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terça-feira, 9 de junho de 2009

REFLETINDO SOBRE A DIÁSPORA PERUIBENSE

























Um belo amanhecer, como tantos outros que eu já vi em Peruíbe ... pena que não resulte em oportunidades para todos os cidadãos locais.

Uma condição de vida paupérrima, forçou muita gente daqui a debandar para escaparem da miséria local. Para eles e para as suas famílias foi a solução.

E para Peruíbe?

A melhoria da economia do nosso municipio à custa da exportação de mão de obra é ilusória, pois só os que partem são beneficiados, desde que consigam se integrar ao sistema de produção da nova terra, seja essa a capital paulista, Santos, Praia Grande, interior paulista, Curitiba ou até o exterior. Pouco é o recurso que Peruibenses "expatriados" mandam para cá. A riqueza necessita ser criada e resultar de trabalho feito aqui, ou pelo menos nas cidades vizinhas (integradas em um "mercado comum") as quais formam uma microrregião (Pedro de Toledo, Itariri, Peruibe, Itanhaém e Mongaguá), sujeita a modificações (pois é, cidades evoluem ou involuem), com Peruibe assumindo um papel de destaque. A História se repete e não há forma de apreendermos as lições que nos incute. Desperdiçamos, ano após ano, a riqueza promovida pelo fluxo de turistas em investimentos não produtivos (estou sendo simpático). Basta vermos as belas ruas dos bairros praianos , simplesmente desertos fora da temporada (bem pouco habitados), enquanto ruas dos bairros periféricos (populosos) deixam a desejar. Enchentes vem e vão, e apesar das imensas arrecadações de impostos do municipio, tal problema não parece ter solução. Em que se torra tanto dinheiro?

Hoje residimos na ultima cidade da região metropolitana da baixada santista, não apenas no sentido geográfico (de fato, Santos não está próxima), mas social. Peruibe é a pontinha de uma cauda. O que somos para os Santistas? Nada. E as nossas desigualdades são bem visíveis.

Enquanto uma elite, residente em bairros como JARDIM IMPERADOR, OASIS, ARPOADOR, etc....se desloca para seus locais de trabalho (os que trabalham, pois muitos são aposentados que migraram, para viverem no "paraíso"), em seus carros caríssimos, para repartições publicas e lojas, uma massa trabalhadora, bem maior em numero, se desloca para trabalhar usando transporte coletivo, carros bem usados, ou mesmo a pé ou de bicicleta, muitas vezes sob um sol digno de deserto africano. Uma massa trabalhadora sujeita a um elevado desemprego , em uma terra que da qual afirma ser da baixada santista, mas é fortemente VALERIBEIRENSE (a tendencia histórica é de se tornar mais), devido a fatores geográficos, culturais e, é claro (o que tem destaque neste texto)....sociais.

No "vizinho" Vale do ribeira (lembrem-se de que estamos sob a "benéfica influencia santista") a carteira de trabalho é ficção científica para muitos trabalhadores. E aqui também é assim, com multidões de peruibenses "empregados" sem registros e sem garantias.

Trabalhadores obrigados a cumprirem cargas horárias severas durante as temporadas, nas quais dormir parece um luxo e comer.....eu disse comer? Para certos patrões, basta o ar !!!!

Considerando tais problemas, a migração peruibense acaba sendo, para muitos, a unica alternativa. Como disse o personagem Fabiano no livro "Vidas Secas", "o mundo é grande", como que dizendo, que as oportunidades, para ele e a familia, só poderiam estar fora da caatinga, em outras terras.

É triste, mas muitos Peruibenses terão que continuar a seguir o exemplo do Fabiano, dando as costas a uma total falta de perspectivas, falta de atividades (ócio total) e miséria.