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sábado, 2 de outubro de 2010
SITUAÇÃO DE VÁRIOS ELEITORES NA PERUÍBE SOB TREVAS / OUTUBRO DE 2010
Faz uma semana, em um ambiente de "júbilo", que a prefeita recebeu o título de Cidadã Benemérita. A Câmara estava lotada - segundo me contaram, pois só olhei de fora - de gente "entusiasmada". Nesse evento não faltou funcionário comissionado "entusiasmado", do tipo que foi...convidado a comparecer para prestigiar. O sujeito se sente tão grato com a liderança da nossa CIDADÃ BENEMÉRITA, que ele comparece, largando a família em casa, abrindo a mão de uma boa tarde de descanço, para testemunhar o triunfo da nossa prefeita.
Até colocaram uma faixa - foto em uma postagem anterior - com os seguintes dizeres:
NÓS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS MUNICIPAIS
ESTAMOS ORGULHOSOS POR ESTE JUSTO TÍTULO
DE CIDADÃ BENEMÉRITA DE PERUÍBE
O curioso é que os funcionários públicos municipais concursados eram minoria lá. Para esse grupo, a vida profissional está menos condicionada pela política. Todo peruibense que se torna servidor público municipal graças a um concurso, no qual ele passa PELOS SEUS PRÓPRIOS MÉRITOS (pois é...apenas ele, sem ajuda e sem cartucho), tem uma vitória similar a de um pássaro que, contra as forças da natureza, consegue atravessar o Atlântico, na busca pela sobrevivência. Não pertence a um grupo obrigado a se mobilizar até qualquer evento no qual os políticos da situação glorificam a si mesmos; não é obrigado a escutar discursos elogiosos ao candidato oficial da Administração e veja só: teve o direito de, no sábado passado de se abster a ajudar a lotar a Câmara, manifestando sua inconformidade - ou sua indiferença - ante um acontecimento com pouca influência na sua vida real.
Recordo quando soube que os comissionados foram "aconselhados" em reuniões a darem seus votos aos candidatos apoiados pela Administração municipal. Fiquei espantado, pois se trata de uma negação ao direito de escolha, típico de uma democracia. Publicamente, a postura de um comissionado é a do silêncio, praticado em cumplicidade - nossa, parece coisa de dissidente de ditadura - com parentes próximos e amigos íntimos, os quais sabem que até nas ruas os delatores estão à espreita. A relutância em se conversar com franqueza sobre certos assuntos, principalmente política, com pessoas "importantes" ou simplesmente fofoqueiras, é um traço característico do servidor com contrato, o qual não pode se arriscar a incomodar os dirigentes, que formam uma casta temida, a qual se enche de conforto e sequer projeta uma fórmula para melhorar de fato esta cidade. As mazelas locais parecem perpétuas.
Por toda parte, a propaganda eleitoral é opressiva, e em sua maior parte diz a seguinte mensagem: "Márcio França = o melhor e o mais capaz." Dentro e fora da prefeitura, é nisso que em devemos acreditar, essa é a ideologia que devemos assimilar. Nem nos tempos do Sodré foi assim, mesmo tendo ele sido um prefeito que não gostava de ser contrariado.
Milhares de bocas peruibenses não se aventuraram, antes mesmo do início da campanha eleitoral, a mencionarem seus verdadeiros interesses políticos, tamanho são seus temores. Espero que não neguem o quanto discordam do poder local na urna, pois lá NÃO VAI TER DEDO-DURO.
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