terça-feira, 1 de janeiro de 2013

QUEIMA DE FOGOS EM PERUÍBE REVEILLON 2013








UMA DÉCADA PETISTA, UMA DÉCADA PERDIDA




A década perdida


MARCO ANTONIO VILLA - O Estado de S.Paulo


A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 foi recebida como um conto de fadas. O País estaria pagando uma dívida social. E o recebedor era um operário. 


 Operário que tinha somente uma década de trabalho fabril, pois aos 28 anos de idade deu adeus, para sempre, à fábrica. Virou um burocrata sindical. Mesmo assim, de 1972 a 2002 - entre a entrada na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e a eleição presidencial -, portanto, durante 30 anos, usou e abusou do figurino do operário, trabalhador, sofrido. E pior, encontrou respaldo e legitimação por parte da intelectualidade tupiniquim, sempre com um sentimento de culpa não resolvido. 

 A posse - parte dos gastos paga pelo esquema do pré-mensalão, de acordo com depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público - foi uma consagração. Logo a fantasia cedeu lugar à realidade. A mediocridade da gestão era visível. Como a proposta de governo - chamar de projeto seria um exagero - era inexequível, resolveram manter a economia no mesmo rumo, o que foi reforçado no momento da alta internacional no preço das commodities. 

Quando veio a crise internacional, no final de 2008, sem capacidade gerencial e criatividade econômica, abriram o baú da História, procurando encontrar soluções do século 20 para questões do século 21. O velho Estado reapareceu e distribuiu prebendas aos seus favoritos, a sempre voraz burguesia de rapina, tão brasileira como a jabuticaba. Evidentemente que só poderia dar errado. Errado se pensarmos no futuro do País. Quando se esgotou o ciclo de crescimento mundial - como em tantas outras vezes nos últimos três séculos -, o governo ficou, como está até hoje, buscando desesperadamente algum caminho. Sem perder de vista, claro, a eleição de 2014, pois tudo gira em torno da permanência no poder por mais um longo tempo, como profetizou recentemente o sentenciado José Dirceu. 

 Os bancos e as empresas estatais foram usados como instrumentos de política partidária, em correias de transmissão, para o que chamou o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, de "projeto criminoso de poder", quando do julgamento do mensalão. Os cargos de direção foram loteados entre as diferentes tendências do Partido dos Trabalhadores (PT) e o restante foi entregue à saciedade dos partidos da base aliada no Congresso Nacional. O PT transformou o patrimônio nacional, construído durante décadas, em moeda para obter recursos partidários e pessoais, como ficou demonstrado em vários escândalos durante a década. 

 O PT era considerado uma novidade na política brasileira. A "novidade" deu vida nova às oligarquias. É muito difícil encontrar nos últimos 50 anos um período tão longo de poder em que os velhos oligarcas tiveram tanto poder como agora. Usaram e abusaram dos recursos públicos e transformaram seus Estados em domínios familiares perpétuos. Esse congelamento da política é o maior obstáculo ao crescimento econômico e ao enfrentamento dos problemas sociais tão conhecidos de todos. 

 Não será tarefa fácil retirar o PT do poder. Foi criado um sólido bloco de sustentação que - enquanto a economia permitir - satisfaz o topo e a base da pirâmide. Na base, com os programas assistenciais que petrificam a miséria, mas garantem apoio político e algum tipo de satisfação econômica aos que vivem na pobreza absoluta. No topo, atendendo ao grande capital com uma política de cofres abertos, em que tudo pode, basta ser amigo do rei - a rainha é secundária. 

 A incapacidade da oposição de cumprir o seu papel facilitou em muito o domínio petista. Deu até um grau de eficiência política que o PT nunca teve. E o ano de 2005 foi o ponto de inflexão, quando a oposição, em meio ao escândalo do mensalão, e com a popularidade de Lula atingindo seu nível mais baixo, se omitiu, temendo perturbar a "paz social". Seu principal líder, Fernando Henrique Cardoso, disse que Lula já estava derrotado e bastaria levá-lo nas cordas até o ano seguinte para vencê-lo facilmente nas urnas. Como de hábito, a análise estava absolutamente equivocada. E a tragédia que vivemos é, em grande parte, devida a esse grave erro de 2005. Mas, apesar da oposição digna de uma ópera-bufa, os eleitores nunca deram ao PT, nas eleições presidenciais, uma vitória no primeiro turno. 

 O PT não esconde o que deseja. Sua direção partidária já ordenou aos milicianos que devem concentrar os seus ataques na imprensa e no Poder Judiciário. São os únicos obstáculos que ainda encontram pelo caminho. E até com ameaças diretas, como a feita na mensagem natalina - natalina, leitores! - de Gilberto Carvalho - ex-seminarista, registre-se - de que "o bicho vai pegar". A tarefa para 2013 é impor na agenda política o controle social da mídia e do Judiciário. Sabem que não será tarefa fácil, porém a simples ameaça pode-se transformar em instrumento de coação. O PT tem ódio das liberdades democráticas. Sabe que elas são o único obstáculo para o seu "projeto histórico". E eles não vão perdoar jamais que a direção petista de 2002 esteja hoje condenada à cadeia. 

 A década petista terminou. E nada melhor para ilustrar o fracasso do que o crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1%. Foi uma década perdida. Não para os petistas e seus acólitos, claro. Estes enriqueceram, buscaram algum refinamento material e até ficaram "chiques", como a Rosemary Nóvoa de Noronha, sua melhor tradução. Mas o Brasil perdeu. 

 Poderíamos ter avançado melhorando a gestão pública e enfrentado com eficiência os nossos velhos problemas sociais, aqueles que os marqueteiros exploram a cada dois anos nos períodos eleitorais. Quase nada foi feito - basta citar a tragédia do saneamento básico ou os milhões de analfabetos. 

 Mas se estagnamos, outros países avançaram. E o Brasil continua a ser, como dizia Monteiro Lobato, "essa coisa inerme e enorme". 


MARCO ANTONIO VILLA É HISTORIADOR E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFCAR)


Fonte: ESTADÃO


Comentário: já está na hora de enterrar a ideia equivocada de que os anos oitenta do século XX foram uma "década perdida". Ora, naquela época a economia brasileira crescia 3% ao ano (com um pico de 8% em 1986, por causa do plano cruzado) enquanto que na década petista ..... imagina se o Lula não tivesse mantido o que funcionava na economia.

SALÁRIO MÍNIMO DE R$ 678 VIGORA A PARTIR DE HOJE



Quero ver até quando o PIB vai aguentar novos presentes da PRESIDENTE Dilma. E viva 2013 !!!

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

ÚLTIMA POSTAGEM DE 2012: QUERIA UMA PERUÍBE NORMAL, SEM TANTOS TURISTAS/VERANISTAS !!!



Ah, tá. Você entrou aqui e já deve ter detestado o título. Azar, é o que eu penso mesmo. Se dependesse de mim, Peruíbe estaria longe de ter a lotação esgotada, literalmente. Parece que tem meio milhão de pessoas na cidade, que está como uma máquina velha, funcionando no limite.

Supermercados lotados, lanchonetes lotadas, restaurantes lotados, uma UPA lotada (pois é), praias lotadas, uma Avenida Padre Anchieta congestionada, e então? Ah, está ENTRANDO MUITO DINHEIRO NA CIDADE, ISSO É BOM. Será que está sendo bom para todo peruibense mesmo?

Se o nosso serviço de saúde pública está longe do ideal (melhor ser simpático), com este município tendo cerca de 60 mil moradores, imaginem com essa enorme população flutuante? Claro que isso sobrecarrega o serviço. Conheço o SUS na condição tanto de paciente como de ex-funcionário (trabalhei no Pronto Socorro de outra cidade). Como certa vez disse o patriota cubano José Martí sobre os EUA, "Vivi en el monstruo y le conozco las entrañas". Passei por algo parecido.

Tudo isso são consequências de um modelo econômico que se esgotou. Alguém acredita realmente que esta cidade se tonará próspera com tanto zé mané em carro com som alto, tocando o famigerado Funk? Desde o penúltimo fim de semana tem sido assim, até nas madrugadas precisamos aguentar essa porcaria, feita por motoristas que se acham os tais, repartindo o lixo sonoro deles com os outros.




Claro que esse comportamento permissivo é consequência da idéia de que se esse e outros tipos de sons altíssimos e horrorosos não forem tolerados, os turistas (velho raciocínio generalizador) não virão. E quem é que disse que precisamos de duristas, digo, turistas barulhentos? QUE ESSES FOLGADOS NUNCA VOLTEM AQUI. Preciso tolerar barulho de um bar lotado as três da manhã, pois o turismo gera emprego? Pô, durante a maior parte do ano o bar não foi barulhento, e agora tenho de aguentar UM BANDO DE VERANISTAS BÊBADOS ATRAPALHANDO O MEU SONO? Que eu saiba, a lei do silêncio também se aplica nesta cidade. Ela não foi revogada durante a temporada 2012/2013.

Pois é, ainda bem que a temporada é TEMPORÁRIA. Aguardo ansiosamente pelo momento que verei esse povo todo pelas costas, BEM LONGE DAQUI !!!

Xi ... está chovendo, ai que dó, e se isso durar até o momento da queima de fogos na praia? Eita, e eu com isso? Vou ficar em casa mesmo para a virada de ano, se virem!


sábado, 29 de dezembro de 2012

VERÃO 2013 EM PERUÍBE




Ação Verão é o primeiro destaque da gestão de Ana Preto 


Queima de fogos e programação especial de shows serão a marca do verão 2013 em Peruíbe 


A nova administração municipal que assumirá o comando da prefeitura de Peruíbe prepara uma programação especial para brindar a chegada de 2013 e dar inicio ao programa Ação Verão, que contemplará os munícipes e turistas com shows, queima de fogos e uma série de ações conjuntas entre saúde, segurança, trânsito, e limpeza urbana. Com a tradicional queima de fogos na praia do Centro, a Ação Verão inicia a festa da virada que acontece a partir da zero hora do dia 1 de janeiro de 2013. Após o show de luzes no céu, a banda baile Celebration vai embalar a noite com muita música no palco montado na praia do Centro. 

 A festa continua com a presença da nova prefeita Ana Preto que vê o programa Ação Verão como a primeira marca do seu governo: "Iniciaremos uma ação conjunta com todos os setores da Prefeitura para manter a cidade limpa, segura e com o atendimento adequado para a população e os turistas. A saúde será nossa prioridade. Vamos cuidar da nossa população com respeito e eficiência. Nesta época temos que preparar Peruíbe para atender sua demanda, além de cuidar para que os visitantes desfrutem o melhor da nossa cidade. Nosso objetivo é se destacar como uma cidade com diferentes opções de lazer, com Infraestrutura adequada e que agrade toda a família", destaca a prefeita. 

Além de shows de artistas renomados, atividades esportivas e culturais serão constantes durante toda a temporada, que se entenderá até os festejos de aniversário da cidade em 18 de Fevereiro. 

OPERAÇÃO VERÃO – A partir desta sexta-feira (28) o policiamento em Peruíbe ganhará um reforço. Segundo a Polícia Militar, 90 policiais a mais estarão de plantão na Cidade.A ampliação do efetivo faz parte da Operação Verão que se estenderá até o fim do Carnaval de 2013.


Fonte: JORNAL FATOS DE ITANHAÉM







quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

PERUÍBE 40 GRAUS, CIDADE LOTADA E BÊBADOS IRRESPONSÁVEIS




Mas esse não é o maior incômodo do verão 2012/2013 em Peruíbe. Sim, 40 graus no dia 26 de Dezembro é dose, mas tem coisa pior.

A cidade está lotada. O rotineiro hábito de ir comprar pão no supermercado está dificultado graças as enormes filas nos caixas. Otários tocando Funk nas alturas para todo mundo ouvir. Barulho de turistas bêbados nas madrugadas .... pois é, também têm esses.




Esses imbecis enchem mais o saco quando estão motorizados. Por favor, se você ver um infeliz desses dirigindo um carro ou moto, por favor, DENUNCIE. Ajude a evitar tragédias.





Não vejo a hora dessa temporada de verão acabar e eu ter o meu sossego de volta. Acho patético quando turista/veranista fala que Peruíbe é uma cidade "sossegada". Ora, mas é justamente essa atividade turística que acaba com a nossa tranquilidade.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

NATAL DAS "TREVAS" 2012 EM PERUÍBE? NÃO NA MINHA CASA




Estou me lixando para a falta de enfeites de Natal nas ruas de Peruíbe neste ano de 2012. Se algum turista não gostou dessa situação, pois que da próxima vez vá visitar uma cidade onde as decorações natalinas costumam ser prioritárias. Quanto aos moradores, ora, eles que não fiquem sempre aguardando que o poder público faça isso ou aquilo. Peruibense possui uma dependência extrema do poder público: só falta querer que a prefeitura enfeite a árvore em frente da sua própria casa.

Aqui na minha "perubacaverna" não teve essa de "Natal das Trevas". Nada de política, SUS e sei lá mais o quê nas conversas. As ruas por aí podem estar bem escuras, mas aqui dentro está bem claro, e eu não estou falando das lâmpadas da minha árvore de natal. Basta desses confrontos intermináveis, sempre justificados em nome de uma "Peruíbe melhor". Por Deus, basta disso !!!

Sou um indivíduo, desobrigado a focar questões coletivas do município durante 24 horas. Tem quem goste de se entreter nisso. Comigo o papo é outro: se tiver de escolher entre priorizar a minha família e esta cidade, claro que priorizarei a minha família. Entendam como quiserem, e viva o aniversariante de hoje, Jesus Cristo.





segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O FAMOSO CESSAR-FOGO DE NATAL DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL



Noite feliz na terra de ninguém: Natal de 1914 

No Natal de 1914, em plena Primeira Guerra Mundial, soldados ingleses e alemães deixaram as trincheiras e fizeram uma trégua. Durante seis dias, eles enterraram seus mortos, trocaram presentes e jogaram futebol 

Bruno Leuzinger | 01/03/2004 

 Finalmente parou de chover. A noite está clara, com céu limpo, estrelado, como os soldados não viam há muito tempo. Ao contrário da chuva, porém, o frio segue sem dar trégua. Normal nesta época do ano. O que não seria normal em outros anos é o fedor no ar. Cheiro de morte, que invade as narinas e mexe com a cabeça dos vivos – alemães e britânicos, inimigos separados por 80, 100 metros no máximo. Entre eles está a “terra de ninguém”, assim chamada porque não se sobreviveria ali muito tempo. Cadáveres de combatentes de ambos os lados compõem a paisagem com cercas de arame farpado, troncos de árvores calcinadas e crateras abertas pelas explosões de granadas. O barulho delas é ensurdecedor, mas no momento não se ouve nada. Nenhuma explosão, nenhum tiro. Nenhum recruta agonizante gritando por socorro ou chamando pela mãe. Nada. 

E de repente o silêncio é quebrado. Das trincheiras alemãs, ouve-se alguém cantando. Os companheiros fazem coro e logo há dezenas, talvez centenas de vozes no escuro. Cantam “Stille Nacht, Heilige Nacht”. Atônitos, os britânicos escutam a melodia sem compreender o que diz a letra. Mas nem precisam: mesmo quem jamais a tivesse escutado descobriria que a música fala de paz. Em inglês, ela é conhecida como “Silent Night”; em português, foi batizada de “Noite Feliz”. Quando a música acaba, o silêncio retorna. Por pouco tempo. 

“Good, old Fritz!”, gritam os britânicos. Os “Fritz” respondem com “Merry Christmas, Englishmen!”, seguido de palavras num inglês arrastado: “We not shoot, you not shoot!”(“Nós não atiramos, vocês também não”). 

Estamos em algum lugar de Flandres, na Bélgica, em 24 de dezembro de 1914. E esta história faz parte de um dos mais surpreendentes e esquecidos capítulos da Primeira Guerra Mundial: as confraternizações entre soldados inimigos no Natal daquele ano. Ao longo de toda a frente ocidental – que se estendia do mar do Norte aos Alpes suíços, cruzando a França –, soldados cessaram fogo e deixaram por alguns dias as diferenças para trás. A paz não havia sido acertada nos gabinetes dos generais; ela surgiu ali mesmo nas trincheiras, de forma espontânea. Jamais acontecera algo igual antes. É o que diz o jornalista alemão Michael Jürgs em seu livro Der Kleine Frieden im Grossen Krieg – Westfront 1914: Als Deutsche, Franzosen und Briten Gemeinsam Weihnachten Feierten (“A Pequena Paz na Grande Guerra – Frente Ocidental 1914: Quando Alemães, Franceses e Britânicos Celebraram Juntos o Natal”, inédito no Brasil).

 Conhecido então como Grande Guerra (pouca gente imaginava que uma segunda como aquela seria possível), o conflito estourou após a morte do arquiduque Francisco Ferdinando. Herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, ele e sua esposa Sofia foram assassinados em Sarajevo, na Sérvia, no dia 28 de junho. O atentado, cometido por um estudante, fora tramado por um membro do governo sérvio. Um mês mais tarde, em 28 de julho, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia. As nações européias se dividiram. Grã-Bretanha, França e Rússia se aliaram aos sérvios; a Alemanha, aos austro-húngaros. Nas semanas seguintes, os alemães invadiram a Bélgica, que até então se mantivera neutra, e, ainda em agosto, atravessaram a fronteira com a França. Chegaram perto de tomar Paris, mas os franceses os detiveram, em setembro.

 Nos primeiros meses, a propaganda militar conseguiu inflar o orgulho dos soldados – de lado a lado. O fervor patriótico crescia paralelamente ao ódio pelos inimigos. Entretanto, em dezembro o moral das tropas já despencara. A guerra se arrastava havia quase um semestre. Os britânicos haviam perdido 160 mil homens até então; Alemanha e França, 300 mil cada. Para piorar, as condições nas trincheiras eram péssimas. O odor beirava o insuportável, devido às latrinas descobertas e aos corpos em decomposição. Estirados pela terra de ninguém, cadáveres atraíam ratazanas aos milhares. Era um verdadeiro banquete. Com tanta carne, elas engordavam tanto que algumas eram confundidas com gatos. Pior que as ratazanas, só os piolhos. Milhões deles, nos cabelos, barbas, uniformes. Em toda parte. 

Quando chovia forte, a água batia na altura dos joelhos. Dormia-se em buracos escavados na parede e era comum acordar assustado no meio da noite, por causa das explosões ou de uma ratazana mordiscando seu rosto. Durante o dia, quem levantasse a cabeça sobre o parapeito era um homem morto. Os franco-atiradores estavam sempre à espreita (no final da tarde, praticavam tiro ao alvo no inimigo e, quando acertavam, diziam que era um “beijo de boa-noite”). O soldado entrincheirado passava longos períodos sem ter o que fazer. Horas e horas de tédio sentado no inferno. Só restava esperar e olhar para céu – onde não havia ratazanas nem cadáveres. 

O cotidiano de horrores foi minando a vontade de lutar. Uma semana antes do Natal já havia sinais disso. Foi assim em Armentières, na França, perto da fronteira com a Bélgica. Soldados alemães arremessaram um pacote para a trincheira britânica. Cuidadosamente embalado, trazia um bolo de chocolate e dentro, escondido, um bilhete. Os alemães pediam um cessar-fogo naquela noite, entre 19h30 e 20h30. Era aniversário do capitão deles e queriam surpreendê-lo com uma serenata. O bolo era uma demonstração de boa vontade. Os britânicos concordaram e, na hora da festa inimiga, sentaram no parapeito para apreciar a música. Aplaudidos pelos rivais, os alemães anunciaram o encerramento da serenata – e da trégua – com tiros para cima. Em meio à barbárie, esses pequenos gestos de cordialidade significavam muito.

 Ainda assim, era difícil imaginar o que estava por vir. Na noite do dia 24, em Fleurbaix, na França, uma visão deixou os britânicos intrigados: iluminadas por velas, pequenas árvores de Natal enfeitavam as trincheiras inimigas. A surpresa aumentou quando um tenente alemão gritou em inglês perfeito: “Senhores, minha vida está em suas mãos. Estou caminhando na direção de vocês. Algum oficial poderia me encontrar no meio do caminho?” Silêncio. Seria uma armadilha? Ele prosseguiu: “Estou sozinho e desarmado. Trinta de seus homens estão mortos perto das nossas trincheiras. Gostaria de providenciar o enterro”. Dezenas de armas estavam apontadas para ele. Mas, antes que disparassem, um sargento inglês, contrariando ordens, foi ao seu encontro. Após minutos de conversa, combinaram de se reunir no dia seguinte, às 9 horas da manhã. 

No dia seguinte, 25 de dezembro, ao longo de toda a frente ocidental, soldados armados apenas com pás escalaram suas trincheiras e encontraram os inimigos no meio da terra de ninguém. Era hora de enterrar os companheiros, mostrar respeito por eles – ainda que a morte ali fosse um acontecimento banal. O capelão escocês J. Esslemont Adams organizou um funeral coletivo para mais de 100 vítimas. Os corpos foram divididos por nacionalidade, mas a separação acabou aí: na hora de cavar, todos se ajudaram. O capelão abriu a cerimônia recitando o salmo 23. “O senhor é meu pastor, nada me faltará”, disse. Depois, um soldado alemão, ex-seminarista, repetiu tudo em seu idioma. No fim, acompanhado pelos soldados dos dois países, Adams rezou o pai-nosso. Outros enterros semelhantes foram realizados naquele dia, mas o de Fleurbaix foi o maior de todos. 

Aquela situação por si só já era inusitada: alemães e britânicos cavando e rezando juntos. Mas o que se viu depois foi um desfile de cenas surreais. Em Wez Macquart, França, um britânico cortava os cabelos de qualquer um – aliado ou inimigo – em troca de alguns cigarros. Em Neuve Chapelle, também na França, os soldados indicavam discretamente para seus novos amigos a localização das minas subterrâneas. Em Pervize, na Bélgica, homens que na véspera tentavam se matar agora trocavam presentes: tabaco, vinho, carne enlatada, sabonete. Uns disputavam corridas de bicicleta, outros caçavam coelhos. Uma luta de boxe entre um escocês e um alemão foi interrompida antes que os dois se matassem. Alguém sugeriu um duelo de pistolas entre um alemão e um inglês, mas a idéia foi rechaçada – afinal, aquilo era um cessar-fogo. 

Porém, o melhor estava por vir. Nos dias 25 e 26, foram organizadas animadas partidas de futebol. Centenas jogaram bola nos campos de batalha. “Bola” em muitos casos era força de expressão; podia ser apenas um monte de palha amarrado com arame, ou uma lata de conserva vazia. E, no lugar de traves, capacetes, tocos de madeira ou o que estivesse à mão. Foi assim em Wulvergem, na Bélgica, onde o jogo foi só pelo prazer da brincadeira, ninguém prestou atenção no resultado. Mas houve também partidas “sérias”, com direito a juiz e a troca de campo depois do intervalo. Numa delas, que se tornou lendária, os alemães derrotaram os britânicos por 3 a 2. A vitória suada foi cercada de polêmica: o terceiro gol alemão teria sido marcado em posição irregular (o atacante estava impedido) e a partida, encerrada depois que a bola – esta de verdade, feita de couro – furou ao cair no arame farpado. 

A maioria das confraternizações se deu nos 50 quilômetros entre Diksmuide (Bélgica) e Neuve Chapelle. Os soldados britânicos e alemães descobriam ter mais em comum entre si que com seus superiores – instalados confortavelmente bem longe da frente de batalha. O medo da morte e a saudade de casa eram compartilhados por todos. Já franceses e belgas eram menos afeitos a tomar parte no clima festivo. Seus países haviam sido invadidos (no caso da Bélgica, 90 por cento de seu território estava ocupado), para eles era mais difícil apertar a mão do inimigo. Em Wijtschate, na Bélgica, uma pessoa em particular também ficou muito irritada com a situação. Lutando ao lado dos alemães, o jovem cabo austríaco Adolf Hitler queixava-se do fato de seus companheiros cantarem com os britânicos, em vez de atirarem neles. 

Naquele tempo, Hitler ainda não apitava nada. Entretanto, os homens que davam as cartas também não estavam nem um pouco felizes. Dos quartéis-generais, os senhores da guerra mandaram ordens contra qualquer tipo de confraternização. Quem desrespeitasse se arriscava a ir à corte marcial. A ameaça fez os soldados voltarem para as trincheiras. Durante os dias seguintes, muitos ainda se recusavam a matar os adversários. Para manter as aparências, continuavam atirando, mas sempre longe do alvo. Na noite do dia 31, em La Boutillerie, na França, o fuzileiro britânico W.A. Quinton e mais dois homens transportavam sua metralhadora para um novo local, quando de repente ouviram disparos da trincheira alemã. Os três se jogaram no chão, até perceberem que os tiros eram para o alto: os alemães comemoravam a virada do ano. 

A trégua velada resistiu ainda por um tempo. Até março de 1915, alemães e britânicos entrincheirados em Festubert, na França, faziam de conta que a guerra não existia – ficava cada um na sua. Mas a lembrança das confraternizações foi aos poucos cedendo espaço para o ódio. A carnificina recrudesceu, prosseguindo até a rendição da Alemanha, em novembro de 1918, arrasando a Europa e deixando cerca de 10 milhões de mortos. Talvez a matança até valesse a pena, se a profecia do escritor de ficção científica H.G. Wells tivesse dado certo. O autor de A Máquina do Tempo escrevera em um ensaio que aquela seria “a guerra que acabaria com todas as guerras”. Wells, é claro, estava enganado. Os momentos de paz, como os do Natal de 1914, seriam escassos também ao longo de todo o século 20. A Grande Guerra tinha sido só o começo.



Fonte: AVENTURAS NA HISTÓRIA





COTAS RACIAIS, JEITINHO BRASILEIRO EM AÇÃO




 A esquerda brasileira conseguiu transformar em realidade seu antigo sonho: leis racistas "politicamente corretas" no país. Agora existem cotas raciais em universidades, que também já foram impostas em concursos públicos municipais de várias cidades.

Não adianta repetir o argumento lógico e indiscutível de que a Constituição considera TODOS IGUAIS PERANTE A LEI, e as cotas negam essa igualdade .... em nome da igualdade (!?). Os politicamente corretos só sabem dizer que é necessária uma "reparação histórica" para com a população negra/afrodescendente, levando ela a uma condição social melhor do que a atual. Essa melhora, de acordo com a turma "certinha", só será possível passando por cima dos direitos dos outros.

Sim, isso mesmo, o direito dos outros. Vejam a tirinha abaixo: 





Pois é, isso é Brasil. Um Brasil em que a meritocracia no vestibular está sendo colocada em segundo plano. Aliás, alguém pode me explicar o motivo de um cotista MERECER entrar na universidade com uma nota menor?

Não me venham com essa p@##% da "reparação histórica". Me refiro ao vestibulando negro/afrodescendente não como parte de um grupo étnico, mas como um indivíduo, semelhante a vestibulandos de outras etnias em capacidade intelectual .... ou será que ele é menos inteligente do que os demais? Entendem o que quero dizer? 

Ah, tem a questão da educação pública, problemática e deficiente, e a maioria dos estudantes negros/afrodescendentes (sim, vou ficar repetindo "afrodescendente" para ser politicamente correto) frequentam escolas públicas, o que os prejudicaria. Então tá: e os MILHÕES DE JOVENS BRANCOS QUE TAMBÉM DEPENDEM DO ENSINO PÚBLICO? Como é que eles ficam?

Para eles é diferente? Bela forma de se tentar criar uma "igualdade", discriminando um lado que militantes negros/afrodescendentes consideram privilegiado.

O "branquelo" de Peruíbe que aqui escreve não se considera um privilegiado. Cresci neste município esquecido por Deus e levei anos, muitos anos, para conseguir um emprego descente. Simplesmente experimentei uma forma de inferno particular, desci os nove círculos dantescos antes de me tornar funcionário público pela prefeitura de Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira, cidade que foi como uma mãe para mim. Tinha 35 anos quando comecei. Ao contrário do que uma certa turma de militantes - isso também vale para os simpatizantes deles - pensa, BRANCO (e peruibense, o que francamente não ajuda em nada) TAMBÉM SOFRE. 

Claro que quem leu este texto atrevido até esta parte, já sacou o motivo deste blogueiro ser tão contra as cotas. Estou em meu segundo emprego público agora e nunca fui prejudicado por concorrer com cotistas "étnicos". Considero que todo concurseiro que não se encaixa no perfil "coitadista" deve refletir sobre o que quero dizer aqui.

 Se todos os que defendem a meritocracia para vestibular e concurso público ficarem calados, o Brasil correrá o risco de ficar parecido com a Síria, que antes da revolta anti-assad tinha cota de mais de 95% para o grupo religioso Alawita (do ditador Assad, pois é), em uma de suas entidades de ensino superior.

Ah, tem mais. Um argumento a favor dos cotistas, é de que nas Universidades eles estão tendo uma média superior a dos demais universitários. Pois bem, vamos considerar que isso seja verdade. Se eles demonstram ser universitários tão capazes, qual o sentido deles precisarem de cotas para entrar no ensino superior? É muita falta de lógica !!! Eles deveriam ser capazes de competir em pé de igualdade com os demais vestibulandos, não é mesmo?

Encerro dizendo duas coisas: primeiro que é urgente uma melhora do ensino público, para que todos os estudantes POBRES, independente de cor, possam concorrer para universidades e concursos públicos em condições minimamente justas. Segundo, que está mais do que na hora do eleitorado conservador tomar vergonha na cara e se recusar a votar em quem defende cotas raciais.

Antes que me esqueça: nossa nação tem mesmo uma dívida para com a minoria negra/afrodescendente? Eu não reconheço dívida nenhuma, e se você, da turminha politicamente correta, acha que ela existe , pois que trabalhe e a pague, seu folgado! Quer inventar uma dívida para os outros pagarem? Assim é fácil, caramba!


Artigo recomendado: A DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO BRASIL AGORA É OFICIAL 



domingo, 23 de dezembro de 2012

COMO EVITAR A RESSACA EM PERUÍBE




Nesta temporada de verão 2012 / 2013 em Peruíbe, não faltam turistas e peruibenses que enfrentam o "dia seguinte" de uma noitada, quando beberam todas. O que fazer para evitar a ressaca?

Ora, meu caro amigo internauta !!! Basta fazer o que eu faço, que nunca sofro de ressaca. E o que eu faço para evitar esse problema? EU NÃO BEBO !!!

É uma ótima dica, que se você seguir, evitará dores de cabeça, cansaço, vômitos e até uma possível e desagradável diarréia. Simples assim: NÃO BEBA.

Ah, você, apreciador do consumo de álcool, detestou a minha dica infalível? Uai, entrou para ler isto aqui por sua conta e risco, este blogueiro se recusa a escrever para agradar as massas.

300 VISITAS DIÁRIAS, OBRIGADO !!!



VIVA !!! VIVA !!! VIVA !!! 300 visitas diárias !!! 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

PORCOS NAS PRAIAS DE PERUÍBE



Com muito desprazer, aviso que neste início da temporada de verão 2012/2013 em Peruíbe, constatei a presença de PORCOS nas praias desta cidade.

Calma, gente, não falo de suínos, mas de certos veranistas que se COMPORTAM COMO PORCOS. A moda dessa turma é comer milho e jogar o sabugo na areia. Aí aparece o carinha da imagem abaixo:




Esse gracioso pombo não está ali para se banhar no mar. Ele está em busca de comida, deixada por visitantes HUMANOS que não se importam em emporcalhar a areia com diversos tipos de lixo, principalmente os orgânicos, como espigas roídas por esses porcalhões. Ora, a simples presença dessa população de aves nas praias é um risco para a saúde pública, pois os pombos são conhecidos transmissores de doenças como ornitose e salmonelose, e também de alergias, como asma, rinite e dermatites. E também tem a famosa toxoplasmose. 

Francamente, será que esses forasteiros não sabem o que é colocar sabugos e outros restos em sacolas plásticas para depois serem jogadas fora? É TÃO DIFÍCIL DEIXAREM AS PORCARIAS QUE PRODUZEM NOS LOCAIS APROPRIADOS PARA ELAS?

Esse tipo de turista me provoca vergonha alheia.