Uma cela, um espelho, e um homem que perdeu a inocência num dia de terror em Shiganshina. "Tatakae ... tatakae ... tatake" (Lute ... lute ... lute), é o que repete para si mesmo. O garoto chorão que perdeu os pais, amigos de batalha, que foi traído e quase morreu várias vezes, e que teve uma triste epifania durante a cena da praia, deu lugar para um adulto calejado por muito sofrimento, e disposto a fazer o que for necessário para alcançar seu grande objetivo: a liberdade para os filhos de Ymir.
A comandante Hange Zoë o encontra se encarando, e estranha seu solitário comportamento. O critica por sua ação em Liberio, que colocou a tropa de exploração num confronto direto contra o poderoso inimigo do continente. "Você não se preocupa com a segurança desta ilha?", perguntou. Fica claro que, se por um lado, ele teve uma atitude de altíssimo risco, que poderia ter resultado num fracasso que fortaleceria Marley (com a possível captura dele), Paradis parece paradis demais, como diria o Mussum. Iniciar uma estratégia de modernização com o apoio da nação Hizuru foi importante, mas o filho de Grisha demonstrou que modernizar um país tão atrasado quanto o Japão do período Edo (Isayama e suas simbologias) não basta para que o Império do mal e o resto do mundo passem a respeitar os "demônios", e aceitem dialogar. Para os futuros "yageristas", a força valerá mais do que ações diplomáticas.
A estranha "pesquisadora de titãs" não entende que o rapaz do outro lado das grades, se distanciou muito do inexperiente recruta com desejos de vingança, que se tornou "titã racional" por um motivo aparentemente incognoscível. Ele virou um revolucionário que pratica terrorismo (a batalha de Liberio foi o "11 de setembro" dos marleyanos). Joga na cara dela que pode sair da cadeia quando bem quiser, graças aos poderes do Titã Martelo de Guerra, como se fosse o super-homem, que num filme aceitou ser preso e até algemado. E após dizer outras duras verdades, a pega pelo colarinho e pergunta, sem qualquer delicadeza, "se existe outro jeito", demonstrando que poderia se transformar justo ali. Constrangida e humilhada, Hange o chama de "tarado" e pergunta se ainda está na "fase rebelde". Simplesmente não o compreendeu.
Ambos representam nessa cena lados opostos, que contraditoriamente lutam por uma mesma causa. Hange simboliza a cautela, a ponderação, de uma sociedade que teme ser aniquilada por inimigos poderosos. Já Eren enxerga Paradis como uma pequena nação discriminada, que jamais será respeitada, o que exigirá uma solução radical, por parte dele mesmo e dos que o apoiarão. Para ele a paz não é uma opção.
POSTAGEM RECOMENDADA: SHINGEKI NO KYOJIN (ATTACK ON TITAN): MINHA TEORIA DE COMO EREN DARÁ A LIBERDADE AO POVO ELDIANO
MARCADORES: MANGÁ / ANIME SHINGEKI NO KYOJIN, ATTACK ON TITÃ, TITÃ DE ATAQUE, EREN JAEGER, COMANDANTE HANGE, QUARTA TEMPORADA, EPISÓDIO 10, CENA DO ESPELHO, TATAKAE, FEVEREIRO, 2021
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