terça-feira, 5 de abril de 2016

DENISE CAMPOS DE TOLEDO / BARATEAR GASOLINA PODE NÃO SER BOM COMO PARECE - ABRIL DE 2016



Vários índices já apontam para uma inflação mais baixa. A recessão, finalmente, começa a produzir efeito, freando remarcações de preços. Ainda há uma certa resistência dos serviços, mas já dá pra trabalhar com um fechamento de ano um pouco melhor. Como vimos, o mercado prevê a inflação em 7,28%. Ainda muito alta, mas bem abaixo do que se esperava até pouco tempo atrás. A queda recente do dólar também trouxe algum alívio, assim como a mudança de bandeira da tarifa de energia. E, nesse sentido, pode vir mais um reforço. Os preços dos combustíveis podem cair. É que, por causa da queda do petróleo, a gasolina aqui está uns 10% mais cara que no exterior e o diesel até uns 40, 50%. Seria bom do ponto de vista da inflação, do custo de vida. Mas acende a luz amarela. O governo, na tentativa de obter maior apoio, frente à crise política, pode estar recorrendo, de novo, a medidas populistas que já deram muito errado. Tudo bem que tem essa diferença agora. Mas, durante muito tempo, a Petrobrás teve de trabalhar com preços bem abaixo do exterior, quando o governo quis segurar artificialmente a inflação. O uso da Petrobrás como instrumento de controle da inflação colaborou muito para a crise que enfrenta hoje. A crise não veio só da roubalheira, do desvio de verbas. Manter os preços mais altos pode ajudar a Petrobrás a recuperar algum fôlego, o que é positivo pra economia, do ponto de vista de investimentos, de geração de impostos e até emprego. A Petrobrás acabou de lançar um programa que pode resultar em mais 12 mil demissões. Estados, como o Rio de Janeiro, estão numa situação financeira muito complicada, ou mais complicada ainda, pela redução dos royalties do petróleo. Se a gasolina fica mais barata ainda prejudica a produção do álcool. O mercado recebeu mal a ideia, com queda forte das ações de 9 por cento e da bolsa de valores, que recuou 3,5 por cento não só pelos efeitos para a empresa, mas também pelo que isso pode significar em termos de gestão da economia. Para alguns analistas até a mudança da bandeira de energia para verde foi precipitada. É sempre bom ter redução de preços, mas é ver se o custo depois não vai ser pior. De qualquer modo, a perspectiva de uma inflação menos elevada pode abrir espaço para algum corte dos juros básicos pelo Banco Central. Tomara que essa eventual redução da selic, da taxa básica, se vier, não seja mais uma estratégia populista do governo. Já estamos pagando bem caro pela adoção desse tipo de política. O tarifaço e a disparada da inflação foram reflexo do artificialismo. Eu volto na quinta. Até lá.


COMENTÁRIO: essa queda na inflação será apenas uma consequência da recessão, ou seja, vem aí um ciclo de DEFLAÇÃO RUINOSA, com péssimas consequências para os brasileiros. O vídeo abaixo explica bem a questão.





MARCADORES: QUEDA NA INFLAÇÃO, DEFLAÇÃO RUINOSA, PREÇO DA GASOLINA PODE CAIR, AGRAVAMENTO DA RECESSÃO NO BRASIL, AUMENTO DO DESEMPREGO, PETROBRÁS, GOVERNO DILMA / PT, IMPEACHMENT DA DILMA

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