terça-feira, 12 de abril de 2016

DENISE CAMPOS DE TOLEDO / MÁ GESTÃO DA ECONOMIA DEIXARÁ HERANÇA PESADA - ABRIL DE 2016



Difícil fazer projeções em meio a tantas incertezas. Muita coisa pode acontecer - o impeachment da presidente, a saída também de Michel Temer, novas eleições e até a improvável permanência de Dilma Rousseff. Mas, independentemente do desfecho da crise política, o País não vai escapar de uma piora da crise econômica este ano. O mercado ainda prevê a retração do PIB como nós vimos em 3,77%, mas que pode passar de 4%. O desemprego vai crescer bastante, comprometendo mais o consumo e as finanças das empresas, o que amplia o risco de calote e pode gerar problemas até para o sistema financeiro, especialmente para pequenos e médios bancos. De outro lado, o governo já não tem compromisso com meta fiscal. Em vez de buscar o superávit de 24 bilhões de reais, previsto no orçamento, propõe agora ao Congresso um déficit de 97 bilhões. Pra obter apoio, vai liberando mais e mais verbas partidárias e tenta estabelecer uma agenda positiva, com mais liberação de recursos pra programas sociais, o PIS/Pasep pra idosos... 

A herança que vai ficar da incompetência na gestão da economia, do toma lá da cá, da gastança sem limites vai ser muito pesada. Por isso o mercado reage com exagero ao noticiário favorável ao impeachment. Tem influência do exterior. Outras moedas também avançaram frente ao dólar. Mas o movimento aqui é bem mais intenso pela aposta no impeachment. O dólar caiu e ficou abaixo do 3 e 50, o que não acontecia há oito meses, porque o mercado está vendo maior chance de afastamento da presidente. Ainda que isso não garanta a reversão da crise, pelo menos, abre a possibilidade de adoção de um novo modelo, mais responsável, com maior apoio político. Tudo que não se vê com a permanência de Dilma Rousseff. Nessa hipótese, as projeções são de um cenário bem pior que este que está sendo desenhado. Eu volto na quinta, até lá.


MARCADORES: GOVERNO DILMA / PT, IMPEACHMENT DA DILMA

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