terça-feira, 12 de abril de 2016

DENISE CAMPOS DE TOLEDO / MÁ GESTÃO DA ECONOMIA DEIXARÁ HERANÇA PESADA - ABRIL DE 2016



Difícil fazer projeções em meio a tantas incertezas. Muita coisa pode acontecer - o impeachment da presidente, a saída também de Michel Temer, novas eleições e até a improvável permanência de Dilma Rousseff. Mas, independentemente do desfecho da crise política, o País não vai escapar de uma piora da crise econômica este ano. O mercado ainda prevê a retração do PIB como nós vimos em 3,77%, mas que pode passar de 4%. O desemprego vai crescer bastante, comprometendo mais o consumo e as finanças das empresas, o que amplia o risco de calote e pode gerar problemas até para o sistema financeiro, especialmente para pequenos e médios bancos. De outro lado, o governo já não tem compromisso com meta fiscal. Em vez de buscar o superávit de 24 bilhões de reais, previsto no orçamento, propõe agora ao Congresso um déficit de 97 bilhões. Pra obter apoio, vai liberando mais e mais verbas partidárias e tenta estabelecer uma agenda positiva, com mais liberação de recursos pra programas sociais, o PIS/Pasep pra idosos... 

A herança que vai ficar da incompetência na gestão da economia, do toma lá da cá, da gastança sem limites vai ser muito pesada. Por isso o mercado reage com exagero ao noticiário favorável ao impeachment. Tem influência do exterior. Outras moedas também avançaram frente ao dólar. Mas o movimento aqui é bem mais intenso pela aposta no impeachment. O dólar caiu e ficou abaixo do 3 e 50, o que não acontecia há oito meses, porque o mercado está vendo maior chance de afastamento da presidente. Ainda que isso não garanta a reversão da crise, pelo menos, abre a possibilidade de adoção de um novo modelo, mais responsável, com maior apoio político. Tudo que não se vê com a permanência de Dilma Rousseff. Nessa hipótese, as projeções são de um cenário bem pior que este que está sendo desenhado. Eu volto na quinta, até lá.


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domingo, 10 de abril de 2016

VINICIUS TORRES FREIRE / ALGUMAS EXPLICAÇÕES PARA A QUEDA DO DÓLAR - ABRIL DE 2016




O preço do dólar, baixo e baixando desde a metade de fevereiro, por aí, parece o de um país pelo menos animado e pronto para sair do buraco econômico profundo. Não é bem o caso.

A moeda americana voltou a cair abaixo de R$ 3,60. Lembrem-se que, no início de janeiro, o dólar andava rondando a casa dos R$ 4,20.

Aconteceu alguma coisa nova? De certo modo, sim. Sim, houve notícias animadoras nos mercados financeiros mundiais, nos mercados financeiros. Sim, existe a perspectiva de que acabe essa agonia política.

De certo modo, não há novidades. São esses os fatores que vêm fazendo o dólar subir ou cair desde o início do ano.

Mais ou menos metade da queda do preço do dólar e da animação das Bolsas, por exemplo, deve-se a fatores domésticos, à expectativa de que Dilma Rousseff será deposta e que, depois disso, virá um governo que ponha ordem na economia, o que aliás ainda é muito incerto. Mas o pessoal especula com isso.

Um outro motivo da melhoria dos mercados financeiros aqui é a economia mundial. Um dos motivos de preocupação entre os investidores é o destino da China. A coisa é enrolada, mas havia medo de que houvesse uma grande fuga de capitais da China, de dinheiro da China, uma perda de valor da moeda deles e, assim, uma desordem no comércio mundial, onde a China tem peso enorme, entre outros problemas. Agora, parece que haverá alguma estabilidade lá na China.

Essa alegria vai durar? Depende da política, que está completamente imprevisível. Depende também da calmaria lá fora, isto é, depende de calmaria na economia americana, na economia chinesa e no preço das mercadorias importantes para o comércio dos países emergentes, Brasil inclusive: petróleo, ferro, comida, por exemplo. Se o preço dessas mercadorias sobe, a coisa fica mais calminha aqui. Boa noite.



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MANIFESTAÇÃO A FAVOR DO IMPEACHMENT DA DILMA EM PERUÍBE, DIA 17 DE ABRIL DE 2016




O vídeo foi feito de forma apressada, e até eu reconheço que ficou tosco, mas o que me interessa é passar adiante a mensagem.


MARCADORES: PERUÍBE, PERUIBENSE, PERUIBANO, PROTESTO, MANIFESTAÇÃO, DOMINGO, 17 DE ABRIL, DUAS HORAS DA TARDE, ENCONTRO DOS MANIFESTANTES ÀS 14 HORAS, IMPEACHMENT DA PRESIDENTE DILMA, PRAÇA MATRIZ DE PERUÍBE

CRISE: 100 MIL LOJAS FECHADAS EM 2015 - ABRIL DE 2016



Dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)

Por Mônica Stepchitch

Com o país atravessando a maior recessão desde 1931, consumidores brasileiros apertam o cinto e em consequência o varejo registra o fechamento de quase 100 mil lojas em 2015, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), reunidos pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A análise revela que houve o fechamento de 95,4 mil lojas com vínculo empregatício no ano passado. Esse resultado corresponde a uma redução de 13,4% no número total de estabelecimentos comerciais que contratam no mínimo um funcionário. Entre as grandes lojas do varejo esse resultado é ainda pior, onde os encerramentos atingiram 14,8% dos estabelecimentos, segundo pesquisa da CNC. “O número de lojas diminuiu de 713 mil ao fim de 2014 para 617 mil ao fim de 2015. É uma queda muito forte, o primeiro recuo anual da série histórica iniciada em 2005”.

De acordo com a Confederação, o encerramento das lojas é produto da conjuntura macroeconômica, que levou ao declínio no montante das vendas, e é também um sinal de que o momento mais preocupante da crise econômica no país ainda não chegou. O quadro de 2016, de inflação e juros ainda altos, desvalorização do real, taxa de desemprego elevado e queda na confiança de empresários e consumidores, obriga os proprietários de redes varejistas a serem cautelosos e concentrarem o foco nas lojas mais lucrativas.

“O levantamento deixa claro o tamanho da crise no varejo, que prejudicou todos os setores, incluindo os grandes, que, teoricamente, têm mais condições de encarar o cenário recessivo. Além do mais, salta aos olhos porque ela está presente praticamente no país inteiro”, observa Fabio Bentes, economista da CNC.

Péssimo para os hipermercados

Todos os segmentos do varejo apontaram queda no número de lojas. Em termos absolutos, os hipermercados, os supermercados e as mercearias foram os mais atingidos, com o fechamento do número mais elevado de lojas em relação a 2014 – 25,6 mil no total. Assim como as lojas de vestuário e calçados (14%), o setor foi responsável por quase metade (45%) das lojas fora de operação. Os números estão baseados nas informações de dezembro de 2015 do CAGED.

Em termos relativos, os setores mais sujeitos às condições de crédito tiveram maior prejuízo, especificamente o setor de material de construção, cujo índice de retração foi maior (18,3%), depois o segmento de informática e comunicação (queda de 16,6%), o ramo de móveis e eletrodomésticos (encolhimento de 15%) e automóveis (-14,9%).

Varejo em seu pior momento

O Wal-Mart, maior varejista do mundo, fechou 60 lojas no Brasil no início deste ano. O varejo ampliado, que abarca o ramo automotivo e material de construção, concentra queda de 8,4% de janeiro a novembro de 2015, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Resultado foi trazido pela diminuição das vendas no varejo, que possivelmente registrou no ano passado o pior nível dos últimos 15 anos.

“Foi uma crise generalizada, que não poupou ninguém no ano passado, e que deixa uma herança negativa para 2016. Porque, começando o ano com 95 mil lojas a menos, a chance de ter uma recuperação das vendas é muito remota”, disse o economista Fabio Bentes, da Divisão Econômica da CNC.

Veja informações das lojas e marcas mais conhecidas:

Rhodia

Fábrica têxtil em Jacareí (SP), interrompeu a produção e demitiu 129 funcionários. A empresa informou que tomou a decisão de concentrar sua produção na unidade de Santo André (SP) após diminuição no consumo de produtos, avaliada como consequência da crise econômica.

Alcoa

Uma das maiores produtoras mundiais de alumínio, sediada nos EUA, anunciou mais um corte de produção no Brasil e a demissão de 650 funcionários na unidade de São Luís, no Maranhão. Desta forma, a empresa não produzirá mais no país o alumínio primário, elemento base para produtos como esquadrias para construção civil e insumos de automóveis.

Amplimatic

Fabricante de peças de alumínio, anunciou a demissão de 57 funcionários e a paralisação da produção em sua unidade de São José dos Campos. “Estamos vivendo uma grande dificuldade por causa da crise. Tivemos até nosso gás e luz cortados. Por isso suspendemos as atividades”, disse o advogado da empresa, Sérgio Tarcha.

Souza Cruz

Fábrica de cigarros subsidiária do grupo British American Tobacco (BAT), anunciou o fechamento da fábrica no Rio Grande do Sul, no município de Cachoerinha. A produção da unidade é de 12 bilhões de cigarros ao ano, aproximadamente 25% do total de 50 bilhões produzidos no Brasil. “Não é uma decisão tomada por vontade própria, mas pela existência de uma escalada expressiva no aumento de impostos, que vem prejudicando o consumo”, disse o diretor financeiro da empresa, Leonardo Senra, entrevistado pela revista Valor Econômico.

Azul

Apresentando corte de 7% na quantidade de assentos ofertados em 2016 e com prejuízo de R$ 267 milhões até setembro de 2015 — valor oito vezes maior que a a perda registrada em igual período no ano anterior —, a empresa pretende devolver 20 dos 140 aviões de sua frota. Do total, 15 passarão para a portuguesa TAP, inclusive nove jatos da Embraer e seis turbohélices ATR, conforme informado pela fonte da aérea. A Azul, assim como as demais empresas, está sendo muito afetada pela alta do dólar, que já ultrapassou a barreira dos R$ 4. Aproximadamente 70% dos custos das aéreas são em dólar (combustível, leasing de aviões e manutenção de peças).

Mabe

As unidades localizadas em Campinas e Hortolândia fabricam geladeiras e fogões das marcas Dako e Continental. Apesar de receber incentivos do governo federal, como a redução no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o financiamento de eletrodomésticos, a empresa assumiu insuficiência para honrar os contratos. A multinacional tem dívidas no Brasil que somam ao menos R$ 24 milhões. Em 2013, foi feito pedido de recuperação judicial, porém não foi suficiente e em dezembro último a empresa pediu à Justiça a decretação de falência.

Walmart Brasil

Terceiro maior grupo supermercadista do país anunciou no início de 2016 o fechamento de 60 lojas no país e a troca de presidente. A quantidade de unidades encerradas representa o dobro do que foi divulgado no fim de dezembro. Na época, o Walmart Brasil pretendia fechar 5% de 544 supermercados, aproximadamente 30 unidades.

O Boticário

A franquia de cosméticos e perfumes fechou dez lojas no Vale do Aço, sendo sete em Ipatinga e três em Coronel Fabriciano em Minas Gerais.

Lojas Leader

Seu controlador, o banco de investimentos BTG Pactual, anunciou falência da rede varejista. O pedido foi feito pela família Furlan, proprietária da rede de lojas paulista Seller, adquirida pela Leader em 2013, que reclama atraso no pagamento de R$ 9 milhões na Justiça.



FONTE: EPOCH TIMES



MARCADORES: VAREJO, LOJAS FECHADAS, COMÉRCIO EM RETRAÇÃO, AUMENTO NO NÍVEL DE DESEMPREGO, RECESSÃO, BRASIL, BRASILEIROS, GOVERNO DILMA / PT, IMPEACHMENT DA DILMA

quinta-feira, 7 de abril de 2016

DENISE CAMPOS DE TOLEDO / JURO NO CARTÃO DE CRÉDITO É RECORDE EM 20 ANOS - ABRIL DE 2016



É, apesar de o Banco Central ter dado uma parada no aumento da taxa básica, por preocupações com a recessão e a queda de atividade, os juros para os consumidores não param de subir. É um recorde atrás do outro. Levantamento da Anefac, Associação dos Executivos de Finanças, mostrou que em março a taxa média do rotativo do cartão chegou a 432% ao ano, a maior em 20 anos. Já a taxa média do cheque especial bateu nos 263,7%. São taxas médias. No caso do cartão tem banco cobrando, no rotativo, 1000% ao ano. Parece inacreditável, mas é a realidade. Os bancos, por medo da inadimplência, aumentam as taxas pra compensar eventuais perdas com o calote. Só que com as taxas nesse nível, muito provavelmente, a inadimplência vai crescer. Como bancar um custo tão alto assim? Até porque não é só isso. O consumidor também está com a renda comprometida pela inflação e pelo desemprego. Não é à toa que a demanda por crédito vem caindo muito. Só encara quem não tem outro jeito. E o melhor é sempre buscar linhas, claro, mais baratas ou menos caras, já que aumento tem sido generalizado. Mas o consignado e o crédito pessoal ainda têm um custo mais acessível, com a vantagem de terem parcelas fixas. No cartão e no cheque especial o custo da rolagem vai subindo de acordo com a mudanças das taxas de mercado. E por mais absurdo que pareça, a tendência ainda é de alta. O próprio Banco Central, ao divulgar o relatório de estabilidade financeira, reconheceu que a queda da demanda por crédito é muito forte e que a inadimplência deve subir mais. Nas atuais condições da economia nem adianta o governo vir com aquela ideia, de sempre, de tentar estimular o consumo e a atividade liberando mais crédito. Hoje essa estratégia não daria resultado. Falta confiança também. A situação só vai mudar quando houver maior segurança quanto ao cenário político e econômico. Enquanto isso, o crédito mais caro e escasso acaba reforçando a desaceleração da atividade, ao frear com mais intensidade o consumo, além de trazer dificuldades adicionais para as empresas, que já estão tentando se equilibrar entre o consumo mais fraco e o aumento de custos. Os juros para as empresas também estão subindo. Eu volto na segunda. Até lá.


MARCADORES: JUROS MUITO ALTOS, CARTÃO DE CRÉDITO, CONSUMO, CONSUMIDORES, GOVERNO DILMA / PT, IMPEACHMENT DA DILMA

quarta-feira, 6 de abril de 2016

VINICIUS TORRES FREIRE / PRODUÇÃO DE VEÍCULOS DESPENCA AO NÍVEL DE 2003 - ABRIL DE 2016




Quando se fala de crise econômica, muitas vezes a gente cita alguns números que são difíceis de interpretar, no dia a dia. Por exemplo, o número do crescimento do PIB, do crescimento da economia do país. Infelizmente, a gente tem outros exemplos bem mais concretos para mostrar o tamanho enorme do estrago. Um caso bem mais fácil de entender é o das montadoras.

As fábricas estão literalmente parando. Nas montadoras de carros, seis de cada dez linhas de produção de automóveis simplesmente estão desligadas, porque a venda de carros cai de modo horroroso.

Repita-se: mais de metade da capacidade de produção das fábricas está sem uso, parada, sem ter o que fazer.

No caso de ônibus e caminhões, a desgraça é ainda maior: mais de 80% das fábricas, na média, estão paradas. Quer dizer, de cada 10 linhas de produção, 8 estão desligadas. Estão virando fábricas fantasmas.

A produção de carros no primeiro trimestre deste ano, como a gente acabou de ver, caiu quase 28%, se comparada à produção dos três primeiros meses de 2015, que já foram bem ruins.

Para resumir o tamanho do desastre: a produção de carros no Brasil voltou ao que era em 2003. Vou repetir: 2003, faz 13 anos, primeiro ano do governo Lula. Em português claro, a gente andou para trás.

Como resultado, a indústria demite. O número de empregados das montadoras caiu quase 9% em relação ao ano passado.

A indústria de veículos é uma das mais importantes do país. É, ou pelo menos, era grande. Alimenta um monte de outras fábricas, é óbvio: aço, plásticos, química, tintas, vidros, borracha, tecido, eletrônicos, metalúrgicas, autopeças, para nem falar das revendedoras e oficinas. Quando se deixa de produzir na indústria automobilística, muita gente perde emprego em outros negócios.

A coisa está assim feia em outros ramos grandes da economia também. Imóveis, por exemplo, outro negócio que movimenta o país. Na grande São Paulo, a venda de imóveis novos caiu 17% em um ano.

A produção e as vendas caem porque há medo de desemprego, do futuro. Porque os juros estão altos. Porque há pouco crédito. E tudo isso começou com uma grande incompetência no governo de Dilma Rousseff. Boa noite.



MARCADORES: INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA, QUEDA NA PRODUÇÃO DE AUTOMÓVEIS / VEÍCULOS AUTOMOTIVOS, DESEMPREGO, RECESSÃO, GOVERNO DILMA / PT, IMPEACHMENT DA DILMA

terça-feira, 5 de abril de 2016

CRISE DERRUBA ÍNDICE DOS ALUGUÉIS E PREÇOS SOFREM REDUÇÃO - ABRIL DE 2016



"O índice de inflação do aluguel caiu pela metade em março, mas na prática muitos contratos abandonaram esse reajuste e já estão ficando mais baratos. O que mais se vê é proprietário fazendo qualquer negócio para o imóvel não ficar vazio."

A deflação no mercado imobiliário já atinge os aluguéis. Claro que muita gente verá isso como positivo, talvez até um sinal de melhora na economia brasileira, mas nem sempre um processo deflacionário indica que algo bom virá. Tratei um pouco disso na postagem anterior, mas creio o que o assunto precisa ser repetido, pois logo todos conhecerão os efeitos da DEFLAÇÃO RUINOSA (UM DOS SINTOMAS DA BOLHA IMOBILIÁRIA).





MARCADORES: MERCADO IMOBILIÁRIO, IMOBILIÁRIAS, VALORES DE ALUGUÉIS, CASAS, APARTAMENTOS, IMÓVEIS COMERCIAIS, INFLAÇÃO, DEFLAÇÃO RUINOSA, BOLHA IMOBILIÁRIA, RECESSÃO

DENISE CAMPOS DE TOLEDO / BARATEAR GASOLINA PODE NÃO SER BOM COMO PARECE - ABRIL DE 2016



Vários índices já apontam para uma inflação mais baixa. A recessão, finalmente, começa a produzir efeito, freando remarcações de preços. Ainda há uma certa resistência dos serviços, mas já dá pra trabalhar com um fechamento de ano um pouco melhor. Como vimos, o mercado prevê a inflação em 7,28%. Ainda muito alta, mas bem abaixo do que se esperava até pouco tempo atrás. A queda recente do dólar também trouxe algum alívio, assim como a mudança de bandeira da tarifa de energia. E, nesse sentido, pode vir mais um reforço. Os preços dos combustíveis podem cair. É que, por causa da queda do petróleo, a gasolina aqui está uns 10% mais cara que no exterior e o diesel até uns 40, 50%. Seria bom do ponto de vista da inflação, do custo de vida. Mas acende a luz amarela. O governo, na tentativa de obter maior apoio, frente à crise política, pode estar recorrendo, de novo, a medidas populistas que já deram muito errado. Tudo bem que tem essa diferença agora. Mas, durante muito tempo, a Petrobrás teve de trabalhar com preços bem abaixo do exterior, quando o governo quis segurar artificialmente a inflação. O uso da Petrobrás como instrumento de controle da inflação colaborou muito para a crise que enfrenta hoje. A crise não veio só da roubalheira, do desvio de verbas. Manter os preços mais altos pode ajudar a Petrobrás a recuperar algum fôlego, o que é positivo pra economia, do ponto de vista de investimentos, de geração de impostos e até emprego. A Petrobrás acabou de lançar um programa que pode resultar em mais 12 mil demissões. Estados, como o Rio de Janeiro, estão numa situação financeira muito complicada, ou mais complicada ainda, pela redução dos royalties do petróleo. Se a gasolina fica mais barata ainda prejudica a produção do álcool. O mercado recebeu mal a ideia, com queda forte das ações de 9 por cento e da bolsa de valores, que recuou 3,5 por cento não só pelos efeitos para a empresa, mas também pelo que isso pode significar em termos de gestão da economia. Para alguns analistas até a mudança da bandeira de energia para verde foi precipitada. É sempre bom ter redução de preços, mas é ver se o custo depois não vai ser pior. De qualquer modo, a perspectiva de uma inflação menos elevada pode abrir espaço para algum corte dos juros básicos pelo Banco Central. Tomara que essa eventual redução da selic, da taxa básica, se vier, não seja mais uma estratégia populista do governo. Já estamos pagando bem caro pela adoção desse tipo de política. O tarifaço e a disparada da inflação foram reflexo do artificialismo. Eu volto na quinta. Até lá.


COMENTÁRIO: essa queda na inflação será apenas uma consequência da recessão, ou seja, vem aí um ciclo de DEFLAÇÃO RUINOSA, com péssimas consequências para os brasileiros. O vídeo abaixo explica bem a questão.





MARCADORES: QUEDA NA INFLAÇÃO, DEFLAÇÃO RUINOSA, PREÇO DA GASOLINA PODE CAIR, AGRAVAMENTO DA RECESSÃO NO BRASIL, AUMENTO DO DESEMPREGO, PETROBRÁS, GOVERNO DILMA / PT, IMPEACHMENT DA DILMA

domingo, 3 de abril de 2016

VÍDEO RÁPIDO SOBRE AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS EM PERUÍBE - ABRIL DE 2016




MARCADORES: PERUÍBE, PERUIBENSE, PERUIBANO, ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016, CARGO DE PREFEITO, PREFEITURA, CANDIDATOS, PROPOSTAS, CAMPANHA ELEITORAL, ELEITORES, ELEITORADO, POPULAÇÃO, PROBLEMAS DA CIDADE, POLÍTICA MUNICIPAL

BOICOTE AOS ARTISTAS PRÓ-DILMA - ABRIL DE 2016



MARCADORES: ATORES, ATRIZES, CLASSE ARTÍSTICA, ARTISTAS, TV, TELEVISÃO, ARTISTAS QUE APOIAM A DILMA, IMPEACHMENT DA PRESIDENTE DILMA, BOICOTE AOS ARTISTAS PRÓ-DILMA

DENISE CAMPOS DE TOLEDO / QUEDA NAS IMPORTAÇÕES MELHORA BALANÇA COMERCIAL - ABRIL DE 2016



Os dados da balança comercial parecem propaganda enganosa. O saldo é ótimo, o melhor em 28 anos, mas não vem de uma expansão do comércio exterior do País, mas sim de um encolhimento, com as importações caindo muito mais que as exportações que também estão caindo. Em relação às importações, isso era esperado, pela alta do dólar registrada desde o ano passado e a forte queda do consumo doméstico. E houve uma queda muito acentuada também dos investimentos, é o aspecto mais preocupante, já que compromete a melhoria da competitividade da indústria nacional, que precisa ganhar capacidade de concorrência pra poder ampliar as vendas externas. As compras de máquinas importadas recuaram quase 27% sobre março de 2015. Já a produção local de bens de capital, que são máquinas e equipamentos, caiu quase 26%, no levantamento do IBGE referente a fevereiro sobre fevereiro do ano passado. Temos queda das importações e do consumo de maquinário produzido aqui. Isso quer dizer que a indústria está segurando mesmo os investimentos, diante da crise que o País enfrenta, o que dificulta uma reação. O comércio exterior seria e é a brecha pra retomada de alguma atividade, já que do lado doméstico não há muita condição de expansão das vendas. O crédito caro e mais escasso, a queda da renda e o desemprego vão continuar afetando negativamente o consumo. Com exceção de uns poucos segmentos, de empresas, que já estavam operando no exterior, inclusive multinacionais, o que se percebe é que o dólar mais alto não favoreceu as exportações como se esperava. E ainda tem essa queda mais recente do dólar, relacionada à crise política, que traz mais incerteza para os empresários. Por enquanto, o que se prevê é mais um ano de queda da produção industrial, com todos os ajustes negativos que isso provoca, inclusive em relação ao emprego. A indústria continua demitindo e demitindo muito. Quanto à balança comercial fica, pelo menos, o saldo em dólares, que melhora as contas externas do País, que são um dos poucos dados positivos da nossa economia. A previsão do mercado é que o saldo este ano chegue aos 43 bilhões e meio. Pode bater nos 50. Problema é que não vai trazer resultados maiores em termos de atividade econômica. Eu volto na segunda. Até lá.


MARCADORES: ECONOMIA, RECESSÃO, ALTA DO DÓLAR, QUEDA NAS IMPORTAÇÕES, GOVERNO DILMA / PT

sexta-feira, 1 de abril de 2016

VINICIUS TORRES FREIRE / ECONOMIA PIORA MAIS AGORA QUE NO ANO PASSADO - ABRIL DE 2016




Faz algumas semanas, a gente mal tem falado de economia aqui no Jornal da Gazeta. Mais comum é a gente comentar o efeito da política na economia. É muito difícil acontecer uma mudança importante na economia enquanto a gente pelo menos não souber que rumo vai tomar a política.

O que mudou nessas semanas de tumulto? Algum sinal de melhora na economia? Muito pouquinho.

A inflação, ao que parece, vai começar a subir menos, mas essa melhora está bem atrasada e ainda não é certa. Aqui mesmo no Jornal da Gazeta, no ano passado a gente disse que isso deveria acontecer um pouco antes do Natal. Passou a Semana Santa e ainda não aconteceu de os preços subirem mais devagar, ainda sobem a 10% ao ano.

Se a inflação cai, sobra mais um pouco de dinheiro para consumo. Os juros podem cair. A economia respira um pouco.

No mais, os números continuam entre deprimentes e assustadores. Hoje, a gente soube que o consumo de energia elétrica caiu 5,5% no primeiro bimestre do ano, se comparado com o ano passado. Isso é sinal de luz cara e indústria parada, de muita recessão.

O crédito continua mal e piorando, soubemos faz pouco. O total de dinheiro emprestado na economia continua caindo, e caindo cada vez mais rápido, vimos pelos dados de janeiro e fevereiro.

O desemprego continua a aumentar também de maneira cada vez mais rápida _está em 9,5% e deve acabar o ano em 13%. Os salários na média caem também cada vez mais rápido.

Logo, no dia a dia das pessoas comuns, a economia está piorando mais agora que no ano passado.

No que diz respeito às empresas, a gente soube hoje que o lucro das firmas que tem ações na Bolsa caiu quase 20% de 2014 para 2015, e isso sem levar em conta a Petrobras, que perdeu tanto dinheiro e é tão grande que iria piorar ainda mais esta estatística. Sem lucro e sem estabilidade, empresa não investe. Sem consumo, crédito e investimento, a gente afunda cada vez mais.

Quanto ao governo e ao Congresso, nada vai andar pelo menos até a decisão do impeachment, lá por maio, pelo menos. Ou seja, nada de importante vai ser feito para conter a crise até a metade do ano. Boa noite.



MARCADORES: BRASIL, BRASILEIROS, POLÍTICA BRASILEIRA, GOVERNO DILMA / PT, IMPEACHMENT DA DILMA, ECONOMIA, RECESSÃO