quinta-feira, 17 de junho de 2010

Charles De Gaulle e os setenta anos do Chamado do 18 de junho

Considero o líder francês Charles De Gaulle um dos mais importantes personagens do século XX. Sua recusa em aceitar a vitória da Alemanha em 1940 foi um ato heróico. Ele poderia seguir as suas idéias políticas, anti-republicanas e fortemente direitistas, e aderir ao colaboracionismo. Mas não, ele não podia suportar a afronta que a pátria sofrera, a presença alemã e o consequente sofrimento do seu povo.

O general De Gaulle, exilado em Londres, realizou no dia 18 de Junho de 1940, em um estúdio da BBC, um discurso histórico. Foi o ponto de partida para a criação do movimento FRANÇA LIVRE, formado no princípio por militares franceses resgatados em Dunquerque, aos quais se juntaram muitos outros, incluindo até estrangeiros que viviam em Paris e amavam aquela cidade. Desafiando os nazistas, colaboracionistas e até os próprios aliados, dizendo abertamente "eu sou a França", conseguiu uma vitória do nada.

O desembarque na Normandia não teria sido possível sem o apoio da resistência, e anos de seus esforços. Embora ela não tenha expulsado os invasores, impediu a consolidação do regime de Vichy, e uma consequente adesão da França ao EIXO, o que fortaleceria Hitler e poderia dar a segunda guerra mundial um final muito diferente.

As palavras que aqui reproduzo foram ditas a 70 anos por um personagem estraordinário, um protagonista da história da sua nação e do mundo:

"Os chefes que, desde a vários anos, estão no comando do exército francês, tem formado um governo. Esse governo, alegando a derrota do exército, estabeleceu comunicação com o inimigo para cessar os combates.


Por suposto, temos estado, e fomos superados pela força mecânica, terrestre e aérea do inimigo.

Infinitamente, mais que seu número, são os tanques, os aviões, a tática dos alemães o que nos fazem retroceder. São os tanques, os aviões, a tática dos alemães que têm surpreendido a nossos comandos, ao grau de levar à situação na que hoje se encontram.

Mas, essa é a última palavra? A esperança deve desaparecer? A derrota é definitiva? Não!

Creiam-me, a mim que lhes falo com conhecimento de causa e lhes digo que nada está perdido para a França. Os mesmos meios que nos venceram podem nos dar em um dia a vitória.

Pois França não está sozinha! Não está sozinha! Tem um vasto império ao seu lado. Pode formar bloco com o Império Britânico que domina o mar e continua a luta. Pode, como a Inglaterra, utilizar sem limites a imensa indústria dos Estados Unidos.

Esta guerra não se limita ao triste território de nosso país. Esta guerra não se decidiu na Batalha da França. Esta guerra é uma guerra mundial. Todos os erros, todos os atrasos, todas os sofrimentos não impedem que se tenha, no universo, todos os meios necessários para superar um dia a nossos inimigos. Superados hoje pela força mecânica, podemos vencer no futuro com uma força mecânica superior. O destino do mundo está aí.

Eu, o General de Gaulle, atualmente em Londres, convido aos oficiais e aos soldados franceses que se encontrem em território britânico, ou que aqui venham a se encontrar, com suas armas ou sem elas; convido aos engenheiros e operários especialistas da indústria de armamento que se encontrem em território britânico, a se pôr em contato comigo.

O que quer que aconteça, a chama da resistência francesa não deve e não irá se extinguir.


Amanhã, igual a hoje, falarei na Rádio de Londres."

Charles de Gaulle



Um comentário:

Anônimo disse...

isso é inspirado em alguem de peruibe
http://www.youtube.com/watch?v=V9ZybA9SQYA

you tube furico