segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

SHINGEKI NO KYOJIN (ATTACK ON TITAN): REINER BRAUN E SUA VISÃO DE LIBERDADE - DEZEMBRO DE 2020

 




FONTE DE IMAGEM: GLOOMIKASA


Não é o meu propósito fazer aqui uma análise profunda do personagem Reiner Braun, que tanto destaque tem tido nos primeiros episódios da última temporada de SNK. Quero apenas dizer o óbvio: assim como Eren, Reiner também possui uma visão de liberdade, um ideal pelo qual ele luta, em nome de si mesmo, de sua família e dos eldianos do continente.

Desde a infância, ele buscou reconhecimento. Filho de pai marleyano, foi repudiado pelo mesmo, discriminado por causa da etnia. Sua família viveu e segue vivendo na "zona de confinamento" de Libério, lugar que é praticamente um gueto, quase que um campo de concentração urbano. Foi doutrinado para lutar por um Império, que usa pessoas do povo dele como armas de guerra. Tem orgulho de ser portador do Titã Blindado, e espera que no futuro um dos cadetes que cuida com muita atenção (em especial Gabi e o garoto Falco), herdem sua condição. Sabe que morrerá duma forma horrível (o "ritual de passagem" consiste no antigo portador ser devorado vivo pelo novo, transformado em irracional), mas a causa para a qual se dedica está em primeiro lugar.

Praticamente uma criança, ele não hesitou em prosseguir com a missão para destruir a Muralha Maria, mesmo após a morte do amigo Marcel Galliard (comido pela "outra Ymir", então Titã irracional). Annie o espancou com severidade, e mesmo assim ele a dominou (demonstrando aí uma enorme determinação) e junto com ela e o assustado Bertolt, cumpriram com o primeiro objetivo, para eliminar "os demônios da ilha". Depois veio a infiltração na sociedade dentro das muralhas, o alistamento na tropa de exploração, o que durou anos, e a inevitável dúvida: o que fizeram foi o certo, o correto? E a descoberta de que Eren tinha o Titã de Ataque, levou o sujeito a fazer uma revelação inesperada, que na prática piorou uma situação já bem difícil. Tentar convencer o filho do "traidor" Grisha de se juntar aos que provocaram um genocídio, não foi uma boa ideia.






Reiner teve que retornar sem seus companheiros para Marley (Bertolt foi devorado por Armin, e Annie terminou aprisionada num cristal), onde prosseguiu como combatente eldiano da nação inimiga de Paradis. O fato de ter um enorme sentimento de culpa pelo o que fez na ilha, demonstra que é uma pessoa com sentimentos, não um monstro desalmado, embora a lavagem cerebral ao qual submetido durante o treinamento, não o fez pensar que a destruição de Maria resultaria na morte de muitíssimas pessoas. Ele só entendeu a situação mais adiante, quando até mesmo desenvolveu laços afetivos com membros da tropa. Mas era tarde demais, não tinha como corrigir o que aconteceu.

Para esse famoso guerreiro eldiano pró-marley, o único caminho para o povo dele (os "filhos de Ymir" que ficaram no continente), é colaborar com os opressores racistas (pois é) marleyanos, para assim alcançar a libertação. Na visão de liberdade dele (reformista), a manutenção do império como uma nação hegemônica global, resultará, num futuro ainda não-determinado, em melhorias para os eldianos continentais, até um momento em que eles não seriam mais condenados pelo poder que pode transformá-los em criaturas perigosas. Claro que para isso, o extermínio dos habitantes de Paradis tem de ser alcançado.... mas existe um tal Eren Jaeger, com uma visão de liberdade revolucionária, bem no meio do caminho. Considero ambos como os dois lados de uma mesma moeda, personagens em busca de um mesmo propósito (o de liberdade, embora Braun não a mencione), mas inconciliáveis. Me pergunto qual dos dois vencerá, no inevitável confronto final.


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MARCADORES: MANGÁ / ANIME SHINGEKI NO KYOJIN, ATTACK ON TITÃ, TITÃ DE ATAQUE, QUARTA E ÚLTIMA TEMPORADA DO ANIME, REINER BRAUN, ELDIANOS DE MARLEY, IMPÉRIO MARLEY, RACISMO, VISÕES DE LIBERDADE, DEZEMBRO, 2020

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