Moradores fazem campanha para evitar despejo na Jureia
07 de junho de 2010
JOSÉ MARIA TOMAZELA - Agência Estado
Associações de moradores da Jureia, no litoral sul paulista, iniciaram hoje uma campanha pela internet para evitar o despejo de 360 famílias que habitam o interior da reserva ecológica. Um abaixo assinado pede apoio a um projeto de transformação da Estação Ecológica de Jureia-Itatins em Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS).
O novo modelo permitiria a permanência das comunidades no interior da mata. Isso porque o Ministério Público Estadual (MPE) deu prazo de 120 dias para que o governo estadual promova a retirada dos moradores. Uma ação movida pelo MPE anulou projeto anterior do governo que transformava a estação ecológica num mosaico de unidades de conservação e garantia a permanência de comunidades tradicionais.
De acordo com Arnaldo Rodrigues, da União de Moradores da Jureia (UMJ), as comissões de Direitos Humanos e de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa encaminharam ofícios pedindo audiência com o governador do Estado, Alberto Goldman, para discutir o novo projeto. "Estamos reforçando com a coleta de assinaturas." O objetivo, segundo ele, é mudar o conceito de que a presença do homem não combina com a preservação do meio ambiente. "Essas comunidades vêm há mais de quatro séculos usando os recursos naturais de maneira sustentável, o que proporcionou a conservação da Jureia até hoje. Vários estudos confirmam que essa visão do homem fora do meio é ultrapassada, pois temos certeza que as comunidades fazem parte da natureza", disse.
A Secretaria do Meio Ambiente informou que a Fundação Florestal está concluindo um novo projeto para recriar o Mosaico da Jureia-Itatins e que atende as exigências da Justiça. O projeto será enviado ao governador, que o submeterá à Assembleia Legislativa.
FONTE: ESTADÃO
O texto abaixo é o que foi lançado na internet e o link para o abaixo assinado segue depois:
Excelentíssimo Sr. Governador do Estado de São Paulo
Nós abaixo assinados, vimos por meio desta manifestar nossa indignação perante aos fatos acontecidos desde a criação da Estação Ecológica da Juréia-Itatins em 1986 até a ação civil pública nº 441.01.2010.001767-0, em 2010 que prevê 120 dias para que o Governo Estadual tome medidas cabíveis para a total desocupação da Juréia, incluindo todas as comunidades tradicionais, causando perdas irreparáveis de suas raízes culturais, tais como o artesanato, o fandango (musicas e danças), o mutirão, os saberes tradicionais, e os causos. Tal fato acarretará o HOLOCAUSTO das comunidades Caiçaras da Juréia, também causará grande impacto nas periferias das cidades. Lembramos que algumas famílias residem no local a mais de 300 anos, protegidas por diversas convenções internacionais, fato que tem sido completamente ignorado pelo Governo do Estado de São Paulo.
Tendo em vista que a única e definitiva resolução para esse dilema é a reclassificação da unidade de conservação e entendendo a gravidade e a urgência de resolução desta questão. Solicitamos ao Governo do Estado a reclassificação da ESTAÇÃO ECOLÓGICA DA JURÉIA em RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL garantindo assim a permanência de todas as comunidades em unidades de conservação de uso sustentável, como construtoras de biodiversidade, preservando seus direitos de acesso a seus territórios a conservação do meio ambiente e conseqüentemente a manutenção de sua cultura para que as futuras gerações tenham direito a um meio ambiente equilibrado e socialmente justo.
LINK DO ABAIXO ASSINADO
Essa é uma campanha justa com a qual vale a pena colaborar. Assinem por essas pessoas, mas não pelos ongueiros que estão se lixando para a maioria dos pobres desta cidade. Falo de gente que oculta os seus preconceitos sociais com discursos ecológicos e que se coloca como salvacionista.
Vamos ignorá-los, apenas apoiem os moradores da Juréia, pois merecem o apoio do povo peruibense nesse momento tão difícil. Que seja por eles, e não por falsos heróis.
Leiam:
contradições dos nossos ongueiros e simpatizantes
Infelizmente não esta sendo respeitado o direito dos caiçaras que já lá viviam antes da criação do parque.
ResponderExcluirO mosaico da jureia deveria garantir o direito destas comunidades de lá permanecerem, uma vez que suas raizes lá se encontram.
A retirada destas pessoas apenas contribuirá para aumentar as mazelas em Peruíbe
Outro fato que chama a atenção em Peruíbe, é a constante e gradativa diminuição da faixa de areia.
ResponderExcluirFalo especificamente da praia do guarau, onde frequento regularmente a 8 anos, pois lá possuo uma casa.
Após uma grande resaca no mar, apoximadamente 03 anos, a geografia da praia mudou.
Houve um grande deslocamento de areia da praia, principalmente da região onde, anteriormente, o rio guarau desaguava, para onde o rio hoje desagua.
Formou-se uma grande praia do outo lado do rio, sem contar o grande assoreamento do rio guarau.
Em dia de maré baixa, apenas barcos de aluminio conseguem passar, embarcações maiores como a escuna enfrentam problemas.
Isto, a administração pública municipal e nenhum dos gestores estaduais se atentaram, ainda, para este fato.