segunda-feira, 7 de março de 2016

DENISE CAMPOS DE TOLEDO / ECONOMIA DEPENDE DO DESFECHO DA CRISE POLÍTICA - MARÇO DE 2016




Essa piora das projeções do mercado não é novidade. A atividade dos vários setores continua caindo, o desemprego aumentando, muita gente fala em uma retração da economia de até 4% este ano. A inflação resiste em patamar alto. E não se vê espaço para o governo avançar com medidas que possam viabilizar o ajuste fiscal ou uma reversão da crise econômica, inclusive pelo agravamento do quadro político que houve desde a semana passada. O governo está muito mais vulnerável. O risco de impeachment ganhou força. E essa possibilidade abre novos cenários pra o andamento da economia. Considerando um possível processo de impeachment, a economia pode ficar mais travada, ainda que o mercado fique animado, já que pode não ser um processo rápido. Se for via TSE haveria, inclusive, novas eleições. Depois, por mais que a troca de governo traga mais confiança, a crise econômica se aprofundou demais e a saída, agora, exige reformas reestruturantes, que não ocorrem de uma hora pra outra. Só que haveria um clima de maior confiança e, possivelmente, de maior entendimento político, que poderiam fazer a economia andar melhor. Com Dilma, a crise tende a se arrastar, até com risco de uma política de afrouxamento de gastos e outros artificialismos, como vem cobrando o PT. Agora, mesmo que a presidente assuma uma postura mais independente, de ajuste, volta a questão: haveria condição política para a implementação de medidas mais eficazes? Dilma conseguiria consenso político pra estabelecer uma ponte até 2018? Mais que nunca a evolução da economia está na dependência de um desfecho pra crise política. Eu volto na quinta, até lá.


MARCADORES: GOVERNO DILMA / PT, IMPEACHMENT VOLTA A SER DISCUTIDO, CRISE SEVERA, ECONOMIA EM FRANGALHOS, RECESSÃO, DEPRESSÃO ECONÔMICA 

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