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sexta-feira, 22 de abril de 2016
VINICIUS TORRES FREIRE / DESEMPREGO SUPERA 10%, E OS SALÁRIOS CAEM - ABRIL DE 2016
A economia piorou muito no ano passado, mas a dureza ainda não tinha chegado com toda força nos empregos e nos salários. Pois então. Chegou.
A taxa de desemprego, como a gente acabou de ver, subiu para mais de 10%. Uma em cada dez pessoas procura trabalho e não acha. No ano passado, nesta mesma época, 7 milhões e 400 mil pessoas estavam nessa situação. Agora, são 10 milhões e 300 mil. Um aumento de 40%.
É um dos horrores que a gente vê na pesquisa nacional do IBGE sobre emprego, a Pnad.
Os salários estão caindo, na média, cada vez mais rápido. Quem está trabalhando, por vezes vê seu salário cair, se não tem carteira assinada. Quem consegue um emprego, tem de aceitar salário menor. Na média, o salário no Brasil caiu quase 4% em um ano, perda real, já descontada a inflação. Como tem menos gente trabalhando e, quem tem trabalho, ganha na média menos, a renda total no Brasil está caindo também, claro. A massa de rendimentos, soma de todas a rendas do trabalho, caiu 5% em um ano. É uma queda brutal.
Se a soma total do dinheiro pago cai, cai, claro, o consumo. Mas o consumo também cai porque as pessoas estão com medo de comprar bens caros, mesmo quando têm dinheiro. Outras, não se arriscam a fazer um financiamento.
Juntando tudo isso, a economia continua a afundar.
Até onde isso vai? A opinião quase geral entre os economistas é que o desemprego e a queda dos salários vai até o final do ano, pelo menos. A dúvida é apenas sobre o tamanho do estrago: o desemprego passa de 10% para 11% ou para 13%?
Mesmo que assuma um novo governo com um bom projeto e apoio no Congresso para aprovar um pacote, o desemprego vai continuar a crescer. Mesmo quando a crise geral da economia começa a passar, o desemprego é sempre um dos últimos indicadores a reagir. Por quê?
Por que a economia ficou menor, produz menos. Isso é o que quer dizer recessão.Uma economia menor emprega menos gente. Até voltara crescer um pouquinho lá pela metade de 2017, o emprego não vai melhorar. Boa noite.
MARCADORES: RECESSÃO, DEPRESSÃO ECONÔMICA, DESEMPREGO ELEVADO, QUEDA NO VALOR DOS SALÁRIOS, IMPEACHMENT DA DILMA
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