terça-feira, 29 de agosto de 2017

DENISE CAMPOS DE TOLEDO | PODER DE COMPRA COMEÇA A REAGIR - AGOSTO DE 2017



O otimismo do mercado, detectado pelo relatório Focus, não é sem motivo. Tem relação com o comportamento recente dos vários índices de inflação e indicadores de atividade. A inflação tem mostrado uma evolução tranquila, mesmo com algumas pressões pontuais, como o reajuste dos combustíveis e a mudança da bandeira da tarifa de energia, que até vai voltar para amarela, mais barata, em setembro. E com a inflação rodando bem abaixo do centro da meta dá pra contar com um corte maior da taxa básica de juros, para 7,25%, que foi outro dado positivo do relatório. Antes, a projeção média estava em 7,5%. A diferença é pequena, mas qualquer corte a mais nos juros tende a ter repercussão no crédito, o que é fundamental pra impulsionar o consumo. E o consumo já mostra dados mais positivos, que estão influenciando essa melhoria das projeções quanto à retomada da atividade. A própria equipe econômica já fala em uma retomada puxada mais pelo consumo do que pelos investimentos, como se imaginava. Claro que investimentos são imprescindíveis. Tanto que o governo resolveu trabalhar mais na questão das privatizações, não só pra reforçar a receita, com as concessões de serviços e venda de estatais, mas também pelo impulso que poderá dar aos investimentos nas várias áreas. Quanto ao consumo, é bom lembrar, há uma combinação de fatores ajudando a recuperar o poder de compra da população. Nada excepcional. Mas, depois de todo desarranjo que houve na economia, a combinação de juros e inflação mais baixos, a freada no desemprego e condições do crédito um pouco melhores fazem diferença, inclusive por permitir a redução do endividamento. Processo reforçado por medidas como a liberação das contas inativas do Fundo de Garantia e do PIS Pasep para idosos - mais dinheiro em circulação, ajudando no acerto das finanças pessoais. Já dá pra contar com uma evolução mais benigna do quadro econômico, ainda que com muitas incertezas, como o desequilíbrio das contas públicas.


MARCADORES: BRASIL, RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA 2017, FIM DA RECESSÃO/DEPRESSÃO, FUTURA MELHORA DA POPULARIDADE DO PRESIDENTE TEMER


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