quinta-feira, 6 de julho de 2017

VINÍCIUS TORRES FREIRE / A PINDAÍBA DO GOVERNO FICA CRÍTICA - JULHO DE 2017




A Polícia Rodoviária Federal anunciou que vai diminuir o patrulhamento e fechar postos nas estradas. O orçamento da Polícia Rodoviária caiu este ano pela metade.

No final de junho, a gente lembra, a Polícia Federal suspendeu a emissão de passaportes e reclamou de que não tem dinheiro bastante pra transporte. Uma empresa estatal começou a pedir doações de computadores. É a Empresa de Planejamento Energético, que a gente conhece pouco mas é importante, que faz os planos de expansão da produção de energia no Brasil, em especial energia elétrica. Mais de metade do orçamento da empresa foi cortado este ano. São apenas alguns exemplos recentes de que a pindaíba do governo federal começa a ficar crítica. E há coisa mais grave.

Hospitais federais têm atendido mais gente, porque muitas pessoas perderam o plano de saúde, porque estão desempregadas. Mas não tem verba para atender essa procura extra.

A receita do governo cai, as despesas não caem o suficiente. Algumas, na verdade, crescem demais. A despesa da Previdência cresceu mais de 7% este ano. Muito mais grave, o gasto com salários e aposentadorias do funcionalismo federal cresceu quase 12%. Mas, desconsideradas essas despesas, o resto do gasto do governo federal caiu 15%. O gasto em obras ainda mais, caiu 50%. Chegamos ao limite de cortes. Para cortar mais, o governo vai suspender ou piorar serviços.

Para remendar a situação, o governo está planejando algum aumento de imposto, como o da gasolina. Ou voltar a cobrar logo contribuições de certos setores para o INSS, que passaram a pagar menos no governo Dilma Rousseff.

Mas os remendos não vão bastar. É preciso conter o aumento do gasto obrigatório, em Previdência e com o funcionalismo. É preciso que o país volte a crescer logo, sem o que não haverá mais receita de imposto. E vai ser preciso cobrar muito imposto novo, de preferência dos mais ricos, pois chegamos a um buraco muito fundo.

A gente corre o risco de enfrentar problemas como os do governo do Rio. Enquanto isso, a maioria do governo e do Congresso se dedica a discutir como vai fugir da polícia.



MARCADORES: CRISE FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL 2017, POSSÍVEL AUMENTO NOS IMPOSTOS, RECESSÃO / DEPRESSÃO BRASIL 2017, CONTRIBUINTES BRASILEIROS, CRESCIMENTO DA ECONOMIA, ATÉ QUANDO MICHEL TEMER FICARÁ NO PODER?


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