sexta-feira, 5 de maio de 2017
VINICIUS TORRES FREIRE / ECONOMIA AINDA É MENOR QUE EM 2011 - MAIO DE 2017
A economia do Brasil vive uma situação parecida com a de uma guerra que acabou. A destruição em geral parou, mas a reconstrução econômica ainda não começou.
Pelo menos ainda não há notícias relevantes de virada de verdade. Saíram quase todos os números importantes do desempenho econômico no primeiro trimestre do ano.
Mas não houve nenhuma surpresa positiva suficiente para mudar a previsão para o ano: crescimento de 0,5%. A inflação caiu mais rápido do que o previsto, o que ajuda no consumo.
Mas houve pioras em outras áreas. A produção das indústrias dá uma respirada, mas logo em seguida ainda toma um tombo feio, como a gente soube hoje de março.
Esses números de crescimento parecem abstratos. Vamos fazer algumas comparações.
Esse crescimento de 0,5% não é nada que chegue a arranhar o desastre dos últimos dois anos.
Isto é, nada que nem arranhe as quedas do PIB de 3,8% (2015) e 3,6% (2016). Em resumo, a economia ainda é menor do que era 2011. Produz menos do que em 2011, paga menos renda do que em 2011.
Ou seja, o crescimento previsto para o resto deste 2017 não é nada que dê para sentir nas ruas até o trimestre final do ano, lá por um pouco antes do Natal.
Como a economia encolheu de tamanho, como voltou ao que era faz uns seis anos, o crescimento de 2017 não será suficiente para evitar o aumento do desemprego até mais ou menos setembro.
Como a economia anda devagar, os bancos ficam na retranca. Não dão mais crédito nem abaixam os juros de modo relevante. Continuamos na lerdeza. Caso a reforma da Previdência não passe, deve haver algum tumulto financeiro. Aí, o caldo entorna.
Mas vamos supor que a gente fique nessa melhora medíocre.
Esse crescimento de 0,5% neste ano também não será bastante para á impedir o quarto ano de queda do PIB per capita. Isto é, a economia cresce um bocadinho, mas ainda menos que a população, que está crescendo no ritmo de 0,8% ao ano. Isto é, o país empobrece mais um ano, outra vez, como ocorre desde 2014. Quatro anos seguidos.
Isso nunca aconteceu na história do Brasil moderno, pelo menos desde o início do século 20.
MARCADORES: PERUÍBE, DESEMPREGADOS PERUIBENSES, DESEMPREGO 2017, DEPRESSÃO ECONÔMICA, BRASIL, BRASILEIROS
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