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quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Economist : Bolsa Família não é resposta à pobreza urbana
A revista britânica The Economist traz em sua edição desta semana um longo artigo sobre o Bolsa Família, no qual afirma que, apesar da grande contribuição do programa para a redução dos índices de pobreza do Brasil, ele parece não funcionar tão bem no combate à pobreza nas grandes cidades. De acordo com a revista - que cita dados da Fundação Getúlio Vargas - cerca de um sexto da redução da pobreza no país nos últimos anos pode ser atribuído ao Bolsa Família, "mas algumas evidências sugerem que o programa não está funcionando tão bem nas cidades como nas áreas rurais".
"O sucesso do Brasil em reduzir a pobreza parece ser maior nas áreas rurais que nas urbanas", diz o artigo, que cita dados das Nações Unidas que indicam que houve uma redução de 15 pontos percentuais no número de pobres na população rural entre 2003 e 2008, enquanto nas cidades essa diminuição foi muito menor. Segundo a publicação, um dos principais fatores que levam a esta situação é o fato de o Bolsa Família ter substituído, a partir de 2003, uma série de outros benefícios que, somados, poderiam representar ganhos maiores para estas famílias das cidades que o montante concedido atualmente.
A revista comenta que o Bolsa Família acabou eliminando programas como o de combate a subnutrição infantil, os subsídios que eram dados à compra de gás de cozinha e o programa de ajuda a jovens entre 15 e 16 anos. "Embora seja difícil provar pela falta de dados oficiais, evidências sugerem que a quantia (atual) pode valer menos que os antigos benefícios", diz a revista.
Outro problema citado pela Economist é o fato de o programa ter tido pouco sucesso em reduzir o trabalho infantil. Segundo a publicação, crianças das cidades podem ganhar mais dinheiro "vendendo bugigangas ou trabalhando como empregados" do que ficando na escola para receber os benefícios. Embora afirme que estes fatores não signifiquem que o Bolsa Família seja "desperdício de dinheiro" nas áreas urbanas, o artigo diz, no entanto, que o programa não é a solução "mágica" como tem sido tratado no Brasil e em outros países.
Fonte: Notícias Terra
Sei que aqui em Peruíbe esse programa atende a pelo menos umas duas mil famílias, o que não é pouco, e demonstra o quanto é grave a pobreza por aqui. Uma pobreza que se agrava mais ainda, quando vemos com facilidade as suas imperfeições.
Como se sabe, ele é pago também em casas lotéricas. Bem, várias vezes quando estou eu em um desses estabelecimentos para pagar as minhas contas, vejo pelo menos um munícipe receber o dito benefício. Trata-se de um momento que me causa um pouco de curiosidade e espanto.
Olho bem esses BENEFICIADOS e não costumo ver entre eles alguém com aparência andrajosa, muito pelo contrário. Costumo vê-los com roupas novas e com aquele despreocupado, do tipo que parece ter o dia ganho, depois de ter recebido a graninha. Sei lá, a miséria daqueles que eu já observei me parece um tanto duvidosa e suspeita. Não me convence. Está aí um assunto que a publicação britânica não citou e que vai ficar por isso mesmo, pois Peruíbe é o lar das perguntas sem respostas.
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