quinta-feira, 25 de junho de 2015

BAIXADA SANTISTA FECHA 2.154 VAGAS DE EMPREGO EM MAIO - JUNHO DE 2015





Diferença entre demissões e contratações em maio é 501% maior do que a do mesmo período de 2014

Gabriel Oliveira

O nível de desemprego continua aumentando na Baixada Santista. Em maio, as cidades da região fecharam 2.154 postos de trabalho, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que consideram a diferença entre admissões e demissões. 

O número de desligamentos é 20% maior do que em abril, quando a Baixada perdeu 1.786 vagas de emprego formal, ou seja, com carteira assinada. Em relação a maio de 2014, o saldo de desempregados aumentou 501%. Naquele mês, houve 358 demissões a mais do que contratações. 


Santos lidera a lista, com 1.114 desligamentos no mês passado, sendo 837 só no setor de Serviços. Logo atrás, com 630 empregos a menos, está Cubatão, que havia criado 112 postos de trabalho em maio de 2014. O município teve baixa principalmente na Construção Civil. No acumulado de 2015, a queda é expressiva: foram 5.954 vagas de emprego fechadas na Baixada Santista de janeiro a maio. 


"Tudo isso é realmente por conta da conjuntura econômica que nós estamos vivendo", afirma o economista Márcio Roberto Paz Colmenero, professor da Unibr - São Vicente. "A população está endividada e não tem dinheiro para consumir, as empresas não vendem, então não produzem e, se não produzem, não empregam. Uma coisa vai puxando a outra". 


O economista considera que, pelos próximos três meses, a tendência é que os números continuem negativos. Só a partir de setembro ou outubro é que o mercado deve começar a se recuperar, mas não necessariamente motivado por melhora na economia. "Por conta da produção de final de ano, o número de vagas aumenta normalmente. O que nos preocupa é que esse aumento poderia ser maior". 


Já o economista Helio Halite dá o ano de 2015 como perdido e afirma que a economia brasileira só deve se recuperar a partir de meados de 2016. "A economia reagiu negativamente à falta de incentivos do governo. Houve retração nos projetos sociais e corte de gastos e existe uma crise de crédito muito forte". 


Ele cita o desligamento do alto-forno da Usiminas, em Cubatão, a demissão de portuários do Ecoporto e a existência de obras paradas como exemplos de como o mercado de trabalho na Baixada Santista está sendo impactado pela crise na economia.


Em âmbito nacional, o Brasil fechou 115.599 empregos formais em maio, o pior resultado para o mês desde 1992, quando teve início a série histórica do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É a primeira vez que os dados do Caged apresentam saldo negativo em maio. O Estado de São Paulo apresentou diminuição de 23.037 postos de trabalho.


FONTE: A TRIBUNA



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