sábado, 23 de março de 2013

O PAPO FURADO DA CORÉIA DO NORTE




Neste mês de março de 2013, o mundo tem assistido as ameaças da Coréia do Norte contra a Coréia do Sul e os EUA, devido aos exercícios militares conjuntos desses dois países, que aliás, são tradicionais. Tem quem acredite que ocorrerá guerra, devido a imensa mobilização militar do norte, que tem até afirmado que poderá realizar um "ataque nuclear preventivo" contra os seus inimigos, que estariam planejando uma invasão. Mas francamente, isso tudo não passa de papo furado da elite norte-coreana.

 O número combinado de tropas terrestres no exercício militar Coréia do Sul/Estados Unidos é de apenas 13.500 militares. Soa ridículo pensar que uma invasão do território norte-coreano seria planejada com este pequeno número. A fronteira desmilitarizada tem recebido muitos turistas e não houve evacuação nas cidades sul-coreanas fronteiriças. A mobilização nortista, em resposta ao risco de "agressão imperialista" tem apenas dois motivos:

 Primeiro, existe a intenção de intimidar o governo de Seul. Não se trata sequer de amedrontar aos EUA, pois Pyongyang não possui - ainda - foguetes capazes de atravessarem o oceano pacífico. E quanto ao segundo motivo?

Ora, trata-se de MANTER A POPULAÇÃO DO PAÍS SOB UM SEVERO CONTROLE, para reduzir o risco de revoltas. Eventos como os das revoluções na Líbia e na Síria (já são dois anos de revolta contra o regime de Damasco) têm assustado os socialistas jucheístas. Não importa o quanto a população norte-coreana esteja dominada e constantemente aterrorizada pelo seu próprio governo. Por menor que seja a chance de ocorrer um levante, apertar ainda mais o povo, com tropas marchando até nas aldeias mais isoladas, é para a elite de tiranos daquele país uma estratégia para reforçar o seu poder interno, desmotivando o surgimento de dissidências.

Claro que me pergunto se esse extremismo da ditadura não tende a incentivar o surgimento de uma dissidência não clandestina, mas subterrânea, formada por indivíduos isolados e silenciosos - e que portanto seriam bem mais difíceis de serem detectados - os quais um dia se tornariam tão numerosos que poderiam - após finalmente se organizarem - iniciar uma revolução que fará a guerra na Síria parecer um passeio no parque.


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