domingo, 14 de fevereiro de 2010
Juréia: futuro incerto
Segundo maior maciço preservado de Mata Atlântica do estado de São Paulo, logo atrás da Serra do Mar, a região da Juréia-Itatins está no centro de novos debates envolvendo áreas protegidas e populações em seu interior. Audiências públicas realizadas na última semana, em Peruíbe e Iguape, jogaram na mesa de negociações propostas oficiais e de associações de moradores para dar nova forma ao conjunto de áreas protegidas que cobrirá mais de cem mil hectares, do litoral às montanhas.
A discussão é fruto de decisão judicial no ano passado que suspendeu o mosaico de unidades de conservação criado pelo governo do estado de São Paulo. O mosaico era uma alternativa à estação ecológica, criticada por moradores da região. Agora, governo estadual e residentes aprovam recriação do bloco de áreas protegidas proteção, mas com soluções mais permissivas à presença e atividades humanas.
Pedro Develey, diretor de Conservação da não-governamental Save Brasil, lembra que em abril passado, numa reunião de três dias, foi apresentado e aprovado pelas comunidades da Juréia um plano de manejo do mosaico, elaborado com dinheiro público por um time de setenta pesquisadores. “Tudo foi explicado pacientemente às populações, que entenderam e aprovaram o documento”, disse o ambientalista, que estuda a região desde 1993.
Segundo ele, sem o mosaico perdem as pessoas e perde a conservação da Juréia. Conforme Develey, a proteção regional deve ser ampliada, não reduzida. “Aumentar a área das reservas de desenvolvimento sustentável, como propõem algumas entidades, comprometerá o equilíbrio ecológico local, a própria agricultura e o extrativismo. Fazer isso seria um retrocesso, que culminará na destruição da Juréia em poucos anos. O ser humano é predador”, disse.
Em carta ao governador José Serra, que pode ser acessada aqui , pesquisadores alegam que “a pequena população tradicional do início do século passado cresceu e somaram-se a ela outros grupos sociais, formando, ao longo desses anos, grandes conjuntos populacionais mistos dentro da” estação ecológica. “Sem dúvida, esse número vem crescendo desde a declaração da área como estação ecológica, e independentemente dos sucessivos atos de proteção legal”, disse a professora da Unicamp, Rozely Santos, uma das responsáveis pelo plano de manejo da Juréia.
Os pesquisadores também esperam que, desta vez, seja formatada uma proposta legislativa que realmente garanta proteção contínua e efetiva ao meio ambiente local, com a criação de parques estaduais ou outras unidades de conservação de proteção integral cobrindo a Serra do Itatins, as planícies dos rios Una do Prelado, Comprido e Verde, bem como os Maciços da Juréia e do Parnapuã. “Nessas áreas, a proposta ideal é eliminar as pressões humanas, ou no mínimo reduzi-las significativamente, mas nunca ampliá-las. Não se pode perder de vista o que é uma Unidade de Conservação. Elas não foram estabelecidas para veranistas, para moradores pseudotradicionais ou para conter segundas residências”, diz o manifesto.
Origem do imbroglio
Criada logo após a “redemocratização”, em janeiro de 1986 , a estação ecológica Juréia-Itatins engloba parte dos municípios de Iguape, Peruíbe, Miracatu e Itariri, somando 82 mil hectares de Mata Atlântica. À época, havia planos para duas usinas nucleares ou um condomínio para 70 mil pessoas no local. “Mas ela foi criada já com comunidades em seu interior, no estilo em que se criavam unidades de conservação durante a Ditadura, traçando mapas e sem nenhuma participação popular. Hoje há cerca de 270 famílias lá dentro. Não são agressoras do meio ambiente”, argumentou Arnaldo Neves Júnior, da União dos Moradores da Juréia (UMJ).
Na tentativa de manter aquelas pessoas na região, o governo estadual implementou há quatro anos um conjunto de áreas protegidas de uso sustentável e de proteção integral, unidas nos mais de 110 mil hectares do chamado mosaico de Juréia-Itatins. Em junho de 2009, todavia, o Supremo Tribunal de Justiça de São Paulo considerou inconstitucional o bloco de unidades de conservação. A decisão desmontou o mosaico, trouxe de volta a estação ecológica de 1986 e abriu nova discussão sobre o futuro da área, envolvendo moradores, especuladores imobiliários, conservacionistas, pesquisadores e governo.
“Nas audiências públicas, em Iguape e Peruíbe (semana passada), surgiram interesses e seus advogados ligados à especulação imobiliária e ocupação de áreas sensíveis na região, como várzeas, restingas e banhados, planícies, Serra do Itatins e campos de altitude. Nesses locais já há grande pressão de caçadores, palmiteiros e de assentados do Incra que invadem a região”, disse uma fonte da Fundação Florestal.
Propostas em xeque
A proposta da UMJ prevê que as mais de 15 comunidades na Juréia permaneçam por lá, em reservas de desenvolvimento sustentável. Já o modelo da Fundação Florestal é baseado em documentos gerados por pesquisadores que ajudaram a elaborar um plano de manejo para o mosaico. Mas ambas as alternativas precisam de ajustes, avaliou Rozely Santos.
“As propostas substituem áreas que eram unidades de conservação de proteção integral por de uso sustentável no mosaico, muito menos restritivas à presença e atividades humanas. E há concepções diferentes. A Fundação Florestal exclui áreas marinhas que no mosaico estavam como estação ecológica e parque, passando a ser uma área de proteção ambiental. A UMJ aumenta substancialmente a área das reservas de desenvolvimento sustentável. As perdas em proteção integral são imensas”, ressaltou.
Conforme Neves Júnior, a maioria das famílias ligadas à UMJ é de pequenos agricultores e de extrativistas que, antes das unidades de conservação, aproveitavam as matas para a extração de palmito, caixeta e outros itens. Segundo ele, a reclassificação do mosaico conforme querem seus moradores ajudará na gestão e fiscalização da área. “Hoje falta fiscalização sobre os que vêm de fora. Queremos construir junto com o governo um modelo onde os moradores sejam coresponsáveis pelo gerenciamento do mosaico, como ocorre nas reservas da Amazônia”, disse.
Também afirmou que as populações não são contra as áreas protegidas, mas que é preciso ceder frente à realidade da ocupação. “Algumas áreas devem ser mesmo santuários, mas outras podem ser abertas ao uso”, avaliou. “Por isso somos contra a proposta da Fundação Florestal, que praticamente reedita o mosaico antes de sua derrubada pela Justiça, excluindo comunidades. Acreditamos que o governo usará da democracia participativa para reformular a proposta, fazendo com que todos saiam ganhando”, arrematou.
Para Rozely Santos, a principal fonte de conflitos vem da indecisão dos últimos governos estaduais sobre o que fazer com Juréia-Itatins. “Criou-se uma estação ecológica, mas não se resolveu a situação fundiária do lugar, não se indenizou a maior parte dos proprietários, não se forneceu condições para fiscalização e manejo, não se impediu que houvesse o ingresso de novas famílias, entre outras atitudes”, disse. “É urgente que o atual governo decida, rapidamente, os caminhos que deverão ser tomados e ter “pulso firme”, aplicando o que está na lei e investindo recursos financeiros e humanos na decisão tomada. Está na hora do governo se posicionar e assumir suas posições, pois essa tendência de dupla direção só acarretará, cada vez mais, conflitos entre todos os atores sociais”, comentou.
Um projeto de lei com o balanço das iniciativas deverá tramitar na Assembléia Legislativa, não descartando estudos sobre a capacidade regional para suportar extrativismo, agricultura e turismo.
Aldem Bourscheit
O Eco
http://www.oeco.com.br/
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Curitiba no Carnaval 2010: exemplo para uma Peruíbe decadente
Curitiba pode receber quase 70 mil turistas no carnaval
Foi-se o tempo quando a Capital ficava deserta nesta época do ano
Para o setor de turismo curitibano, carnaval significa trabalho. O feriado prolongado vem atraindo um bom número de visitantes, que cresce anualmente. As estatísticas do Instituto Municipal de Turismo mostram que, no ano passado, a cidade recebeu aproximadamente 65 mil turistas no Carnaval — três mil estrangeiros e 62 mil brasileiros — número que deve ser superado neste ano.
"Curitiba já não fica mais deserta no carnaval. A capital recebe um bom número de visitantes e também há muitos moradores que aproveitam o feriadão para conhecer melhor a cidade onde vivem", diz a presidente do Instituto Municipal de Turismo, Juliana Vosnika.
No ano passado, a Torre Panorâmica, um dos cartões postais da cidade, teve aumento de 4,86% no número de visitantes em comparação com 2008. O número passou de 3164, registrados em 2008, para 3.318.
Na Linha Turismo, com ônibus de dois andares que percorrem 24 pontos turísticos da cidade, o movimento desta época chega a ser 60% maior que nos fins de semana normais. Aos sábados e domingos, cerca de 2,1 mil passageiros usam a frota, mas na época de Carnaval, a média de embarques sobe para 3.350 embarques.
"Antigamente, os turistas procuravam somente sol e praia. Hoje, o perfil mudou e os interesses são variados. Muitos aproveitam o Carnaval para conhecer uma nova cidade, um novo destino que ofereça boas opções de compras, gastronomia diversificada, opções culturais. E Curitiba tem tudo isso para oferecer", diz Juliana
De acordo com os dados do instituto, a tranqüilidade é apontada por 58% dos turistas como o principal trunfo curitibano na época da folia carnavalesca. Mas a cidade também tem atrações para os visitantes que buscam diversão com música. Para eles, a noite é movimentada. Guitarras tomam o lugar dos tradicionais tamborins nos variados shows de rock, surf music e psychobilly nos principais bares da cidade.
"Oferecer programações alternativas, que fogem do lugar-comum, é uma boa tática de geração de fluxo turístico na cidade. Os turistas atuais procuram vivenciar novas experiências, além de conhecer novos atrativos", diz Juliana.
Hotéis - o movimento nos hotéis também vem crescendo em fevereiro. Desde 2006, houve um aumento de 45,17% na taxa de ocupação dos hotéis cidade neste mês, com destaque para os dias de carnaval.
Hotéis centrais e menores são os que mais recebem hóspedes no período. Cristiane Alvim Marques, gerente de um hotel na rua Mateus Leme, comemora o movimento deste ano. O estabelecimento terá 100% de ocupação no período.
"São hóspedes que procuram Curitiba para descansar, mas não dispensam um bom passeio pela cidade. Os dias de carnaval são suficientes para eles conhecerem boa parte dos atrativos de Curitiba, principalmente os que ficam nos arredores do hotel. O hotel sempre tem dicas de roteiro", conta Cristiane.
As sugestões de Cristiane incluem a praça Tiradentes, que passou por revitalização. Marco zero da cidade, a praça abriga a Catedral Basílica de Nossa Senhora da Luz, construída entre 1876 e 1893 em estilo neogótico. O Paço da Liberdade, na praça Generoso Marques, e a feirinha de artesanato do Largo da Ordem, aos domingos, integram a lista de sugestões.
FONTE BEM PARANÁ
Peruíbe, eu fico triste quando chega o Carnaval
Qualquer dinheiro gasto com o Carnaval em Peruíbe é um baita desperdício, poi este gasto resulta apenas em desgraça para a cidade, nos traz o pior da temporada ou aumenta os problemas que observamos nesse período.
Peruíbe ganha um monte de bêbados nas ruas. Acidentes de trânsito em escala industrial. Música lixo, daquela que nem merece ser chamada de música. MENORES soltos pelas madrugadas, bandidos e trombadinhas fazendo a festa. Gente amontoada, suando, pingando. MUITAS PESSOAS SE DROGANDO. Foliões vomitando de tanto beberem, trânsito nas estradas, fila pra tudo, o preço de tudo sobe, a paz não existe para nós. Quer dizer, existir até existe, se você tiver possibilidade de sumir, se esconder em um recanto na mata ou se enfiar dentro de um BUNKER.
Os entusiastas do carnaval por aqui são sem coração. Este município é cheio de idosos. Só tem velhinho nos bairros praianos! Que tristeza, vai infartar um monte nestes cinco dias de “festa”. Tem morador que não pode tirar folga do trabalho! E para muitos que trabalham na segunda, como irão dormir no domingo com a inevitável desgraça de vagabundos tocando som alto em carros até as quatro da manhã?? Cadê a responsabilidade social, cadê o direito à paz dos cidadãos, cadê o respeito nesta terra ???
E uma das coisas que pretendo fazer neste feriado (terei três dias de folga) sem viagem para um recanto com um "carnaval zero" (Curitiba é ótima nisso), além de ler, jogar SUDOKU, escutar FM e escrever uns textos interessantes (espero...), é ir até a praia bem cedo para ver o sol nascer.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Passagem da INTERSUL a R$ 2,20, por um lixo de serviço
Francamente, eu me pergunto que progresso tivemos desde a falência da ABAREBEBÊ .
Aliás eu questiono o sentido da prefeitura insistir na fórmula FRACASSADA, de permitir uma única empresa para transporte dentro da cidade. Veículos velhos, máquinas para leitura de cartões que costumam travar, atrasos nos horários, e uma crescente insatisfação dos usuários, os quais JÁ NÃO GANHAM MUITO EM SEUS EMPREGOS. Prefeita Milena, proponho a criação de um serviço alternativo, uma cooperativa formada por uma frota de VANS. A INTERSUL não irá falir por causa disso, e a população será beneficiada.
MUDANÇA POLÍTICA E DE ELEITORADO EM PERUÍBE - FEVEREIRO DE 2010
Em outro texto, critiquei a ideia "original" de um ongueiro, em priorizar os aposentados, como forma de promover desenvolvimento da cidade. Considero a PROPOSTA cheia de limitações, e vejo agora que Peruíbe com o tempo será vítima da condição de ser A TERRA DA ETERNA JUVENTUDE. Com a constante migração dos mais jovens para fora e a vinda de aposentados para cá, teremos um desequilíbrio nas faixas etárias, com o surgimento de uma população desproporcionalmente idosa. Uma severa mudança demográfica, que provocará grande impacto em Peruíbe.
À medida que as crianças e adolescentes representem uma proporção cada vez menor da nossa população, ocorrerá uma inevitável redução no interesse em se atrair para esta cidade investimentos de porte, que possam gerar muitos empregos, enquanto uma crescente população idosa passará a exigir mais investimentos que a favoreçam.
Já na política, essa mudança demográfica irá mudar a representação política peruibense, com uma classe dirigente desinteressada em promover mudanças que possam ameaçar o "sossego" do grupo que se tornará a maioria.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Combate às enchentes na zona noroeste de Santos
Cotidiano
Obras do projeto que acaba com enchentes na Zona Noroeste devem começar em 2010
Felipe Pupo
Imagine uma cidade livre de enchentes, em que o saneamento básico alcança todas as moradias, o transporte é adequado para atender à necessidade dos moradores e o desenvolvimento acontece sem causar danos ao meio ambiente. Parece um lugar no país das maravilhas, não? Porém, essa é a proposta do projeto "Santos Novos Tempos", que pretende solucionar os gargalos que se arrastam nas regiões carentes de Santos.
A proposta da Prefeitura está em fase de aprovação no Tesouro Nacional. Após o aval da instituição, o executivo santista vai buscar acertar os detalhes do financiamento com o Governo Federal e o Banco Interamericano de Desenvolvimento Econômico Mundial (BIRD). Em seguida, o projeto vai aguardar a autorização no Senado. Após percorrer a maratona da burocracia, a Prefeitura pretende dar inicio às obras em 2010.
O orçamento das obras está estimado em US$ 88 milhões. Desse valor, 50% será financiado pelo BIRD e a outra metade ficará por conta da Prefeitura. Caso essa iniciativa seja aprovada mais de 154 mil pessoas serão beneficiadas ao longo dos próximos anos. Esses munícipes representam 37% da população santista, que estão espalhadas entre a ZN e os morros.
Conforme o estudo detalhado por técnicos da Prefeitura, os bairros da ZN vão receber obras de macrodrenagem. Além disso, o projeto pretende criar um sistema de comportas automatizadas e de estações elevatórias para o controle das inundações.
O "Santos Novos Tempos" vai garantir também o desassoreamento dos rios e a limpeza dos canais. As atenções do poder público serão redobradas para as famílias que moram em áreas de risco. Por isso, será realizado o reassentamento de 941 famílias para conjuntos habitacionais.
Em relação aos morros, a Prefeitura selecionou uma série de obras prioritárias, que visam reduzir os problemas urbanísticos. Para garantir a permanência dos moradores nas encostas serão construídos muros de arrimo, escadas hidráulicas, obras de macrodrenagem e limpeza do lixo acumulado.
Outro aspecto importante é a regularização fundiária. Nos morros, serão atendidas 1.094 famílias que se encontram em situação irregular.
Com as obras de infraestrutura, a Prefeitura pretende atrair investimentos para a geração de emprego e renda. Apenas para a qualificação profissional dos moradores será liberado mais de R$ 1 milhão.
O projeto Santos Novos Tempos está em sintonia com o "Pacto de Gestão Territorial Integrada", que envolve os municípios diretamente ligados ao porto e sua área de expansão (Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão), os governos Federal, Estadual e a iniciativa privada.
Fonte JORNAL DA ORLA
Quero ver algo semelhante por aqui. Vamos ver.
Letra morta
Departamento de Turismo é órgão da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esportes responsável por organizar e estruturar a atividade turística, estabelecendo parcerias entre o governo municipal e os demais setores da sociedade no desenvolvimento da Política Municipal de Turismo da Estância Balneária de Peruíbe.
Ao Departamento de Turismo compete:
I - Promover a conscientização, sensibilização, estímulo e capacitação dos vários agentes de desenvolvimento do turismo no município;
II - Fortalecer a importância e a dimensão do turismo como gerador de emprego e renda no município;
III - Promover a visão do turismo como fato gerador de crescimento econômico em harmonia com a preservação e a manutenção do patrimônio ambiental, histórico e de herança cultural;
IV -Garantir a participação da comunidade na gestão do turismo, permitindo que ela seja a protagonista nas decisões sobre seus próprios recursos;
III - Buscar o desenvolvimento integrado do turismo, articulando-se com os municípios da Baixada Santista.
João Fioribelli Junior
Diretor de Turismo
Caramba, isso tudo é tão legal, mas na realidade, vejo bem pouco disso. Focarei no que mais me chamou a atenção, vejam o artigo IV:
"IV -Garantir a participação da comunidade na gestão do turismo, permitindo que ela seja a protagonista nas decisões sobre seus próprios recursos;"
Que eu saiba nós, pagadores do PEQUENINO IPTU de Peruíbe, não costumamos ser consultados sobre o uso dos recursos municipais no turismo. Não possuímos AUTORIDADE nisso. Pelo que eu sei, se moradores, ou mesmo MUITOS TURISTAS, pudessem se tornar de fato "protagonistas", na decisão no uso de dinheiro público municipal, discordariam de muita coisa.
Se fossem vizinhos de locais onde, habitualmente, costumam ser feitos shows, duvido seriam a favor dos mesmos. Ninguém tem a obrigação de escutar barulheira que agrada a visitantes bagunceiros, próximo da própria casa. Podendo "participar" das decisões, ou como é dito acima, DECIDIR, FICARIAM CONTRA
Esse artigo IV É LETRA MORTA !!!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Peruíbe 40 graus
Este fevereiro está me deixando esgotado, pois este virou um mês ardente. O consumo de eletricidade disparou e para dormir tenho de ficar em frente ao ventilador por toda a madrugada. O calor faz as pessoas suarem em bicas. As temperaturas batem recordes, estamos em uma estiagem, o que já faz a alguns considerarem o risco de ENCHENTE um evento improvável, uma ficção se considerarmos as atuais condições climáticas.
Mesmo assim, a tensão se sente no ar, não só pela temperatura senão pelo temor do pior, que outros já comentam. Falo da teoria de que nós estamos apenas atravessando um intervalo entre um ciclo de chuvas rigoroso, que está para acabar. O jeito é esperar que o alívio para esse sol de deserto africano que enfrentamos diariamente, não chegue de uma forma radical.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
CARTA DE GUARAQUEÇABA - CIRCULANDO PELA REDE
Peço a vocês que repassem este e-mail. Uma andorinha não faz verão, mas movimenta o céu.
Sou G. M. M., professora do Estado nesta região, não posso me identificar por temer represálias.
O Governo e a Assembléia Legislativa do Paraná não conhecem a região de Guaraqueçaba. É fácil provar isso.
Que benefícios tem Guaraqueçaba por ser uma área de preservação?
Muito pouco, quase nada. Temos uma Fundação Boticário que apenas mantêm o parque de mesmo nome, uma ONG (SPVS), que cuida de 26.000 hectares para a The Nature Conservancy (um grupo de empresas americanas), e não investe em nenhum centavo no social, emprega algumas pessoas como guardas-floresta e nada mais.
Diz-se na região que melhor seria se tivessem nascidos com mico-leão-dourado ou outro animal qualquer. Os Royalties que o município ganha não chega ao povo, mas serve para pagar os salários dos mais chegados ao prefeito.
Não se pode tocar em nada, nem para matar a fome; preserva-se a caça mas onde fica o homem? Não há cursos profissionalizantes nem para os que têm renda, imagine para os que não têm? E a EMATER? É apenas um cadáver a espera de sepultamento.
Venham conversar com o povo. Alcoólatras e viciados em maconha e crack têm muitos por aqui. A economia da região é movimentada pelos aposentados rurais que criam os seus netos e netas que não vêm a hora de cair fora da região.
A Ausência do Governo
Nos quase 90 km de péssima estrada de chão cortam o município de Guaraqueçaba não temos nenhum posto de saúde mantido pelo Governo do Estado, há um Posto Médico em Tagaçaba de Baixo (o segundo pólo mais importante a 46 km da sede municipal), mantido pela Igreja Batista e a Prefeitura.
Quantos já morreram por falta de um soro antiofídico? Que eu saiba, muitos...
Os moradores destas localidades: Cedro, Itaqui, Potinga, Tagaçaba de Baixo e de Cima, Serra Negra, Açungui, Bananal, Morato, Batuva e Rio Verde; preferem encher os Postos Médicos de Antonina. Pagam R$ 21,00 (ida e volta), para chegar lá, quando não vão direto a Paranaguá.
O hospital que o Governo diz estar fazendo em Guaraqueçaba está começando a ruir antes começar a operar.
Não há um só centro de inclusão digital nos 90 Km de estrada, a PR 405, que liga Antonina á Guaraqueçaba. Para piorar a situação, para acesso a internet os moradores da região precisam fazer uma ligação para o município de Antonina, o que torna o acesso discado inviável . É sério pessoal!
A Extensão do Município
O que se faz na sede não beneficia a todos os munícipes. O município é muito grande, além da parte territorial há inúmeras ilhas, cujos moradores em extrema dificuldade precisam se deslocar a sede do município sempre que precisam cuidar da saúde. O mesmo acontece com os moradores das localidades já mencionadas que estão a mais de 40 km da sede municipal. A Prefeitura é um verdadeiro cabide de empregos, 80 % da folha de pagamento é só para pagar funcionários.
Guaraqueçaba Merece Tratamento Diferenciado
A APPA de Guaraqueçaba merece um tratamento diferenciado. Vivemos numa região onde se fiscaliza o mosquito e deixa-se passar o camelo. Sabe-se como vai o papagaio da cara roxa e nada se sabe sobre as nossas crianças que andam com os pés no chão. Mais de 70% das terras de Gçaba são posses não legalizadas onde a maioria dos que lá produzem (banana, mandioca, palmeira real;), o fazem para a subsistência. (A estrada para o escoamento dos produtos é péssima). Quem quer ser produtor rural nesta região meus amigos!
O Governo está pedindo o cadastramento no CADPRO – Cadastro de Produtores Rurais, o não cadastramento fará com que os moradores da zona rural paguem ICMS e percam o benefício especial de zona rural. Numa região em que IDH é o menor do Paraná, imaginem vocês o dano social que isto irão causar a vida dos pobres guaraqueçabanos. O Governo irá roubar o direito dos pobres que vivem na zona rural e por isso merecem pagar luz de zona rural. Vá reinventar a roda em outro lugar quem criou tal idéia.
VAMOS COLOCAR UMA CANCELA NA ENTRADA DO MUNICÍPIO E
DECRETAR FALÊNCIA. QUEM QUISER ENTRAR VAI TER QUE PAGAR.
VAMOS CRIAR AS FARCS DE GUARAQUEÇABA PESSOAL!!!
Por pior que Peruíbe esteja, existem lugares em que a situação é mais grave.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Autocensura do cidadão Peruibense
Claro, eu sei que você vai dizer que sim, mas é melhor refletir sobre essa questão.
Você sempre costuma dizer o que acha desta cidade? Você sempre comenta sobre os problemas de Peruíbe tudo o que quer dizer, e com quem bem entende?
Caso você tenha o "privilégio" de trabalhar para a prefeitura, que não dá um mínimo de liberdade para o funcionário, tornando-o muito cuidadoso com as suas opiniões, impedido de falar sobre QUASE TUDO do que pensa, inclusive fora da repartição porque "alguém pode escutar"...você é vítima preferencial da AUTOCENSURA PERUIBENSE. Que triste situação.
O sujeito se vê obrigado a censurar a si próprio, mais do que o habitual em sociedade. Claro que é lógico dizer que ninguém pode sair por aí dizendo tudo o que queira, pois os resultados tendem a ser desastrosos, mas o que vemos por aqui é absurdo. Autocensura não pode ser confundida com mentira, mas em Peruíbe ela está levando a isso.
No começo, a pessoa se limita a não criticar, mesmo entre os familiares ou amigos próximos, algum político em destaque. Mais tarde, começa a adular esse político. O elogia, o agradeçe, vai nas inaugurações dos "feitos" do dito cujo, e por aí vai. Parece valer tudo em nome da sobrevivência, inclusive mentir, com palavras e comportamentos.
E isso tem ocorrido também com quem está afastado da administração pública municipal, pois o peruibense em geral teme cair em alguma das "listas negras" de membros da nossa classe política. Vai que "algum dia" o coitado precise do favor do "cara" ou "dela".
E você, se autocensura muito?
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Registro: prefeita pragmática cancela o Carnaval
75 milhões de reais. Esse é o prejuízo estimado com a enchente que acometeu a cidade de Registro nas últimas semanas. Para se recuperar, o município tentar homologar com o Governo do Estado o pedido de situação de emergência. Toneladas de donativos não param de chegar para atender a demanda das cerca de 500 pessoas distribuídas em cinco abrigos da Prefeitura além das pessoas isoladas pelas águas nos bairros rurais das estradas.
Toda essa situação fez com que a Prefeitura e a Comissão do Carnaval decidissem cancelar a festa de momo que aconteceria na cidade. “Seria uma incoerência com a realidade que estamos vivendo e um descaso com as vítimas, além das pessoas que estão se esforçando para enviar doações”, analisou a comissão.
A prefeita Sandra Kennedy lamentou a decisão, mas ressaltou que é a ação mais prudente a se tomar nesse momento. Ela relatou à comissão que 610 casas foram danificadas, cerca de 317 km de estradas rurais terão que ser reconstruídas, além de pontes, rede de distribuição de água, transporte público, prejuízo de 1870 hectares de banana equivalentes a 9% do PIB da cidade e um impacto de 33 milhões de reais no comércio.
Mas o ano não vai passar sem a festa, a Comissão decidiu que fará um Carnaval fora de época e já marcou a data. Será no sábado de aleluia e no domingo de páscoa será feito uma matinê para as crianças. “É um jeito de não tirar das pessoas a alegria desta festa”, ressaltou o coordenador da comissão, Aírton Cabral.
FONTE PREFEITURA DE REGISTRO
Palavras da prefeita:“Seria uma incoerência com a realidade que estamos vivendo e um descaso com as vítimas, além das pessoas que estão se esforçando para enviar doações.”
Notável, uma pessoa com um mínimo de pragmatismo, que viu que era correto deixar de lado algo de tão pouca importância, ou de nenhuma, dependendo do ponto de vista. Quero ver um comportamento similar em Peruíbe, terra da propaganda enganosa.
A situação é grave, e Peruíbe NÃO ESTÁ PREPARADA. A Tragédia aqui ao lado, e os peruibenses, em geral, nem falam nada, agem como se tratasse de um evento em uma terra distante. O HAITI chamou mais atenção, e EU TENHO CERTEZA QUE RECEBEU MAIS DOAÇÕES, mais apoio DAQUI. O silencio e desinteresse do nosso povo me espanta, já que demonstra alienação. Eu explico: geograficamente, Peruíbe é de fato parte do VALE DO RIBEIRA, e essa realidade tende a se tornar mais visível, com a crescente integração que já ocorre com ITARIRI e PEDRO DE TOLEDO. Miracatu seguirá o mesmo caminho. Nossa participação na BAIXADA SANTISTA é forçada, artificial e irreal para nossa realidade.
Nossa cidade partilha com municipios vizinhos "de fora da baixada" imensas reservas florestais, elementos culturais em comum ( cultura caiçara de Iguape) e altos níveis de pobreza e desemprego. E as massas de ar que provocaram as enchentes "no lado de lá"....também chegam aqui, rapidamente, e bem úmidas. Historicamente, as inundações por aqui sempre ocorrem paralelas a eventos similares no nosso "vizinho" Vale do Ribeira. Até março, correremos um GRANDE RISCO. E os últimos ALAGAMENTOS JÁ FORAM ESQUECIDOS.
O jeito é esperar e torcer para que o profeta CHARLIE FROST esteja enganado.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Enchente no Vale do Ribeira e os seus efeitos
Fabiana Uchinaka
Do UOL Notícias
Em São Paulo
As fortes chuvas que atingem a região do Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, provocaram o transbordamento do rio Ribeira de Iguape, que subiu mais de 3,5 metros acima do nível normal. Nesta quinta-feira (4), o número de pessoas afetadas pela enchente nas cidades de Registro e Sete Barras já passava de 9.000.
Em Registro, 8.800 pessoas sofrem com a cheia, mas cerca de 2.100 estão sendo diretamente atingidas (pessoas isoladas, desabrigadas ou desalojadas). Para cinco abrigos da prefeitura, improvisados em escolas da cidade, foram levadas 460 pessoas. E em algumas propriedades rurais, a Defesa Civil precisou usar barcos e tratores para levar ajuda médica, água potável e alimentos para as 408 famílias que estavam isoladas.
Os bairros afetados são: Alay Correa, São Jardim Valery, Vila Nova, Nosso Teto, Vila São Francisco, Serrote, Baissununga, Jurumirim, Estirão do Carapiranga, Ponta Grossa, Guaviruva, Boa Vista Rio, Ribeirão de Registro, Bamburral de Baixo e Saltinho.
De acordo com a Prefeitura de Registro, 317 km de estradas rurais foram afetados e diversas plantações estão debaixo de água. O prejuízo, segundo cálculo do governo municipal, é de R$ 75 milhões, sendo R$ 33 milhões de perdas na agricultura.
A prefeita da cidade, Sandra Kennedy (PT), já decretou situação de emergência e espera homologação do governo do Estado.
Já em Sete Barras, cidade vizinha a Registro, a situação está próxima da normalidade. Segundo o coordenador de Defesa Civil, Gilberto Ota, parou de chover e o rio, que chegou a 6,7 metros, começou a baixar.
“Estamos em uma região de vale. A água chega aqui depois de acumular desde o Paraná. É um efeito cascata”, explicou.
De acordo com o balanço da Defesa Civil, 73 famílias e 300 propriedades de cinco bairros foram afetadas pelo alagamento em Sete Barras. “Agora estamos levando as famílias para suas casas, fazendo a limpeza, checando as questões de saúde e avaliando os riscos”, disse Ota. Segundo ele, apenas três pessoas continuam em abrigo da Prefeitura.
O Município de Registro e o seu drama bem atual
As chuvas já causaram os primeiros desabrigados do ano pela enchente do Rio Ribeira de Iguape, em Registro. Atualmente 92 famílias, totalizando 407 pessoas estão alojadas temporariamente nos três abrigos disponibilizados pela Prefeitura de Registro: Ginásio Mário Covas e escolas Nicéia Hirota e Francisco Manoel.
Os bairros mais afetados SãoVila São Francisco, Jd Valery II, Alay Corrêa, Nosso Teto, Vila Nova, Jardim Caiçara, e zona rural estradas rurais e várzeas isolando os bairros Guaviruva, Jurumirim, Baissununga e Limoeiro. A este número ainda deverão ser somadas as famílias desalojadas pelas chuvas e que foram socorridas em casas de parentes e amigos e não nos abrigos municipais e que ainda estão sendo cadastradas pela Defesa Civil.
Para este momento, o coordenador da Defesa Civil em Registro, Ronaldo Ribeiro explica que as pessoas desalojadas estão precisando de doações. “Assim gostaríamos de contar, mais uma vez, com o apoio e a solidariedade de todos principalmente com a doação de cestas de alimentos, leite em pó, fraldas, roupas de bebes, água, colchões produtos de limpeza entre outros materiais e gêneros que poderão ser entregues à Defesa Civil do Município de Registro para doação às famílias necessitadas”, pede. Toda doação poderá ser realizada diretamente no Departamento Municipal de Bem Estar Social da Prefeitura de Registro, localizado à Rua São Francisco Xavier, 165.
Maiores esclarecimentos podem ser feitos pelo fone (13) 3828-2059 no FUNSSOL ou no Departamento de Bem Estar pelo fone (13) 3828-2050.
A comunidade também pode ajudar as vítimas da enchente em Registro colaborando com qualquer quantia em dinheiro que será revertido para aquisição de alimentos e itens de primeira necessidade. Para tanto, a Prefeitura abriu duas contas para especificamente esse fim. São elas: Agencia Banco do Brasil S/A, agência nº 0492-8 - Registro/SP
conta corrente nº 56.000-6 e Caixa Econômica Federal, agência nº 0903, operação nº 006, conta corrente nº 000200-1
FONTE PREFEITURA DE REGISTRO
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Cidade de Registro inundada : nosso futuro próximo é de risco
02 de fevereiro de 2010 • 21h58
A cheia do rio Ribeira, que dá nome ao vale onde se encontra Registro (SP), perto da divisa com o Paraná, é a causa dos alagamentos da manhã desta terça-feira (2).
O fenômeno foi registrado por André Oliveira, internauta de Peruíbe (SP). Áreas conhecidas da cidade, como o centro histórico da cidade e o museu da imigração japonesa da cidade, conhecido como KKK, estão debaixo d´água.
De acordo com a agência meteorológica Climatempo, a cheia do rio é normalmente registrada no fim do verão, mas as constantes chuvas a partir da última primavera adiantaram o fenômeno.
A previsão para os próximos dias no vale do Ribeira é de sol, muito calor e pancadas moderadas de chuva à tarde até o fim da semana. A região, porém, continua em alerta, pois o nível do rio não deve baixar tão cedo.
O internauta André Oliveira, de Peruíbe (SP), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.
FONTE SITE TERRA
CONTRADIÇÕES DOS NOSSOS ONGUEIROS E SIMPATIZANTES
Os grandes prejudicados pela falta de emprego em Peruíbe são os peruibenses de nascimento ou forasteiros pobres "naturalizados", que aqui habitam por opção, obrigação ou por temor em migrarem. Os aposentados migrantes de classe média podem contar com uma considerável qualidade de vida, a qual não pode ser garantida para a maioria dos "nativos". Os nossos ONGUEIROS focam na preservação do ambiente, sempre se esquecendo que a qualidade de vida da maior parte da população local, não pode se restringir a água potável, ar puro e "sossego", mas a algo que também reúne CONDIÇÕES DE SUBSISTÊNCIA. Só recentemente, vi ongueiro falando em UMA ALTERNATIVA de "desenvolvimento sustentável". Como expliquei antes, um raciocínio cheio de limitações, o qual merece análise dos internautas.
Eu acho engraçado quando esse pessoal faz uma "crítica ao dinheiro", ao interesse de muitos dos locais em aumentarem seus rendimentos (ou passar a terem algum) com um grande investimento tipo PORTO BRASIL. Sabem, é simples pregar contra o desejos materiais dos que foram (ou ainda são) pró-porto, quando vários desses defensores da ecologia possuem TV por assinatura, internet em casa, automóvel (polui, mas muitos deles têm), casa própria e outras coisas que a publicidade afirma serem imprescindíveis na nossa sociedade de consumo. Eu fico espantado com essa estranha forma de pensar. Falam coisas lindas, sempre pregando que temos que estar em sintonia com o ambiente, com a natureza, um belo papo....mas vai alguém ver o padrão de vida da maior parte desse pessoal, a classe social dessa gente, os bairros em que moram, quando residem aqui. Caraguava? Veneza? Vila Erminda? Esse pessoal passa longe. Peruibenses pobres não se interessam por uma certa ONG, principalmente quando não são caiçaras. Não se sentem representados, e com toda razão.
A existência nos nossos bairros suburbanos, como o Caraguava, continua dura. Continua a existir o terrível Caraguava da miséria, das crianças sujas e descalças, dos barracos, dos esgotos a céu aberto, das enchentes, da prostituição infantil na beira da estrada, etc. Para que os mais humildes possam se interessar em respeitar o meio ambiente, é preciso lhes dar condições para superarem tantos sofrimentos. Se os ditos ecologistas salvadores não se importam com isso, claro que a impopularidade dos mesmos acaba se tornando enorme, o que só prejudica a causa.
O roubo de residências já preocupa mesmo fora da temporada. Claro que para muitos ongueiros, veranistas simpatizantes e membros do núcleo da terceira idade, esse problema se resolve pagando pelos serviços de alguma dessas diversas firmas de segurança, que proliferam na cidade. E os ongueiros dizem que Peruíbe se "tornaria violenta", com a instalação do Porto. Não temos criminalidade alta agora? O que faz empresas como a PERSEG prosperarem aqui? Mas não: a barbárie "viria" com o Porto. Agora, estamos no sossego. Acredite quem quizer.
Me parece claro que só agora, tardiamente, que ficou evidente para os radicais ecologistas a imperfeição de seu discurso, pois até agora só conseguiram desprezo e até raiva do povo. Em Peruíbe se agrava o descalabro social. A alternativa proposta por um líder ongueiro diz que Peruíbe melhorará, servindo de condomínio praiano para aposentados, para anciãos forasteiros com melhores ganhos. O notável é que essa idéia não é nova, que o diga o lema TERRA DA ETERNA JUVENTUDE. Nos anos setenta, aqui já era o paraíso dos velhinhos, agora é ainda mais....e não prosperamos. Claro, só pode ser culpa dos nossos governantes. Tudo bem que não faltam exemplos de como aposentados bem de vida costumam ser exploradores, mas isso não vem ao caso. Todos eles merecem descançar em Peruíbe. Aposentou, qualquer um vira boa gente por aqui. Prefiro uma estratégia de integração ao Vale do Ribeira.
Peruibenses menosprezam a ecologia, por acreditarem em uma proposta faraônica? Pois eu digo que os ongueiros menosprezam o nosso povo, pois acham que por serem mais instruídos, e de condições sociais melhores, sabem mais, respeitam mais, defendem mais Peruíbe e os reais interesses dos moradores. Para eles tudo o que dizem é muito bom, o que se demonstra estar errado.