Pesquisa aponta subnotificação de dengue em Santos
Emilio Sant Anna
Um relatório apresentado pelo Hospital Ana Costa, em Santos, litoral de São Paulo, revela uma situação de subnotificação dos casos de dengue na cidade. Os dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam 132 casos. No hospital, no entanto, 85% dos 550 exames de sangue realizados diariamente de forma emergencial são compatíveis com as características da doença - como queda na contagem de plaquetas e leucócitos.
De acordo com o levantamento, realizado em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP, quatro pessoas já morreram no local por dengue hemorrágica, além de outros sete óbitos suspeitos. A Secretaria Municipal de Saúde nega que a cidade passe por uma epidemia e afirma que, até 26 de fevereiro, 132 casos da doença foram confirmados.
No mesmo período, apenas o Ana Costa notificou 173 casos suspeitos. Apenas em fevereiro, 58 mil atendimentos foram realizados no pronto-socorro do hospital: um aumento de 40% em relação ao mesmo mês de 2009.
“Se isso não é uma situação de epidemia, não sei o que mais pode ser”, afirma o infectologista Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, responsável pelo Serviço de Infectologia do hospital.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Santos, Iraty Nunes Lima, rebate a afirmação de que a cidade enfrenta uma epidemia. “Para ser epidemia seriam necessários pelo menos 400 casos e temos até o momento 132. Além disso, temos que ter cuidado ao analisar esses dados (do hospital), pois as cidades vizinhas também têm muitos casos e o hospital é referência para a região”, diz.
Araújo, que também é diretor da divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas, em São Paulo, afirma que com um movimento 40% maior do que em 2009, os médicos do hospital são obrigados a escolher entre os atendimentos e o preenchimento de formulários para a notificação dos casos.
Aumento de casos
Os médicos registraram um aumento de 2.480 atendimentos clínicos em fevereiro de 2010, em comparação com o ano passado. “Você está em um pronto-socorro lotado e tem que escolher se atende pacientes que estão sofrendo ou se para tudo para preencher um formulário”, diz.
A volta do sorotipo 1 do vírus da dengue é o que mais preocupa os médicos. Desde 2003, essa variante do vírus não era identificada na Baixada Santista. Agora, o temor dos especialistas é que possa haver um aumento dos casos de febre hemorrágica da dengue.
Como muitas pessoas, principalmente crianças, nunca tiveram contato com o sorotipo 1, o perigo de dengue hemorrágica aumenta. “É extremamente preocupante. Estamos lidando com pacientes de gravidade inédita e neste ano a exceção pode virar regra”, diz Araújo. “Caso nada seja feito para controlar a procriação do Aedes aegypti [transmissor da dengue], essa epidemia de casos graves será o padrão daqui para frente”, afirma o infectologista.
FONTE: http://g1.globo.com/
A notícia acima, de 05/03/10, trata da SUBNOTIFICAÇÃO DOS CASOS DE DENGUE EM SANTOS.
Ocorre que o responsável por preencher o formulário para notificar caso de dengue é o enfermeiro - ou enfermeira - do plantão. Imaginem o PS DE PERUÍBE lotado, cheio de gente para ser atendida com urgência. Assim fica difícil notificar TODOS OS CASOS, com tanto trabalho e pouco tempo para se preencher não um, mas vários papéis.
A subnotificação se torna inevitável, embora não seja justificável e até prejudicial. O grande volume de gente que vai para a CASA DA MULHER para fazer o exame de HEMOGRAMA é apenas um dos fatos que confirmam como é difícil a nossa realidade.
falta de tempo par anaum notificar è uma desculpa muito fraca, eu mesmo notifiquei sempre e tb tinha sempre um monte de trb nas costas. deixar de beber um cafè ou de fumar um cigarro ninguem faz, mas preencher 2 folhas ninguem quer.
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