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terça-feira, 2 de agosto de 2016
DENISE CAMPOS DE TOLEDO / A VERDADE POR TRÁS DO RESULTADO DA BALANÇA COMERCIAL - JULHO DE 2016
Esses superávits da balança comercial podem dar a ideia de que o comércio exterior do País está em forte recuperação. Nada disso: os resultados estão vindo, basicamente, de uma queda das importações muito superior à queda das exportações. Exportações que estão caindo, tanto na parcial do ano como no mês de julho. Na verdade, o comércio exterior está encolhendo. Há até alguma retomada das vendas externas de produtos manufaturados, como carros. Mas um movimento muito segmentado, que não consegue, sequer, fazer com que as exportações tenham variações positivas ou que a indústria apresente uma performance melhor. O Brasil ainda tem uma economia muito fechada. As exportações representam cerca de 11% do PIB e a indústria um terço disso. A ampliação das vendas externas pode ajudar, é uma oportunidade de melhor desempenho para a indústria, mas recuperação mesmo só com alguma reação do consumo doméstico. Reação que pode demorar. Mesmo com um ambiente de maior otimismo e confiança, tanto do lado dos consumidores como dos empresários, a expectativa para o dia dos País, por exemplo, é de que tenha o pior desempenho de vendas da história. Não há mágica. A crise foi e está sendo pesada demais, com desequilíbrio de pontos importantes, como contas públicas, inflação, investimentos, mercado de trabalho. E a virada não vai acontecer de uma hora pra outra. O relatório Focus, divulgado hoje, pelo Banco Central, mostrou bem esse cenário. De acordo com o relatório, o mercado financeiro prevê um saldo comercial, este ano, de mais de 51 bilhões de dólares, mas com a produção industrial caindo quase 6%. A economia ainda deve recuar 3,24%, mas com expansão de 1,1% no ano que vem. E com um detalhe: os exportadores andam bem preocupados com o fato de o dólar estar num patamar mais baixo. Pra garantir maior competitividade seria melhor a cotação perto dos R$3,80, dos 4 reais. Eu volto na quinta. Até lá.
MARCADORES: EXPORTAÇÕES, IMPORTAÇÕES, BALANÇAS COMERCIAIS, BRASIL, BRASILEIROS, PREÇO DO DÓLAR, BANCO CENTRAL
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