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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
DENISE CAMPOS DE TOLEDO / EXPECTATIVAS PARA 2016 - DEZEMBRO DE 2015
Véspera de Natal não é um bom momento pra falar de problemas. Mas problemas é que não faltam na economia brasileira. E problemas que nos afetam diretamente.
O ano de 2015 foi muito difícil, de muito aperto. A inflação chegou a quase 11%. Os juros básicos estão em 14,25% ao ano, mas quem recorrer a um empréstimo ou compra a prazo paga muitas vezes mais. No rotativo do cartão, por exemplo, a taxa média está em mais de 415% ao ano. E ainda tem o desemprego, que cresceu muito nos últimos meses.
E o cenário desenhado para o próximo ano é muito parecido com o de 2015. Vamos ter mais trabalho com as finanças pessoais. Já vamos começar o ano com previsão de inflação acima do teto da meta, que é 6,5%. Se já está difícil segurar o orçamento, temos pela frente mais aperto. Logo no começo de 2015, como acontece todo ano, tem os impostos, como IPVA, IPTU. reajuste de mensalidade escolar, de outros contratos. Quem gastou demais com as festas, com os presentes, pode ter mais essa despesas pra bancar. E os juros devem subir mais.
Provavelmente, já em janeiro, o Banco Central fará algum ajuste na taxa básica, provocando nova rodada de aumento das taxas do crediário. Juros mais altos devem segurar mais o consumo, forçando as empresas a frearem mais os aumentos de preços. É assim que funciona. Só que isso costuma ocorrer num ambiente de consumo mais aquecido, que estimula remarcações. A nossa situação é atípica. O consumo já vem perdendo muito o ritmo, mas as empresas continuam mantendo preços altos porque estão com custos maiores e querem preservar o fôlego financeiro. Com os juros subindo, o consumo, como eu disse, vai perder mais força, e aí as empresas podem ter de abrir mão de ganho mesmo.
Claro que isso pode piorar o andamento geral da economia. Empresas vão ficar no meio do caminho. É um risco. Mas, os juros devem subir pra evitar que a inflação avance com mais força. Nesse contexto, o desemprego deve aumentar. Aliás, isso também costuma acontecer todo começo de ano. E, com a recessão que estamos enfrentando, não vai ser diferente.
Hoje é véspera de Natal. Não é hora de ficar falando de tanta coisa ruim. É um momento de confraternização, de pensamentos mais positivos. Só que temos essa realidade pra ser encarada. Feliz Natal a todos. Eu volto na segunda. Até lá.
MARCADORES: EXPECTATIVAS PARA 2016, ECONOMIA, INFLAÇÃO, JUROS BÁSICOS, CARTÃO DE CRÉDITO, FELIZ NATAL PARA TODOS
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