sexta-feira, 23 de setembro de 2016

VINICIUS TORRES FREIRE / MERCADO DE TRABALHO TAMBÉM COMEÇA A "DESPIORAR" - SETEMBRO DE 2016



Todo mundo conhece a história da diferença entre o otimista, que vê um copo meio cheio, e o pessimista, que vê um copo meio vazio.

No caso do trabalho neste Brasil difícil, o copo na verdade estava com um rombo enorme, vazando emprego aos montes. Os números que saíram hoje sobre emprego com carteira assinada parecem confirmar essa desgraceira. Só que não.

O rombo começou a diminuir. Sim, em agosto o número de demissões ainda foi maior que o de admissões. Perderam-se 33 mil empregos formais. Porém, em agosto do ano passado a sangria foi de 85 mil empregos.

Desde abril, o ritmo de desaparecimento dos empregos começou a diminuir.

Em alguns setores importantes, houve até números positivos. Na indústria, por exemplo, o número de vagas aumentou, criaram-se mais de 6 mil empregos. A indústria não contratava mais do que demitia desde março de 2015, faz 17 meses.

Sim, é um copo de alívio num barril de desgraças. Desde março do ano passado, a indústria tinha perdido mais de 760 mil empregos formais. Um desespero. Mas surgiu alguma esperança de que as coisas possam melhorar.

No comércio também houve aumento de vagas com CLT, depois de oito meses negativos.

Esses são os números do emprego formal, do registro de empregados mantido pelo Ministério do Trabalho, um cadastro chamado Caged. Não diz nada sobre trabalhadores sem carteira assinada.

Ainda assim, são um sinal de que as coisas estão começando a "despiorar". Sim, de que estamos chegando no fundo do poço também no caso do mercado de trabalho.

A economia, no geral, começou a "despiorar" um pouco antes. Há empresas exportadoras, por exemplo, faturando mais. É muito pouca coisa. Tanto que o desemprego ainda é horrível.

Mas, pelo menos, parece que até o final do ano talvez a gente consiga tapar o furo no fundo do copo. Que, se tudo der certo, começa a encher, devagarinho, no começo do ano que vem.



MARCADORES: MERCADO DE TRABALHO, ÍNDICES DE DESEMPREGO, EMPREGO NA INDÚSTRIA BRASILEIRA, BRASIL

Nenhum comentário: