uma grande lona, com picaretas e fichas sujas concorrendo ao pleito nas barbas das mais altas Cortes Judiciárias do País, o Tiririca não pode ser discriminado só pelo fato de ser palhaço, pois seu aventado “analfabetismo”, somente agora trazido à baila, funciona mais como pano de fundo pra livrar da vergonha os honoráveis deputados de nossa Câmara Federal, os quais não se conformam em ter um palhaço profissional em sua companhia, ainda mais sendo um possível “analfabeto”. Seria o maior esculacho. Mas a eleição de Tiririca é o retrato da indignação do povo. De um povo honesto que não votou em troca de cestas básicas ou qualquer outro favorecimento pessoal. Votou em sinal de protesto e contra o picadeiro político instalado em nossa nação.
Foi esse o duro recado das urnas, somente possível em uma democracia, que hoje se encontra num grande dilema entre escolher um “palhaço honesto e analfabeto” ou “pierrôs de terno e gravata bem alfabetizados”, que ainda disfarçam suas fantasias, distribuindo pelo interior de suas vestes circenses os maços de dinheiro desviados da bilheteria do circo.
Tiririca não enganou ninguém, pois foi eleito usando sua própria fantasia e escrevendo frases de próprio punho. Mas ainda há outros “palhaços” eleitos que habilmente disfarçaram sua indumentária característica, que só o tempo haverá de nos mostrar. Acho mesmo é que estão com inveja de um simples palhaço, mas o pior é a palhaçada que ensaiam fazer com o Tiririca, pois ainda pensam que tirando o palhaço do espetáculo o circo vai acabar. Ledo engano... Muitos ainda vão disputar essa vaga, pois o show tem que continuar. A questão é escolher o palhaço certo pro lugar certo, desde que seja alfabetizado. Ser honesto e “analfabeto” é uma ofensa à lei e à Câmara Federal, mas ser desonesto e alfabetizado acaba sempre em empate, pois a peleja só termina arquivada quando a mulher do candidato toma o seu lugar na disputa eleitoral para concorrer ao cargo de governador do Distrito Federal, tudo isso em flagrante fraude à lei. Mas isso não é considerado palhaçada, e nós é que passamos por palhaços.
Rio de Janeiro, 5 de outubro de 2010.
Delegado Alexandre Neto
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