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sexta-feira, 1 de março de 2013
O CONCURSEIRO DE AÇO
Hoje é o dia 1 de março de 2013, o qual é por coincidência o primeiro das minhas férias do meu segundo cargo como servidor público. Custou muito para chegar aqui, e não me arrependo do esforço realizado.
A mais de seis anos que desconheço o que é procurar emprego nesta cidade, e ser humilhado com ofertas de trabalhos precários e pessimamente pagos, quando conseguia encontrar vagas. Meu caminho para mudar isso foi o concurso público. Foi o jeito que encontrei para dar as costas a um sistema de produção o qual em nada me beneficiava. Ao invés de insistir em ter uma boa colocação nele - esforço inútil para mim - decidi viver fora da sua influência direta.
É importante dizer que eu me rebelei não apenas porque as coisas estavam realmente ruins, mas devido as minhas expectativas serem continuamente frustradas. Pouco importa o quanto Peruíbe já parecia ser no meu passado recente uma cidade com considerável desenvolvimento urbano. Via belas casas e mansões, um comércio diversificado, alguns peruibenses com condições sociais melhores do que tinham a trinta anos, muitos jovens buscando melhores níveis de instrução .... e os antagonismos sociais (e consequentemente políticos) se agravando.
Uma considerável parcela da população peruibense é extremamente pobre (ver aqui a postagem teorizando sobre o futuro próximo de Peruíbe), fator que cria um desconfortável contraste com a parcela rica da população. Para vários dos que estão na base da pirâmide social, o único jeito para melhorarem de padrão é através da política municipal .... política de manhã, de tarde, de noite, nos sonhos e nos pesadelos. Caramba, não tem outro jeito?
Pois eu digo que esse jeito existe, e depende de muito esforço pessoal, capacidade de superação e de muitas vezes, contar apenas consigo mesmo, a não ser que você crie com sucesso uma micro-sociedade para apoiá-lo.
Mais um ano está começando, e você aí, que se considera um concurseiro, praticante de concursos públicos, parado? "Ah, não saiu ainda um concurso que me interessa". Não saiu mesmo, ou está escolhendo demais? Pensa nisso. Entenda que o emprego público não está disponível na próxima esquina, aguardando por ti. Se precisar, terá que ir para longe, se deslocar para outras terras, para conquistá-lo.
Mas ... e Peruíbe? Esta cidade que você tanto ama? Ora, Peruíbe que continue nas trevas, apenas busque sair delas. Se estava procurando por um discurso otimista sobre uma futura cidade melhor, entrou no blog errado. Aqui escrevo para o peruibense desiludido, o qual concluiu o que o que lhe resta é se tornar UM CONCURSEIRO DE AÇO.
Para um bocado de munícipes da camada proletarizada desta cidade, o caminho está na rebelião individual, sem que se tenha de se juntar a alguma das forças políticas locais. Todo aquele que decidir se tornar um concurseiro, terá grande chance de ser obrigado a escolher entre permanecer em Peruíbe, ou se tornar um funcionário público. Nessa escolha, não existe lugar para sentimentalismo, apego a algo que parece bom, embora não esteja sendo bom para quem fica lamentando em fazer essa escolha. É PRECISO SER DE AÇO, para superar os diversos obstáculos ( ver postagem sobre essa questão fundamental clicando aqui) que virão.
Postagem recomendada: Operação Farol da Liberdade
Tag: O homem de aço
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