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sábado, 4 de junho de 2016
VINICIUS TORRES FREIRE / OS EFEITOS DOS REAJUSTES SALARIAIS - JUNHO DE 2016
Faz muito tempo, o governo fala apenas de cortar gastos. Que não há dinheiro. Que é preciso rever despesas com aposentadorias, saúde, educação e o diabo. É verdade. A pindaíba é a maior em décadas.
Mas, nesta semana o Congresso aprovou reajustes de salários para várias carreiras de servidores federais. Aumentou inclusive o salário máximo do funcionalismo, que é de o ministro do Supremo Tribunal Federal, que foram para perto de 40 mil reais por mês, afora um monte de benefícios. Faz sentido? Na maior parte, não. Mas nem tudo é preto no branco.
O problema é que, no setor privado, os trabalhadores e donos de pequenas empresas, a renda está caindo, quando há renda e emprego. No funcionalismo, no entanto, não há demissões por causa de crise. Ninguém perde o emprego porque a economia vai mal. A renda não cai. Mas o sacrifício no país teria de ser ainda mais dividido porque muita gente está sofrendo, por exemplo, com o corte de gastos do governo, como na saúde.
O governo Temer deixou passar o reajuste, sem renegociar, por causa de política: não quer brigar com o Poder Judiciário; não quer uma greve dos servidores.
Pegou muito mal. Vai ficar ainda pior quando Temer anunciar o resto de seu plano econômico, que é de contenção dura de gastos. Inevitável. Mas é preciso dividir a conta do ajuste. O governo ainda não se deu conta do problema. Boa noite.
MARCADORES: BRASIL, BRASILEIROS, GOVERNO MICHAEL TEMER, ECONOMIA, GASTOS PÚBLICOS FEDERAIS, GOVERNO FEDERAL, REAJUSTES SALARIAIS NO FUNCIONALISMO PÚBLICO FEDERAL
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