quarta-feira, 10 de abril de 2013

O REGIME MILITAR



Passado a semana de seus 49 anos, verifica-se que adiantou pouco essa tentativa de se fraudar a história quanto ao movimento de 64, que partiu de Minas, numa união civil-militar e com amplo respaldo político e popular. Houve a adesão dos estados da Guanabara, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, união dos governadores e das guarnições militares e amplo apoio das classes produtoras. Os jornais da época e os anais do Congresso Nacional atestam que não se tratou de um golpe, mas uma revolução com amplo consenso da sociedade. A bibliografia existente comprova o fato de a reação ao movimento ter sido muito pequena. O governo de então caiu de podre, consciente que estava a Nação de que se tramava um golpe no regime democrático. 

 O tempo mostrou, e existe reconhecimento parcial de honestos oposicionistas ao regime de 1964 a 1985, que o Brasil viveu anos de reformas, modernização e progresso. Criou-se a infraestrutura que aí está, especialmente na energia, transportes e comunicações. E sob o ponto de vista político está claro que houve uma oposição no Congresso Nacional composta por brasileiros altamente respeitados. Alguns chegaram aos governos estaduais quando o presidente Figueiredo promoveu eleições diretas, em 1982, como são os casos de Tancredo Neves, em Minas, e Franco Montoro, em São Paulo. E um Congresso com oposição representada por homens da envergadura moral de Paulo Brossard, Pedro Simon, Nelson Carneiro, Marcos Freire e JG de Araújo Jorge. 

 Outra oposição, de orientação revolucionária, vinculada ao movimento comunista internacional, a começar por Cuba, com mínima presença no Congresso, mas influente nos meios estudantis e sindicais, sob orientação dos partidos comunistas desenvolveu a ação conhecida por “luta armada”. Esta que nada tinha com a restauração das garantias constitucionais interrompidas pelo AI-5, em dezembro de 1968, até a posse do presidente Figueiredo. Queriam era o comunismo mesmo. Com o tempo, amadureceram. 

 Em 1979, o governo enviou ao Congresso projeto de anistia ampla, geral, irrestrita e, naturalmente, recíproca. Tudo dentro da abertura política lenta, gradual e segura, que cumpria seu cronograma e encontrou eco nas forças democráticas no Congresso Nacional para a reconciliação nacional e a abertura de uma nova fase na política nacional. Quem costuma narrar o acordo da abertura com muita autoridade é o deputado Miro Teixeira, um político da oposição ao regime e hoje um dos mais antigos parlamentares em atuação no Congresso Nacional.

 Essa é a verdade histórica, que está nos livros, nos depoimentos, nos arquivos dos jornais. E uma boa sugestão de leitura é a coleção editada pela BIBLIEX sobre 1964. Vale para os que têm consciência cívica e querem legar a seus filhos uma visão real e sem ódios. O resto é fruto de ressentimentos e interesses financeiros daqueles que querem receber em dinheiro pelas lutas que, acreditamos, empreenderam com convicção, sabendo dos riscos de quem assume uma presença em “luta armada”. 

 A história reservará um lugar de honra aos homens de 64, honestos, generosos, eficientes e bons na escolha de suas equipes. Especialmente aos presidentes Castelo Branco, que recebeu o voto de JK; Costa e Silva, que teve como adido cultural da Embaixada do Brasil em Portugal um intelectual independente e da importância de Otto Lara Resende; Emílio Médici, que promoveu o maior salto desenvolvimentista de nossa história e, dispondo de poderes, não cassou nem interrompeu as atividades do Parlamento; e João Figueiredo, um homem de espírito desarmado, que nunca descriminou e até nomeou o atual ministro da Defesa, o diplomata Celso Amorim, para presidir a EMBRATUR, sendo ele de formação marxista já conhecida. 

 Nos diferentes governos foram ministros homens da probidade e competência de Hélio Beltrão, João Camilo Pena, Costa Cavalcanti (militar que, em 1964, era deputado federal), Juraci Magalhães, Célio Borja, Roberto Campos, Mário Henrique Simonsen, Delfim Netto, Leitão de Abreu, Marco Maciel, Aureliano Chaves, José Maria Alckmin, Francelino Pereira, Rondon Pacheco, Gilberto Marinho, Daniel Krieger, Filinto Müller (líder do PSD no governo JK), Antônio Carlos Magalhães, César Cals, Nascimento Silva e tantos e tantos outros. O ódio não triunfará. 


Aristóteles Drummond, jornalista, é vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro.


FONTE: DEBATES CULTURAIS


COMENTÁRIO: prefiro um milhão de vezes defender o regime militar "fascista", do que fazer como tantos por aí, que exaltam as "qualidades" da ditadura cubana, a qual supera a ditabranda brasileira em violência governamental, incompetência econômica e duração.  Achou o texto acima reacionário? Reacionário é lembrar do dia em que um genocida chamado Che morreu na Bolívia, onde teve o fim que tanto procurou. 


TAGS: PERUÍBE, PERUIBENSE, COMUNISMO


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