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terça-feira, 3 de maio de 2016
DENISE CAMPOS DE TOLEDO / QUEDA NAS IMPORTAÇÕES AJUDA BALANÇA COMERCIAL - MAIO DE 2016
Esse superávit da balança comercial é positivo para as contas externas. Mas não dá mesmo pra comemorar muito. O resultado vem, principalmente, da queda das importações. As exportações ainda não reagiram a ponto de ter impacto na atividade industrial. Tanto que ainda se prevê um recuo de quase 6% na produção este ano. As importações caíram 28,3% em abril sobre abril do ano passado, enquanto as exportações cresceram 1,4%, com avanço mais de produtos básicos, favorecidos com a alta de preços no exterior. Houve até uma antecipação de embarque da soja para aproveitar. A alta do minério e do petróleo também ajuda. A indústria ainda vai ter que se esforçar muito pra exportar mais.E a queda recente do dólar pode atrapalhar. O setor estava bem mais animado com a cotação nos 4 reais. De qualquer modo, mesmo que o dólar fique mais baixo, exportar é o caminho pra retomar a atividade enquanto o consumo doméstico continua fraco. Por melhores que sejam as expectativas quanto à mudança na gestão da economia, com um novo governo, uma nova equipe, o desemprego, os ajustes das empresas, a inflação e os juros elevados ainda vão segurar a demanda por um bom tempo. E a própria confiança num rumo melhor pra economia pode reforçar a baixa do dólar, já que o País deve atrair mais investimentos. Aliás, a queda recente da cotação veio muito da expectativa de impeachment. Detalhe: as medidas anunciadas hoje, como o aumento do IOF na compra a vista de dólares, para 1,1%, e a alíquota zero para determinados investimentos de fora, podem ampliar a liquidez de dólares, pressionando mais a cotação. O Banco Central pode ter trabalho pra manter o dólar em nível mais favorável para as exportações. Agora, independentemente da composição da balança e das dificuldades para a exportação de manufaturados, a previsão é que o comercio exterior feche o ano com um saldo de até 50 bilhões de dólares. o que é uma boa notícia. Mas a indústria continua precisando de um reforço na competitividade. Eu volto na quinta. Até lá.
MARCADORES: ECONOMIA, EXPORTAÇÕES, QUEDA NAS IMPORTAÇÕES, DÓLAR ALTO
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