quinta-feira, 17 de março de 2016

DENISE CAMPOS DE TOLEDO / O CLIMA NO MERCADO É DE TOTAL INCERTEZA - MARÇO DE 2016




O mercado teve esse comportamento eufórico acompanhando o noticiário político. A avaliação é que a onda de denúncias e, agora, a divulgação das gravações pela Justiça colocam o governo em uma enrascada maior, aumentando muito a possibilidade de impeachment. E não é novidade pra ninguém que o mercado há muito tempo trabalha nessa torcida, por entender que seria uma saída para a crise econômica. Não que essa crise possa ser solucionada só por termos um novo presidente, mas pesa muito a constatação da incapacidade do atual governo de virar o jogo, conseguir avançar com medidas que possam estancar a crise econômica e fazer o País voltar a crescer, com estabilidade. A presidente Dilma não teria apoio nem mesmo da própria base pra tomar as medidas necessárias para correção de rota, pra reversão dessa crise histórica que estamos enfrentando. Austeridade fiscal, reformas, como da Previdência, não fazem parte da cartilha do Partido dos Trabalhadores. Então, o que se espera é que um novo governo consiga viabilizar um entendimento político, que assegure governabilidade e condições de fazer a economia andar. Agora, esse processo não é garantido, pode demorar e, enquanto isso, a crise econômica pode se aprofundar bastante. Quanto pior o cenário político mais travada vai ficar a economia. Podemos até chegar a uma situação de depressão mesmo, se não houver uma solução rápida para a crise política. O Brasil já avança para uma retração da economia de 4% ou até mais neste ano. Já em relação ao comportamento do mercado, é importante observar que as oscilações não têm qualquer fundamento técnico, são mais emocionais. A volatilidade vai continuar no embalo do noticiário político. Dependendo das conversas quanto ao impeachment, o dólar pode variar de R$ 3,50 até R$ 4,50 ou mais. O clima é de muita incerteza. Eu volto na segunda. Até lá.


MARCADORES: GOVERNO DILMA / PT, RISCO DE DEPRESSÃO ECONÔMICA, CRISE POLÍTICA, IMPEACHMENT DA DILMA, GRAMPO LULA DILMA CONVERSA

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