quinta-feira, 25 de maio de 2017

Vinicius Torres Freire | COM OU SEM TEMER, PLANO ECONÔMICO DEVE SEGUIR - MAIO DE 2017




Falar de economia sem falar do dia a dia da política tem ficado cada vez mais difícil desde 2014, pelo menos. Agora, simplesmente não dá para dizer mais nada sobre economia até que se defina algum rumo para a situação de Michel Temer.

Quanto mais tempo durar a agonia, mais o Brasil tende a parar, de novo. Isso quer dizer que vai tudo começar a rolar ladeira abaixo, imediatamente? Que o comecinho de melhora que a gente viu no começo do ano vai logo para o brejo? Não.

Mesmo o pessoal que fica imediatamente mais nervoso, quando não surtado, deu uma calmada. Sim, estamos falando do pessoal do mercado financeiro, quem no fundo vive de negociar dinheiro e assemelhados.

Na quinta-feira, primeiro dia depois do escândalo com Temer, o mercado surtou, como a gente viu. Bolsa despencando, juros e dólar subindo desesperadamente. Até normal, nessas horas.

O mercado ainda está em baixa, em relação à quarta-feira passada, mas deu uma recuperadinha e até está estável. Por que, se a confusão no país parece enorme, com quebra-quebra e Exército na rua de Brasília, com gente quase se estapeando no Congresso, com o presidente da República por um fio?

Porque o pessoal dono do dinheiro acha que pode haver uma saída que consideram razoável. Isto é, tudo muda para continuar na mesma. Como assim? A hipótese é a seguinte. Temer sairia do cargo em junho, cassado pelos crimes da chapa que elegeu Dilma e Temer em 2014.

No seu lugar, ficaria um presidente eleito indiretamente, apoiado pela mesma coalizão de parlamentares que apóia Temer, liderada por PSDB, DEM e PMDB. Uma coalizão de deputados e senadores que apóia o programa econômico de agora, com contenção de gastos e reforma trabalhista e Previdenciária.

Se vai ser assim mesmo, estamos ainda longe de saber. Temos vários escândalos novos por dia. Mas essa é a aposta otimista do mercado financeiro e é o que deseja quase todo o conjunto de empresários do país, com ou sem Temer, o plano econômico deve ser o mesmo.



MARCADORES: BRASIL, BRASILEIROS, CRISE POLÍTICA, CRISE ECONÔMICA, MAIO DE 2017


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