Pois é, soube ontem à noite que o empresário Eike Batista não desistiu do projeto de construir um porto privado em Peruíbe, chamado por ele de Porto Brasil. O empreendimento custará aproximadamente R$ 4 bilhões, e além de instalações industriais em terra (Complexo Industrial Taniguá), contará com a criação de uma ilha artificial, que ficará cerca de três quilômetros da costa, onde navios de grande calado poderão atracar, ilha que será ligada ao continente por uma ponte. Entre outras coisas, o projeto também prevê o uso da ferrovia Santos-Cajati para o transporte das mercadorias que serão exportadas.
Tudo isso parece muito bacana, pois finalmente veremos a Terra do Sol Poente (ou seria do sol decadente?), ter aquele salto de desenvolvimento que por décadas temos aguardado (milhares de empregos diretos e indiretos, com salários acima da média local), mas eu não sou otimista. Basta lembrarmos do que ocorreu mais de dez anos atrás, com a oposição acirrada da (pois é) pequena burguesia ambientalista local e da poderosa elite portuária santista. Só entre nós, mas alguém acredita que a nossa querida Santos, a 'cidade líder' da baixada santista, não vai novamente se meter na questão, dando pitaco no que jamais deveria ser assunto dela? Logo veremos a arrogância de santistas que jamais puseram os pés por aqui, dando palpite sobre como os peruibenses devem cuidar da própria cidade, já que para eles, somos o "quintal" de Santos, e lhes devemos obediência, em troca do 'privilégio' de fazermos parte de uma região metropolitana que nem é grande coisa. Impossível ser otimista, Eike ainda não entendeu um fato, a de que este nosso querido recanto do litoral sul não é para principiantes, ainda mais com um vizinho valentão que teme concorrência. Por isso prefiro o vale do ribeira: lá, eles nos tratam como iguais. Entendeu ou quer mais, nanodesu?
Enquanto isso, o Porto do Açú é um sucesso de dar inveja
