sexta-feira, 6 de maio de 2011

INADINPLÊNCIA NA COMPRA DE MOTOS CRESCE NO NORDESTE







AE - Agencia Estado
SÃO PAULO - O sinal amarelo da inadimplência começou a piscar para os consumidores de menor renda que parcelaram a compra de motocicletas, especialmente no Nordeste do País. É exatamente esse estrato da população, com renda mensal entre dois e três salários mínimos (de R$ 1.090 a R$ 1.635), o mais afetado pela disparada da inflação dos alimentos dos últimos meses.


Entre janeiro e março deste ano, o atraso no pagamento da prestação aumentou um ponto porcentual acima do comportamento normal da inadimplência para o período, revela uma pesquisa feita pelo Instituto de Gestão de Excelência Operacional em Cobrança (Geoc). Os números se referem às prestações de motos atrasadas entre 31 dias e 181 dias após a data do vencimento da parcela. Os dados foram coletados entre as 18 empresas de cobrança que fazem parte da entidade e respondem por cerca de 60% do mercado de recuperação de créditos em atraso nos segmentos de motos e veículos.

O superintendente do Instituto Geoc e responsável pela pesquisa, João Paulo de Mattos, observa que comportamento semelhante da inadimplência de motos foi registrado no mesmo período na região Norte e em São Paulo. Já no Centro-Oeste, o acréscimo da inadimplência foi um pouco menor, cerca de meio ponto porcentual acima da sazonalidade do período. Na região Sul, ficou estável. "A inadimplência está crescendo, mas não é nada alarmante", pondera.

O aumento da inadimplência de motos é destacado pelo dono da empresa de cobrança Central de Serviços dos Empresários do Ceará (Cesec), Irã Leão Duarte, que tem forte atuação no Nordeste na renegociação de financiamentos em atraso de motos de grandes bancos e financeiras. Segundo o executivo, a taxa de calote foi maior nos atrasos entre 11 dias e 360 dias. Em janeiro, a inadimplência para essa faixa de atraso estava em 15,42% e, em março, ela subiu para 18,38%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Fonte: http://economia.estadao.com.br/


Comentário: isso não é um bom sinal. Fica claro que uma certa parcela da população está exagerando em seu nível de consumo. Muitas dessas pessoas realmente acreditam que viraram CLASSE MÉDIA. A preferência por motos nesse grupo social se deve ao fato de que os custos são muito menores do que comprar automóveis. Valor das prestações, manutenção, combustível, IPVA, tudo é mais difícil para o proprietário de um carro. Aí muitas dessas pessoas, ajudadas pela facilidade de crédito, buscam motos e descuidam dos gastos.

De fato, não é um bom sinal, já que o governo Dilma tem nesses consumidores, um fortíssimo eleitorado. Ah, antes que eu me esqueça:

De acordo com dados do último censo do IBGE, 60,7% dos domicílios brasileiros têm renda per capita de até 1 salário mínimo, mas 9,2% deles vivem com renda per capita inferior a 25% do salário mínimo, o que dá R$136,25 por mês. Na outra ponta, apenas (pois é) 5,1% dos domicílios registram renda de mais de 5 salários mínimos por pessoa. A chamada classe média (domicílios com renda per capita de 1 a 5 salários) não passa de 34,2% da população.

34,2% da população? Uai, cadê a "maioria de classe média" do Brasil governado pelo PT? O que existe, na verdade, são pobres deslumbrados pelo crédito mais fácil, isso sim. E os resultados virão. Parece que a Dilma vai conhecer na prática o que é ser impopular.



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