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segunda-feira, 21 de novembro de 2011
PERUÍBE DIRÁ ADEUS A SEIS PINGUINS
Até o final do ano, seis simpáticos e bagunceiros filhotes de pinguins, que atualmente se encontram em fase final de recuperação no Aquário de Peruíbe, deverão estar a dezenas de quilômetros da região. Dois deles irão para um parque ecológico em São Carlos, no interior do Estado, e os demais seguirão para um aquário de Natal, no Rio Grande do Norte.
Esses animais representam 30% dos 20 pinguins-de-magalhães que foram encontrados com vida nas praias da Cidade, entre maio e outubro deste ano. Outros 20 foram achados mortos no mesmo período.
A transferência desses animais para outros municípios deverá ocorrer porque o Aquário de Peruíbe, atualmente, não possui um recinto para os manter expostos à visitação. E os equipamentos da região que contam com esse espaço – como o Aquário Municipal de Santos – não têm condições de os receber, uma vez que já abrigam o número máximo de pinguins.
“Eles não estão em exposição. As pessoas que vêm ao aquário não veem esses animais, embora estejam contribuindo para a reabilitação deles”, destaca o biólogo do aquário, Thiago Augusto Nascimento.
Desnutridos
“Eles vêm do Sul da Argentina, do Uruguai, e chegam entre junho e setembro”, explica o biólogo. “Todos são filhotes, muito debilitados, e apresentam estado de desnutrição”.
De acordo com Nascimento, muitos pinguins morrem de frio. “É importante falar que nem todos são do gelo. Esses vivem em temperatura média de 16 °C. Quando chegam, querem calor”.
Este ano, segundo o biólogo, os primeiros animais que chegaram vivos não sobreviveram. “Teve caso de a Polícia Ambiental chegar com o animal vivo e, antes mesmo de darmos o medicamento, ele ir a óbito”.
Dos seis pinguins em fase final de reabilitação, cinco estão no aquário desde o final de setembro – e dois já possuem autorização do Ibama para serem transferidos para São Carlos.
“Quando os recebemos, não damos alimentação sólida; entramos primeiro com soro, depois com uma papinha líquida”, conta Nascimento.
“No caso desses animais que vieram agora, já chegaram comendo sardinha. Um deles, que foi encontrado em Barra do Una, estava comendo manjuba”.
A chegada dos cinco últimos pinguins às praias da região no final de setembro e o fato de esses animais, de imediato, alimentarem-se normalmente, chamou a atenção do biólogo Thiago Augusto Nascimento e do veterinário Raphael Nogueira Ramos.
“Existe um problema que dá nas patas do pinguim-de-magalhães, que é uma doença de cativeiro”, ressalta Nascimento. “É o bumblefoot”.
Conforme o veterinário, essa enfermidade é causada por bactérias e pode levar o animal a óbito. “Eles ficam no chão molhado, e isso abrasiva o pé. Como estão constantemente defecando, o contato com as fezes faz com que algumas bactérias oportunistas acabem entrando pelas feridas”, afirma Ramos.
“O pé do animal vai inchando e formando uma colônia de bactérias, com um material caseoso (esburacado como um queijo), ou pus empedrado”, relata o veterinário. “Geralmente, isso ocorre com animal de cativeiro”. O tratamento, segundo Ramos, é feito com antibiótico e, em alguns casos, o pinguim precisa passar por um procedimento cirúrgico.
Cativeiro
Um desses animais chegou com a doença”, lembra Nascimento. “Ele não tem marcação. Mas achamos que talvez ele estivesse sendo cuidado em cativeiro. Pensaram que ele estava recuperado, soltaram, mas a doença voltou”.
A ausência de anilha (espécie de aro com identificação) no pinguim com a doença, conforme o biólogo, não significa que o animal não tenha saído recentemente de um cativeiro. “Sabemos que as anilhas são caras”, explica Nascimento. “As instituições não têm condições de colocar o equipamento apropriado. E o animal pode perder essa anilha, que é um objeto de plástico”.
Fonte: http://www.atribuna.com.br/
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