Pois é, hoje é sexta-feira, 21 de junho de 2019, e o inverno começou. Escrevi o artigo abaixo faz quase um ano, e o mesmo continua atual, ou seja, nada mudou em Peruba city:
"Como tantos peruibenses já sabem, uma rede de FAST FOOD logo irá inaugurar uma filial na cidade, fato que atraiu muita gente em busca de oportunidade de emprego. Num lugar com muitíssimos desempregados e subempregados, algumas novas dezenas de vagas surgirão, ou seja, isso só será um alívio para os poucos que conseguirem ser contratados.
A ironia da história é que desde a emancipação (em 1959) as elites peruibenses (falo em elites, por causa da dinâmica social e das décadas que se passaram) apostaram e ainda apostam na ascensão do turismo de veraneio, ante o declínio das atividades econômicas tradicionais (caça, pesca e agricultura de subsistência), consideradas inferiores ao dinamismo que os hotéis, colônias de férias e um comércio voltado para os visitantes demonstravam. E o que temos hoje? Milhares de moradores definitivamente encurralados pela estagnação municipal, porque são muito numerosos e estruturalmente dependentes de uma economia baseada em serviços, a qual parece ser a única fonte formal de empregos.
Daí se entende o motivo, de qualquer boato sobre alguma grande rede varejista querer se estabelecer aqui ter tanta repercussão. Claro que a vinda dessas empresas é importante, mas até agora esses investimentos não geraram um grande alívio na crise local, pois a demanda laboral prossegue muito elevada.
Ah, mas no futuro virão grandes investimentos, não é? Ora, alguns dos meus leitores, assumidos ou ocultos, acreditam que eles virão, após os fiascos do Porto Brasil (link AQUI), verticalização (link AQUI) e termoelétrica (link AQUI)? Eu já avisei, e aviso de novo: Peruíbe está se AUTO-EXCLUINDO DA BAIXADA SANTISTA, um processo que considero irreversível, pois o município já não atrai a atenção de investidores graúdos, e nisso eles têm toda a razão.
E isso torna o inverno peruibense indesejável para muitos, principalmente em dias frios como este, pois fazem os mais carentes se lembrarem do quanto é bom se ter agasalhos e cobertores novos quando cai a temperatura, artigos que eles não teriam dificuldade em adquirir se tivessem empregos descentes. Pois é."
Quase um ano e cerca de meia dúzia de enchentes depois, Peruíbe prossegue sem grandes melhorias visíveis. Este município continua com taxas de desempregos elevadas, sem maternidade, sem hospital, e agora com moradores carentes torcendo para que as próximas noites não sejam geladas, numa época em que os moletons começam a "tomar sol" durante as manhãs, e os peruibenses se tornam adeptos da "moda cebola". Pelo menos grandes chuvas não se repetirão, numa estação tida como seca.
Resta ao comércio local aproveitar a baixa temporada do mês de julho, o das próximas férias escolares, quando alguns invernistas (é a palavra correta) nos visitam, e assim obter algum ganho. E desta forma Peruíbe prosseguirá, aguardando pela temporada de verão 2019/2020, que será para muitos um novo porém curto período de bonança.
MARCADORES: PRIMEIRO DIA DE INVERNO, PERUÍBE, PERUIBENSES, DESEMPREGO, PROBLEMAS PERUIBENSES, FRIO, 21 DE JUNHO DE 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário