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quinta-feira, 21 de abril de 2016
DENISE CAMPOS DE TOLEDO / DESINFLAÇÃO PODE ABRIR ESPAÇO À QUEDA DE JUROS - ABRIL DE 2016
Na semana que vem tem reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central. Nesta reunião é bem improvável que haja alguma redução dos juros básicos, na taxa selic, atualmente em 14,25% ao ano. Vai ser muito difícil o BC mexer nos juros em meio ao atual quadro político, com um processo de impeachment em andamento. Mas um corte da Selic poderá ocorrer ainda este ano. Essa ideia, vista até pouco tempo atrás, como incompatível com o comportamento da inflação, vai entrando no radar, diante da desinflação que já se pode notar nos vários índices, relacionada à recessão, ao enfraquecimento da demanda e também ao dólar mais baixo. A inflação ainda está alta, com pressão forte dos alimentos, aumentos de alguns preços administrados, como água e mesmo remédios, que tiveram reajuste autorizado agora em abril, começa a ceder. Mas já há uma nítida perda de força nos preços que respondem muito à demanda, como roupas, eletrodomésticos e até serviços. Serviços como cabeleireiro, reparos da casa, tintureiro e outros que estiveram entre os principais fatores de pressão dos últimos anos. Neste ano estão acompanhando mais o ritmo de inflação, que também está perdendo ritmo. Seguindo assim, a inflação, mais acomodada, pode dar espaço para algum corte dos juros básicos, de um, talvez, até dois pontos. Isso fica mais provável se houver a mudança de governo, com uma equipe que desperte maior credibilidade, sem que a alteração dos juros pareça uma estratégia populista. Detalhe: a queda do dólar, que está colaborando pra essa expectativa melhor em relação à inflação, veio muito da perspectiva de mudança de governo. E a queda do dólar, que ontem fechou em R$ 3,53, só não foi maior nas últimas semanas, pela intervenção pesada do Banco Central, que tem dado o recado de que não quer a cotação abaixo dos R$ 3,50, pelos efeitos negativos que poderia ter para a competitividade dos produtos brasileiros e a balança comercial. Mas aí é outra história. Boa noite.
MARCADORES: DESINFLAÇÃO / DEFLAÇÃO, RECESSÃO, DEPRESSÃO ECONÔMICA, IMPEACHMENT DA DILMA
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